Um dos bons se foi
Postado por José Godoy em 22 de maio de 2009 às 14:05
Zé Rodrix faleceu. Uma pena que alguém raro no cenário cultural tenha partido tão cedo. Há pouco mais de um ano, sua nota esclarecendo sua saída do musical “Rei lagarto”, sobre a vida de Jim Morrison, serviu como uma espécie de declaração de princípios de um artista em tempos de Lei Rouanet. Abaixo reproduzo o trecho que valeria ser distribuído em conjunto com os editais de fomento.
“Acabo de descobrir exatamente nos detalhes desta notícia que não vou mais participar do projeto. Vocês conhecem a minha opinião sobre Renúncia Fiscal e Leis de Incentivo. Enquanto isto era um empreendimento privado, no máximo com os patrocínios e os apoios diretos de empresas que se associariam ao empreendimento, eu estava dentro. Infelizmente, ao entrar na jogada da Lei Rouanet, MiniCul etc., ele se torna impossível para mim.
Não acredito que o dinheiro de TODOS deva servir para patrocinar a aventura pessoal de ALGUNS, e, quando isto se configura, eu saio fora. Investimento deve ser feito com dinheiro real que não prejudique o essencial do país. Impostos devem ter fim específico, e os sustento da arte não é, a meu ver, uma destas essencialidades. Sempre fui um artista que não se privilegiou de nenhum tipo de ligação com estados e governos, em nome de minha própria liberdade. Assim sendo, há que haver em mim algum respeito pelas coisas em que eu acredito. Se entrar nisto, estarei negando tudo que é a minha maneira de ser, pensar e agir. No Brasil de hoje, precisamos de investidores conscientes, e não, segundo minha maneira de ver a realidade, de utilizar de maneira equivocada o dinheiro público.”
do blog http://colunas.g1.com.br/fimdeexpediente/
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