terça-feira, 9 de junho de 2009

Vinicius de Moraes

Pra finalizar a homenagem aos namorados, Vinicius, poeta do amor

Soneto Do Amor Total
Vinicius de Moraes
Composição: Vinicius de Moraes


Amo-te tanto, meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.

Amo-te afim, de um calmo amor prestante
Ena saudade
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Gente achei esse poe

Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.


Belo, mui belo este poema
Era musica... J. G. de Araujo Jorge

E então soprou um vento de ternura intensa.

E as nuvens se dispersaram e eu vi que meu coração emergia

como um alto cume de montanha, dourado de sol,

musicado de pássaros e éguas.



Olhava teus olhos, tuas mãos, teus cabelos, teu corpo...

Teu corpo era como um caminho sinuoso por onde saí

desesperado a procurar-te.



E, de repente, tomei-te nos braços,

afaguei-te a cintura,

recolhi-te ao meu peito.



Teu coração inquieto pulsava

mais que o córrego das montanhas

batia asas de pássaro encandeado.



E de repente saímos livres e felizes, como simples

animais de Deus

com a direção dos ventos.



Faminto, colhi-te como um fruto!

Sedento, bebi-te como a água!

Marquei meus dentes em tua carne

e escorreste pela minha boca,

pelo meu pescoço,

pelo meu peito.



Meus braços foram tuas formas. Minhas mãos te conheceram.

Desmanchei-te os cabelos, e me perdi.

Nossas bocas se uniram, e se esqueceram.



Tatearam meus lábios escalando cumes,

devassando vales.



E fiquei em ti, vivo e silencioso,

como o sangue nas veias,

como a seiva na raiz.


E desci sobre ti e me entranhei,

como a chuva descendo

e molhando.


E quando falamos: Era música!

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