domingo, 5 de abril de 2009

Fernando Pessoa

"A arte consiste em fazer os outros sentir o que nós sentimos, em os libertar deles mesmos, propondo-lhes a nossa personalidade para especial libertação."

Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.

"Haja ou não deuses, deles somos servos.

Matar o sonho é matarmo-nos. É mutilar a nossa alma. O sonho é o que temos de realmente nosso, de impenetravelmente e inexpugnavelmente nosso.

Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte disso, tenho em mim todos os sonhos do mundo... Álvaro de Campos

Nenhuma idéia brilhante consegue entrar em circulação se não agregando a si qualquer elemento de estupidez. O pensamento coletivo é estúpido porque é coletivo: nada passa as barreiras do coletivo sem deixar nelas, como real de água, a maior parte da inteligência que traga consigo.

Nunca sabemos quando somos sinceros. Talvez nunca o sejamos. E mesmo que sejamos sinceros hoje, amanhã podemos sê-lo por coisa contrária."
(frases de Fernando Pessoa)


IMPULSOS INSUPORTÁVEIS - Rosa Kapila

Do blog rosakapila.zip

“Se um autor escrevesse apenas para a sua época,

eu teria que quebrar minha caneta e jogá-la fora.”

( Victo Hugo )
Nenhuma aula de literatura

Vai dar conta de todas as pessoas dentro de nós.

Fui refugiar-me em Santa Teresa

Nessa boca-de-noite canhestra.

Parece que há mil anos morei por aqui.

Quando sinto impulsos insuportáveis

/este é meu caminho.

Vi numa roda de malhação de judas

O bisneto de Augusto dos Anjos e no bonde

/a bisneta de Cora Coralina

só me falta dar de cara com os sobrinhos de Bandeira.

Num encontro ancestral estaria Paraíba/ Pernambuco

/ e Goiás.

Paulo dos Anjos vem me beijar cheio de farinha de trigo...

Ele é o ator principal da peça que se desenrola

No Largo dos Guimarães.

Ai minha Santa Teresa saudades tenho de ti.

Desço a Ladeira pela André Cavalcante,

/ rua em que morou Carmen Miranda.

Com um pedaço de pau afugento os cachorros...

Só então me recordo do sonho... uma onça roubava os

/cigarros de Ícaro e fumava tirando onda

/com minha cara.

Com “a neura” do sonho voltei para as escadarias

/e subi no bonde que apontava.

Hoje não é meu dia

Eu detesto Hoje.

Eu quero matar/sangrar/retalhar o dia de Hoje.

Hoje eu sou Anne Sexton naquele poema-pesadelo

“A mulher do fazendeiro”:

“(...) e ela o desejava aleijado ou poeta, ou ainda

/mais solitário,ou, às vezes, melhor, meu amado morto.”


Olha só, Sexta-feira chegou alguém no meu trabalho distribuindo este poema. eu não o vi. foi a minha colega de sala que recebeu e me deu. Resolvi postar aqui.

"Quando o homem e a mulher se amam em verdade,
o eu sucumbe, o nós ressuscita;
para eles o ideal é a soma,
o subtraair não compensa;
o dividir inexiste, o
multiplicar é a meta e,
entre si, se assim o fizerem,
com certeza,
em suas vidas,
para sempre,
a ternura será rio perene,
a primavera;
a felicidade,
completa e eterna,
tão eterna quanto o próprio tempo."
(V. de Araújo)

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