domingo, 29 de março de 2009

Aula de Voo - Mauro lasi

Aula de voo

"O conhecimento caminha lento feito lagarta
primeiro não sabe que sabe
e voraz contenta-se com cotidiano orvalho
deixado nas folhas vivivdas das manhãs
Depois pensa que sabe e se fecha em si mesmo:
faz muralhas,
cava trincheiras,
ergue barricadas.
Defendendo o que pensa saber
levanta certeza na forma de muro,
orgulha-se de seu casulo.
Até que maduro explode em voos
rindo do tempo que imagina saber
ou guardava preso o que sabia
Voa alto sua ousadia
reconhecendo o suor dos séculos
no orvalho de cada dia
Mas o voo mais belo
descobre um dia não ser eterno.
É tempo de acasalar:
voltar à terra com seus ovos
à espera de novas e prosaicas
lagartas.
O conhecimento é assim:
ri de si mesmo
e de suas certezas.
é meta de forma
metamorfose
movimento
fuir do tempo
que tanto cria como arrasa
a nos mostrar que para o voo
é preciso tanto o casulo
como a asa."

quinta-feira, 26 de março de 2009

"O PAIS DA PIADA PRONTA"

O país da piada pronta - parte 5.390
Postado por Teco em 25 de março de 2009 às 15:53


- Vinte carros irão disputar a Fórmula 1 em 2009. Qual é o número do carro do Rubinho ?? Número 21 ???!!! Como pode ?

- Governo lançou hoje o programa “Minha casa, minha vida”.

** Mantega diz que é o maior plano contra crise da história, Dilma diz que programa não tem carater emergencial.

Presidente da Petrobras disse ontem que o preço da gasolina não vai cair, porque não subiu.

Faz todo sentido essa análise … as coisas só aumentam de preço depois de caírem e só abaixam depois de subirem …

Domingo na altitude
Postado por José Godoy em 25 de março de 2009 às 15:29
Está no “Extra” de hoje.

Sem moralismos, sem patrulhamento, cada um cuida da sua vida, mas domingo à tarde tenho mais o que fazer.

“Jogadores da seleção fazem festa de arromba”

Seguindo uma “tradição” que acontece sempre antes das apresentações da seleção brasileira, jogadores organizaram uma festinha privê (se é que vocês me entendem…) na última segunda-feira. A esbórnia começou às 17h de anteontem e só terminou às 5h de ontem.

O local foi a nova casa de Adriano, no condomínio Mansões, na Barra. Entre as moças convidadas estavam Fabiana Andrade (aquela que se envolveu com Gugu Liberato e Maradona) e Verônica Araújo (modelo que teve um caso com Adriano).

A travesti Patrícia Araújo, que ficou famosa ao desfilar pela grife Complexo B, no Fashion Rio, também deu uma pinta no local. Ela só saiu de lá umas 4h. Além do Imperador, Robinho e outros craques participaram da festa privê. Um deles, muito bem casado, saiu encantado com Fabiana Andrade.

Ontem, todos eles se apresentaram na Granja Comary, em Teresópolis

do blog.http://colunas.g1.com.br/fimdeexpediente/

domingo, 22 de março de 2009

Jean Paul Sartre

" A existência precede a essência.
# A fé, mesmo quando é profunda, nunca é completa.
# A felicidade não esta em fazer o que a gente quer e sim em querer o que a gente faz.
# A vida me deu tudo que pedi, mas se o que eu pedi foi muito pouco, aí é problema meu.
# Muitos jovens rejeitam idéias e conceitos que terão daqui a vinte anos.
# Não importa o que fizeram de mim, o que importa é o que eu faço com o que fizeram de mim.
# Ninguém deve cometer a mesma tolice duas vezes. A possibilidade de escolha é muito grande.
# No amor, um mais um é igual a um.
# O que você fez, daquilo que te fizeram?
# Quanto aos homens, não é o que eles são que me interessa, mas o que eles podem se tornar.
# Quanto mais areia escorreu no relógio de nossa vida, mais claramente deveríamos ver através do vidro.
# Sarcasmo é o refúgio dos fracos.
# Se você sente solidão quando a sós, está em má companhia.
# Tu és metade vítima, metade cúmplice, como todos os outros.
# A violência, seja qual for a maneira como se manifesta, é sempre uma derrota.
# Nós somos o próximo construído por amigos e inimigos.
# O importante não é aquilo que fazem de nós, mas o que nós mesmos fazemos do que os outros fizeram de nós."

Ser é Escolher-se


Para a realidade humana, ser é escolher-se: nada lhe vem de fora, nem tão-pouco de dentro, que possa receber ou aceitar. Está inteiramente abandonada, sem auxílio de nenhuma espécie, à insustentável necessidade de se fazer ser até ao mais ínfimo pormenor. Assim, a liberdade não é um ser: é o ser do homem, quer dizer, o seu nada de ser. (...) O homem não pode ser ora livre, ora escravo; ele é inteiramente e sempre livre, ou não é.

Jean-Paul Sartre, in 'O Ser e o Nada'

quinta-feira, 19 de março de 2009

Linha do Equador - Caetano Veloso

Luz das estrelas
Laço do infinito
Gosto tanto dela assim
Rosa amarela
Voz de todo grito
Gosto tanto dela assim
Esse imenso desmedido amor
Vai além de seja o que for
Vai além de onde eu vou
Do que sou minha dor
Minha linha do Equador
Esse imenso desmedido amor
Vai além de seja o que for
Passa mais além do céu de Brasília
Traço do arquiteto
Gosto tanto dela assim
Gosto de filha
Música de preto
Gosto tanto dela assim
Essa desmesura de paixão
É loucura do coração
Minha Foz do Iguaçu
Polo sul, meu azul
Luz do sentimento nu
Esse imenso desmedido amor
Vai além de seja o que for
Vai além de onde eu vou
Do que sou minha dor
Minha linha do Equador
Mas é doce morrer neste mar
De lembrar e nunca esquecer
Se eu tivesse mais alma pra dar
Eu daria, isto pra mim é viver
Céu de Brasília, traço do arquiteto
Gosto tanto dela assim
Gosto de filha, música de preto
Gosto tanto dela assim
Essa desmesura de paixão
É loucura do coração
Minha Foz do Iguaçu, polo Sul
Meu azul, luz do sentimento blue
Esse imenso desmedido amor
Vai além de seja o que for
Vai além de onde eu for, do que sou
Minha dor, minha linha do Equador
Mas é doce morrer neste mar de lembrar
E nunca esquecer
Se eu tivesse mais alma pra dar
Eu daria, isto pra mim é viver

O Haver - Vinícius de Moraes

Resta, acima de tudo, essa capacidade de ternura.
Essa intimidade perfeita com o silêncio.
Resta essa voz íntima pedindo perdão por tudo.

Resta essa imobilidade, essa economia de gestos.
Essa inércia cada vez maior diante do Infinito.

Essa gagueira infantil de quem quer
exprimir o inexprimível.
Essa irredutível recusa à poesia não vivida.

Resta esse diálogo cotidiano com a morte.
Essa curiosidade pelo momento a vir, quando,
apressada, ela virá me entreabir a porta
como uma velha amante
mas recuará em véus ao ver-me junto ao bem amado...

Resta esse constante esforço
para caminhar dentro do labirinto.
Esse eterno levantar-se depois de cada queda.
Essa busca de equilíbrio no fio da navalha.

Resta essa terrível coragem diante do grande medo,
e esse medo infantil de ter pequenas coragens.

Vinícius de Moraes

Desejo e prazer - Joel G. Heim

Desejo e prazer - Joel G. Heim
Meu corpo junto ao seu te aquece
Braços te envolvem com firmeza
Mãos percorrem sua pele macia
Línguas provam nossos sabores
Seu corpo se entrega ao prazer
Bem suave te penetro lentamente
Deslizando avanço toco seu íntimo
Um calafrio de tesão te percorre e
Você geme com uma volúpia intensa
Derramo meu leite num gozo pleno
Um instante a saborear o momento
Seu rosto iluminado com um sorriso
Vejo o desejo de quem quer mais
Então prometo ser seu para sempre

Retirado do blog princecristal.blogspot.com

quarta-feira, 18 de março de 2009

Artes de Março

Muito boa a programação do Artes de Março no Teresina Shopping. Vale a pena conferir.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Livros? Mercado Perverso

máquina de escrever
Que tipo de leitores queremos?
Postado por Luciano Trigo em 10 de março de 2009 às 14:26


Já dizia Monteiro Lobato que um país se faz com homens e livros. Mas que tipo de país se faz com homens que só lêem best-sellers?
Por coincidência, dois colunistas de grandes jornais tocaram esta semana no mesmo assunto: as distorções do mercado editorial brasileiro. Primeiro foi Cora Rónai, no Segundo Caderno de O Globo: ela alertou para o risco oculto de práticas comerciais estranhas na Internet e nas grandes redes de livrarias, que vendem a R$9,90 livros cujo preço normal é cinco vezes maior - e que, mesmo em consignações com desconto de 50%, normalmente custariam aos livreiros bem mais que isso. É claro que todo mundo gosta de pagar mais barato, inclusive a Cora e eu, mas é preciso refletir sobre o impacto de medidas assim na cadeia do livro como um todo - e avaliar seus potenciais efeitos anticoncorrenciais.

Como que complementando o artigo da Cora, Ruy Castro – aliás, bem-sucedido escritor – publicou em sua coluna na Folha de S.Paulo o texto “Mega-sellers” - que por sua vez repercutiu reportagem da ótima Rachel Bertol em O Globo, sobre os fenômenos que vendem mais de 1 milhão de exemplares no Brasil, se eternizando nas listas de mais vendidos. “Os mega-sellers”, escreve Ruy, “são sempre estrangeiros, e não necessariamente americanos: podem vir da Irlanda, da Austrália ou do Afeganistão, embora só cheguem aqui depois de iniciada sua carreira nos EUA. A partir daí, onde quer que se façam listas de livros mais vendidos, eles estarão nelas, o que torna essas listas monótonas e iguais no mundo inteiro. (…) Como os mega-sellers são maciçamente estrangeiros, teme-se que as editoras brasileiras desistam de apostar no humilde romance nacional - afinal, para que se arriscar a ter 3.000 livros encalhados quando se pode vender 600 mil?”

De fato, para quê? Ora, editoras são negócios privados, por natureza buscam o lucro. Num país de baixo índice de leitura, onde a grande maioria dos títulos lançados encalha, são esses fenômenos de vendas que sustentam a engrenagem das maiores editoras. Sem eles, muitas não sobreviveriam, e o número de autores nacionais lançados seria ainda menor. O argumento é correto, mas a discussão não deve terminar aqui.

Livros, como filmes, não são apenas produtos comerciais, nem mercadorias comuns: são elementos com valor simbólico, estratégicos na afirmação de nossa identidade cultural e na formação da consciência crítica da sociedade. Exigem, portanto, políticas públicas enfáticas, em duas frentes: fomento e regulação. É preciso estimular o desenvolvimento da indústria editorial, levando a maiores tiragens e formação de uma base crescente de leitores, fomentando a demanda por bons livros, o que será bom para todos. Mas também é preciso cuidar para que haja diversidade na produção editorial, evitando que as livrarias se transformem em supermercados de best-sellers, enquanto relevantes ensaios e obras de ficção mais séria ficam confinados a uma existência quase confidencial.


Mas para isso é preciso uma postura mais assertiva do Estado, estabelecendo regras para eliminar gargalos na cadeia de produção e distribuição do livro, além de garantir a livre competição. Porque a verdade é que o mercado editorial é um dos menos regulamentados que existem no país: não há números em que se possa confiar (já se falou que no setor prevalecem as “mentiragens”), e as próprias listas de mais vendidos estão sujeitas a variadas formas de manipulação. Livrarias cobrarem das editoras para expor seus livros nas vitrines é visto como algo normal, apesar do efeito perverso disso nos pequenos editores, que muitas vezes penam para conseguir deixar um ou dois exemplares consignados de um título de menor apelo comercial.


Ou seja, como em qualquer outra área da economia, o livre jogo do mercado provoca distorções sérias no setor do livro. Mas este tem uma importância simbólica e cultural ausente qualquer outro setor, exigindo por isso mesmo um olhar atento do Ministério da Cultura. É natural que editores e livreiros busquem todos os caminhos para maximizar seus lucros. Menos natural é que não existam mecanismos para mitigar os efeitos colaterais dessa disputa, harmonizando os legítimos interesses de editores e livreiros com os do público leitor. Talvez seja hora de se começar um debate sobre a regulação do setor.


PS Aliás, o debate já começou. No dia 2 de abril haverá uma Audiência Pública na Câmara dos Deputados, provocada pela Frente parlamentar Mista da Leitura. O tema: “Lei do Preço Único do Livro – Vantagens e Desvantagens para o Brasil”. Países como a França adotaram a política do preço fixo nas livrarias, com desconto máximo de 5%. Pode parecer impopular, mas a julgar pelo número de livrarias na França, funciona. Já a Associação Nacional de Livrarias (ANL) estuda acionar o CADE para investigar possíveis ações de dumping e práticas predatórias no mercado editorial brasileiro.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Dizer eu te amo...

Achei esse texto no blog Segundaaexta.com.br. Lembrei de um fato ocorrido há alguns anos, quando uma amiga morreu em um acidente de trânsito. Ela tinha cabado de sair de casa. quando o marido a viu morta, disse: "me perdoa, quantas vezes eu deixei de te dizer eu te amo e hoje voce saiu e nem um beijo te dei." Por isso, eu sempre me repito dizendo eu te amo para as pessoas de quem realmente gosto. è confortante para a pessoas saberem que são amadas, elas se sentem mais leves, mais alegres, com mais força. Faz bem a alma e ao coração.

As palavras
por: Aline Leal



Por amor, enfrentava o verão carioca que o fazia perder a vontade de viver; por amor, era secretário em um escritório de advocacia; por amor, matriculara-se em um cursinho de português em Londres e, finalmente, viera ao encontro de Rita. John não poderia ser acusado de ter um coração frio, tal qual imputam aos ingleses. Se é fato que a cidade do Rio de Janeiro não lhe despertava nenhuma emoção, ao contrário, irritava a sua forma mais íntima de ser, a vida aqui fazia sentido por causa do amor.

John conhecia o amor carnal, em que se iniciara com 15 anos, e o amor sentimental, que experimentara com Rita, mas não todo o amor da vida dos cariocas. Não conhecia o amor que a ascensorista do elevador lhe dispensava: qual o andar, meu amor? Não se acostumava a esta relação e, por isso, desceu muitas vezes de escada.

Se em Londres as pessoas cuidavam para não exagerar nas demonstrações, os cariocas quase se forçavam a serem expansivos e sentimentais. Rita, no entanto, nunca lhe dissera que o amava, uma vez disse somente assim: você faz o meu coração derreter, e isso para ele foi melhor que o amor.

John tampouco havia declarado o amor por Rita em palavras, aliás nunca na vida dissera eu te amo a alguém: à mãe, à avó ou ao time de futebol. Até então isso não lhe fazia falta, mas agora John se perguntava se Rita sentia essa ausência. Só que o Rio de Janeiro lhe trazia questões e não inspiração.

Se era alguém desacostumado a enxergar sentimento, a overdose de expressões relacionadas ao amor, à paixão e afins lhe trazia desconforto e azia, como se pressionado a posicionar-se. Se custou pouco abandonar o que tinha em Londres por causa de Rita, quanto custava para teorizar um sentimento que era uma prática? Faziam sexo, dormiam abraçados e John comprava o anticoncepcional, preparava as torradas do café da manhã. Por amor, diria alguém da cidade para a qual se mudara, por amor; por amor; por amor.

Por amor à Rita trabalhava de terno e gravata em pleno verão carioca; por amor suportava um trabalho de atender a telefonemas e anotar recados e fazer e servir o café. Mas não diria eu te amo, não nesta cidade que ao contrário de lhe inspirar, lhe causava repulsa à expressão deste sentimento. Talvez um dia, talvez em outro lugar, se fosse necessário dizer tais palavras, as diria sem senti-las, somente por amor à Rita.

No quarto andar do edifício da Avenida Central, a mando do chefe discou para a administradora do prédio, a quem o Sr. Eustáquio devia meses e meses de aluguel e ia dar a notícia de que finalmente conseguira o dinheiro para pagar a dívida. Eustáquio pegou e telefone e disse “Gostaria de falar com a senhora Renha, por favor, diga que é o amor da vida dela”.

domingo, 8 de março de 2009

Quando o amor acontece

Quando o Amor Acontece
João Bosco

Composição: João Bosco e Abel Silva


Coração
Sem perdão,
Diga fale por mim
Quem roubou toda a minha alegria
O amor me pegou,
Me pegou pra valer
Aí que a dor do querer,
Muda o tempo e a maré
Vendaval sobre o mar azul

Tantas vezes chorei,
Quase desesperei
E jurei nunca mais seus carinhos
Ninguém tira do amor,
Ninguém tira, pois é
Nem doutor nem pajé,
O que queima e seduz, enlouquece
O veneno da mulher

O amor quando acontece
A gente esquece logo
Que sofreu um dia,
Ilusão
O meu coração marcado
Tinha um nome tatuado
Que ainda doía,
Pulsava só a solidão

O amor quando acontece
A gente esquece logo
Que sofreu um dia,
Esquece sim
Quem mandou chegar tão perto
Se era certo um outro engano
Coração cigano
Agora eu choro assim




Contra o Tempo
Vander Lee

Composição: Vander Lee


Corro contra o tempo
Prá te ver
Eu vivo louco
Por querer você
Oh! Oh! Oh! Oh!
Morro de saudade
A culpa é sua...

Bares, ruas, estradas
Desertos, luas
Que atravesso
Em noites nuas
Oh! Oh! Oh! Oh!
Só me levam
Prá onde está você...

O vento que sopra
Meu rosto cega
Só o seu calor me leva
Oh! Oh! Oh! Oh!
Numa estrêla
Prá lembrança sua...

O que sou?
Onde vou?
Tudo em vão!
Tempo de silêncio
E solidão...(2x)

Pra Ser Levada Em Conta
Vander Lee

Composição: Vander Lee


Vem me ver
Vem juntar seu calor ao meu
Não te quero ter
Só nos finais de semana
Os meus dias
De feira também são seus
Vem viver
Corre pra nossa cabana
Faço de conta que sou levada
Pra ser levada em conta
É pra janela do seu olhar
Que o meu destino aponta
Vem
Põe o moletom
Prova meu batom
Minha companhia
Dobra a calça jeans
Rega meu jardim
Colore meu dia

Corsário
João Bosco

Composição: João Bosco e Aldir Blanc


Meu coração tropical está coberto de neve mas
Ferve em seu cofre gelado
E à voz vibra e a mão escreve mar
Bendita lâmina grave que fere a parede e traz
As febres loucas e breves
Que mancham o silêncio e o cais
Roserais nova granada de espanha
Por você eu teu corsário preso
Vou partir na geleira azul da solidão
E buscar a mão do mar
Me arrastar até o mar procurar o mar
Mesmo que eu mande em garrafas
Mensagens por todo o mar
Meu coração tropical partirá esse gelo e irá
Com as garrafas de náufragos
E as rosas partindo o ar
Nova granada de espanha
E as rosas partindo o ar
Iela, iela, iela, iela la la la

sábado, 7 de março de 2009

Rosa Kapila

DESDE A INFÂNCIA DO MUNDO, OS PÁSSAROS

BEBEM ÁGUA NAS NUVENS


"Sou um buraco da fechadura, em rosa de luz coada"

( Afonso Duarte - Poeta Português - ( 1884 - 1958 )

Para minha amiga Maria Luiza Ramalho


Beijo as mãos da lua enquanto coloco paúl

/ em minhas plantas.

A paisagem é um sacrifício que enfrento com meus dedos

/ em febre.

Tenho muito medo de sombras nas telhas

Há hora que penso que sou uma bruxa velha

/ saindo de uma chaminé.

É a luz de Teresina que vem em minha procura.

Chuva! Não adoeça meu Sol!

Eu, tal qual Mário de Sá-Carneiro

/ estou louca e não enlouqueço.

Depois de ter me pasmado diante do fogo divino

Apenas desmantelada...

Trago a boca costurada

E, hoje me ciganei.


Escrito por Rosa Kapila
do blog: rosakapila

terça-feira, 3 de março de 2009

8 de Março - Pela Grandeza de ser Mulher


Não quero falar dos avanços, conquistas e desafios da mulher. quero apenas parabenizar todas as mulheres que na sua labuta diária, com suas alegrias e tristezas fizeram a história acontecer imprimindo a sua dignidade, o seu valor, seu respeito e seu trabalho, sejam elas ricas, pobres, miseráveis, famintas, brancas, negras, intelectuais, analfabetas, mães, meninas, adolescentes...enfim, todas as mulheres que formam esse universo feminino sensível, complexo e bonito. Tim, tim!

Viver, Amar, Valeu
Zizi Possi

Composição: Gonzaga Jr.

Quando a atitude de viver
É uma extensão do coração
É muito mais que um prazer
É toda carga da emoção
Que era o encontro com o sonho
Que só pintava no horizonte
E, de repente, diz presente
Sorri e beija a nossa fronte
E abraça e arrebenta a gente
É bom dizer viver, valeu
Ah! já não é nem mais alegria
Já não é nem felicidade
É tudo aquilo num sol riso
É tudo aquilo que é preciso
É tudo aquilo paraíso
Não há palavra que explique
É só dizer viver, valeu
Ah! eu me ofereço esse momento
Que não tem paga e nem tem preço
Essa magia eu reconheço
Aqui está a minha sorte
Me descobrir tão fraco e forte
Me descobrir tão sal e doce
E o que era amargo acabou-se
É bom dizer viver, valeu
É bom dizer amar, valeu.
Amar, valeu.

domingo, 1 de março de 2009

Um dia para lembrar

Hoje tive um dia diferente, inusitado. Não tenho o costume de ir à igreja- sempre fui um pouco arredia quanto à religião, nunca levei a sério, mas tenho fé e faço as minhas orações - e ontem, sábado, a minha prima Célia, que há tempos não a via, me telefonou para participar de uma manhã de oração na igreja da Vermelha, bairro onde vivi durante alguns anos, parte da minha adolescencia e início da fase adulta. foi na casa da Célia que eu vivi. quando fiz o vestibular para Letras, eu ainda vivia lá. Saí de lá em 1979. A mãe dela, minha tia Maria Luiza, já se foi. Bem, eu já tinha programado outro compromisso, mas resolvi ir à igreja primeiro. estava lotada e foi difícil encontrar estacionamento. Cheguei e fiquei acompanhando o desenrolar da solenidade. como não sei os cânticos da igreja, só ouvia. Não tinha nenhum banco vazio. fiquei, então, em pé, na lateral. Olhei para o meu lado esquerdo e vi um senhor sentado e muito aflito. Ele olhou pra mim, se afastou um pouco e me cedeu um lugar pra sentar. ele orava com tanta fé e me chamou a atenção. já chegando ao final, ele olhou para mim e disse:" eu cheguei aqui muito triste, mas quando olhei pra voce, senti uma paz muito grande. vi em voce, além da beleza, muita serenidade." Fiquei comovida e agradeci a Deus por isso. Até, então, não tinha visto minha prima. Só a encontrei no final, já na saída. conversamos e fomos até a casa dela. Já era quase meio-dia e lembrei do outro compromisso - Encontro dos Rios - Resolvemos ir juntas ao Encontro dos Rios. Foram, também, a filha dela e as duas netinhas sapecas. fizemos um belo passeio,embora o evento cultural já estivesse no fim. As crianças brincaram e ficamos conversando, observando as pessoas e lendo os poemas do Dobal que estavam expostos. voltamos alegres e bem dispostas. Cheguei em casa, almocei e dormi um pouco. Quando acordei, minha filha Laressa me convidou pra assistir ao filme The Reader - O Leitor. Como não me ocorria nada para fazer no momento, a não ser a releitura do Quincas Borba que estou fazendo, aceitei. Posso dizer que fechei este dia muito bem. Não entendo muito de filmes, mas gosto de um bom filme e este, a meu ver, é um bom filme, vale a pena. . Bom, agora volto à realidade do trabalho. Preciso arrumar minhas coisas para a semana que começa, lembrar dos ensinamentos que recebi hoje e orar pelas pessoas que eu amo. A emoção, a energia das orações e a alegria estampada nos rostos das que saíam da igreja fizeram este dia memorável.1° de Março.