Pra finalizar a homenagem aos namorados, Vinicius, poeta do amor
Soneto Do Amor Total
Vinicius de Moraes
Composição: Vinicius de Moraes
Amo-te tanto, meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.
Amo-te afim, de um calmo amor prestante
Ena saudade
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.
Gente achei esse poe
Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.
E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.
Belo, mui belo este poema
Era musica... J. G. de Araujo Jorge
E então soprou um vento de ternura intensa.
E as nuvens se dispersaram e eu vi que meu coração emergia
como um alto cume de montanha, dourado de sol,
musicado de pássaros e éguas.
Olhava teus olhos, tuas mãos, teus cabelos, teu corpo...
Teu corpo era como um caminho sinuoso por onde saí
desesperado a procurar-te.
E, de repente, tomei-te nos braços,
afaguei-te a cintura,
recolhi-te ao meu peito.
Teu coração inquieto pulsava
mais que o córrego das montanhas
batia asas de pássaro encandeado.
E de repente saímos livres e felizes, como simples
animais de Deus
com a direção dos ventos.
Faminto, colhi-te como um fruto!
Sedento, bebi-te como a água!
Marquei meus dentes em tua carne
e escorreste pela minha boca,
pelo meu pescoço,
pelo meu peito.
Meus braços foram tuas formas. Minhas mãos te conheceram.
Desmanchei-te os cabelos, e me perdi.
Nossas bocas se uniram, e se esqueceram.
Tatearam meus lábios escalando cumes,
devassando vales.
E fiquei em ti, vivo e silencioso,
como o sangue nas veias,
como a seiva na raiz.
E desci sobre ti e me entranhei,
como a chuva descendo
e molhando.
E quando falamos: Era música!
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