Da prosa à poesia, obras literárias inspiram produção musical brasileira
Rachel Bonino
O centenário da morte de Machado de Assis e o do nascimento de Guimarães Rosa trouxeram à tona uma faceta nem sempre explorada por quem estuda os últimos 100 anos de ficção e poesia brasileiras: a capacidade de uma obra literária inspirar outras formas de expressão. A música popular, por exemplo, é velha usuária da literatura. E fatos culturais recentes mostram essa tradição em pleno vigor.
João Guimarães Rosa, por exemplo, serviu de base para todo um CD composto pelo grupo paulista Nhambuzim. Já a edição deste ano do Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão (SP), cujo tema foi a literatura, apresentou em julho músicas inspiradas em autores universais, dentre eles, Machado de Assis, única presença nacional. Quem perdeu o evento, pode ver Machado musicado na recém-lançada exposição Machado de Assis, Mas este não é um capítulo sério, no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo. No corredor dedicado à poesia machadiana está a versão em partitura de Coração triste falando ao sol, de Alberto Nepomuceno (1864-1920), "pai" do nacionalismo na música erudita brasileira.
Poesia de Machado de Assis, Coração triste falando ao sol foi musicada por Alberto Nepomuceno, cuja partitura está exposta na mostra sobre o escritor no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo
Cada iniciativa do gênero mostra uma possibilidade da linguagem literária, a de continuar fazendo efeito para além de seu conteúdo verbal.
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Casos como o de Vinicius de Moraes, de Bandeira, Guimarães Rosa ou Machado mostram que traduzir musicalmente uma poesia feita para ser lida pode ser um feito do engenho e da arte. Mas é também a constatação de que há tantas possibilidades de ritmos como de formas poéticas, de sonoridades em cada poeta, de equivalências entre o verbo e o som, e o fascínio que a palavra exerce na música popular pode residir, no fundo, na força do que um poeta, pelo menos o de verdade, tem a dizer. Seja por meio de palavras ou de sons.
você pode ver o texto completo sobre o assunto no site: http://revistalingua.uol.com.br/textos.asp?codigo=11570
Frases e Citações
"Decepção não mata, ensina a viver."
"Os homens perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem dinheiro para recuperar a saúde. E, por pensarem ansiosamente no futuro, esquece-se do presente de tal forma que aacabam por não viver nem o presente e nem o futuro. E vivem como se nunca fossem morrer, e morrem como se nunca tivessem vivido." Dalai Lama
"Não preciso me drogar para ser um gênio; Não preciso ser um gênio para ser humano; Mas preciso do seu sorriso para ser feliz." Charles Chaplin
"Acho uma irresponsabilidade o escritor desconhecer a sua ferramenta de trabalho. Desde a alfabetização, o que sempre me fascinou não foi a botânica, mas a jardinagem das palavras."
"Por norma, na imprensa se escreve melhor do que na universidade. Por quê? Porque pior do que o analfabeto humilde é o analfabeto arrogante. O primeiro tem cura, o segundo morre daquilo! O problema é que, em todas as profissões, a dieta de leitura é paupérrima."
"Respeito esses intelectuais que aí estão pedindo anistia, ressarcimentos e pensões, mas, como gosto da conversa clara, acho isso uma pouca-vergonha. Que pelo menos não sejam traídos os mortos, pois p reço dessas compensações me cheira a 30 dinheiros!"
Deonísio da silva (revista Língua Portuguesa, agosto/2008)
"Em vez de ouvirem os escritores em busca de respostas sobre o que somos, as pessoas precisam ouvir umas às outras, porque nós, autores não somos mais do que meros trabalhadores da palavra." José Saramago
"A totalidade da sabedoria humana não está contida em nenhuma língua, e nenhuma língua é capaz de expressar todas as formas e todos os graus da compreensão humana." Ezra Pound.
"Falto eu mesmo, e essa lacuna é tudo." Machado de Assis.
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