terça-feira, 18 de agosto de 2009

Mel - Maria Betânia

O CD MEL é um dos meus preferidos da Maria Betânia. Adoro todas a músicas e esta semana ele tem sido o meu companheiro no caminho para o trabalho. vou postar as músicas que eu gosto de cantar.

LOUCURA, do Lupicínio Rodrigues
E aí
Eu comecei a cometer loucura
Era um verdadeiro inferno
Uma tortura
O que eu sofria
Por aquele amor
Milhões de diabinhos martelando
O meu pobre coração que agonizando
Já não podia mais de tanta dor
E aí
Eu comecei a cantar verso triste
O mesmo verso que até hoje existe
Na boca triste de algum sofredor
Como é que existe alguém
Que ainda tem coragem de dizer
Que os meus versos não contêm mensagem
São palavras frias, sem nenhum valor
Oh! Deus, será que o senhor não está vendo isso
Então, porque é que o senhor mandou Cristo
Aqui na terra para semear amor
E quando se tem alguém
Que ama de verdade
Serve de riso pra humanidade
É um covarde, um fraco, um sonhador
Se é que hoje tudo está tão diferente
Porque não deixa eu mostrar a essa gente
Que ainda existe o verdadeiro amor
Faça ela voltar de novo pro meu lado
Eu me sujeito a ser sacrificado
Salve seu mundo com minha dor

Nenhum verão
(Túlio Mourão)


Esse sol porque tinha de tanto brilhar
Anunciar no meu peito a manhã
Pra depois sumir e deixar
Tão mais negro o meu céu, minha noite
Porque foi minha boca beber
Se embriagar da tua boca
Pra sobrar tão mais amargo gosto de vazio, de solidão
Meu coração prefere acreditar nessas
promessas mesmo essas, que só fazem
Abrir minhas janelas, pra nenhuma,
Pra nenhuma, pra nenhuma paisagem
Ah! por que me invadir como doce canção
Pra depois me ferir, me queimar
Com o ardor de toda paixão
Eu, assim te acolhi sem nenhuma defesa
Como nova estação quando chega
Um belo dia, uma certeza
Um vinho dado a minha mesa
Uma palavra, um abraço de irmão
Meu coração, prefere acreditar
nessas promessas mesmo essas, que só fazem
Deixar na minha pele calor, luz, alegria pra
Nenhum verão.

Ela e Eu
Maria Bethânia
Composição: Caetano Veloso


Há flores de cores concentradas
Ondas queimam rochas com seu sal
Vibrações do sol no pó da estrada
Muita coisa, quase nada
Cataclismas, carnaval
Há muitos planetas habitados
E o vazio da imensidão do céu
Bem e mal e boca e mel
E essa voz que Deus me deu
Mas nada é igual a ela e eu
Lágrimas encharcam minha cara
Vivo a força rara desta dor
Clara como o sol que tudo ama
Como a própria perfeição da rima para amor
Outro homem poderá banhar-se
Na luz que com essa mulher cresceu
Muito morto que nasce
Muito tempo que morreu
Mas nada é igual a ela e eu

Amando Sobre Os Jornais - Chico Buarque
Maria Bethânia

Amando noites afora fazendo a cama sobre os jornais
Um pouco jogados fora um pouco sábios demais
Esparramados no mundo molhamos o mundo com
Delícias
As nossas peles retintas de notícias
Amando noites a fio
Tramando coisas sobre os jornais
Fazendo entornar um rio
E arder os canaviais
Das páginas flageladas sorrimos, mãos dadas
E, inocentes
Lavamos os nossos sexos nas enchentes
Amando noites a fundo tendo jornais como cobertor
Podendo abalar o mundo
No embalo do nosso amor
No ardor de tantos abraços caíram palácios, ruiu
Um império
Os nossos olhos vidrados de mistério

Gota de Sangue
Maria Bethânia
Composição: Ângela Rô Rô


Não tire da minha mão esse copo
Não pense em mim quando eu calo de dor
Olha meus olhos repletos de ânsia e de amor
Não se perturbe nem fique à vontade
Tira do corpo essa roupa e maldade
Venha de manso ouvir o que eu tenho a contar
Não é muito nem pouco eu diria
Não é pra rir mas nem sério seria
É só uma gota de sangue em forma verbal
Deixa eu sentir muito além do ciúme
Deixa eu beber teu perfume
Embriagar a razão, porque não volto atrás?
Quero você mais e mais que um dia
Não tire da minha boca esse beijo
Nunca confunda carinho e desejo
Beba comigo a gota de sangue final

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