domingo, 30 de novembro de 2008

Sentimento de incompletude

Ontem durante palestra do Gikovate sobre o amor, ele disse que quem ama não sossega, é doido e só os doidos conseguem fazer algo de bom porque procuram, buscam, são incansáveis. Quem ama se acha incompleto e se incomoda com a inércia, com a paralisia do corpo e do espírito. Que sejamos todos loucos! Hoje, por exemplo, estou muito louca. Acho que produzi um texto muito bom , o último, da minha pós-graduação. gostei muito do resultado e isso me deixou feliz demais. Mandei o texto para o professor e ele me deu um ótimo feedback. Nesse momento estou arrumando as minhas coisas para a semana de trabalho, todos os meus filhotes estão guardados em casa e eu sinto uma enorme paz.

Vocês são lindos e maravilhosos, meus amores. Beijos da mamãe.



ASSIS BRASIL
Dia desses eu estava no portão da Fundação Bradesco com a professora Conceição, quando vi aquela pessoa passeando no calçadão da escola. E logo a Conceição o reconheceu e ele parou pra conversar com a gente.Era Assis Brasil. fiquei emocionada e surpresa. estava acompanhado da Flávia, uma ex-aluna minha, que agora é seu par constante e me surpreendi quando ela me disse que ele estava morando logo ali, perto da casa dela. Flávia é uma amante da Literatura, não só como leitora, também gosta de escrever. Disse que ele estará lançando um livro no dia 04/12 (próxima quinta-feira). Que pena, é um dia cheio pra mim. Não vou poder ir. Ficamos de agendar um encontro na escola.

sábado, 29 de novembro de 2008

Voltei!


Voltei!

Depois de um longo dia de trabalho e de tantas coisas boas que aconteceram, resolvi voltar. Estou esperando o Hélio organizar o layout. Não é assim que eu quero, mas eu estava vendo aqui algumas coisas e resolvi postar estas que eu já havia selecionado.

Olha só, esta é uma conversa de comadres. Os nomes são fictícios, mas a história é verdadeira.

Mercúrio?
Recém-chegada do interior do Piauí, menina, devia ter uns 14 anos. Cuidaria de uma criança de 2 anos na casa da dona Nena, em Teresina. Logo ficou encantada pela cidade, televisão e pelo rapaz que aparecia na janela do outro apartamento. Começou a assediá-la toda vez que dona Nena saía para o trabalho. Ela foi se deixando envolver . Estava apaixonada. Era virgem e era a primeira vez que lhe batia forte o coração e um fogo lhe subia pelas coxas em labaredas de desejo. Ele, tratou logo de seduzi-la.
Chegou o grande dia. Seria dele. E assim foi. Depois daquele momento, entorpecida de amor, sentiu um fio de sangue descendo em suas coxas e ficou desesperada. “O que é isso?” perguntou ao rapaz. “Não é nada, passa mercúrio que sara.” E haja mercúrio todo dia. Nada! Enjôos, tonturas , voltou para o interior e dois anos depois...
“Dona Nena, não seu o que faço com esse menino, é danado demais!” “Quer dizer então, que este é o Merc..., perguntou dona Nena” “É, dona Nena, de batismo é Fábio.

Não me lembrava mais dessa menina, quando dia desses conversando com minha amiga Nena ela me saiu com essa: “Marla, pois não é que o mercúrio já tem dois anos!

Fundação Maria Carvalho - 10 anos

Hoje foi um dia especial para a vida de muitas mulheres portadoras de câncer de mama. A Fundação Maria Carvalho, presidida pelo Dr. Luis Aírton é um exemplo de trabalho solidário, de assistência social, de saúde no combate ao câncer de mama no Piauí. Estive presente ao evento no Cine Teatro da Assembléia Legislativa. A programação incluiu exibição de vídeos, missa em ação de graças, desfile de sutians da faculdade moda da Novafapi e palestra com o Psicoterapeuta Flávio Gikovate que falou de Felicidade e de amor. O que é preciso para ser feliz?

Segundo Flávio Gikovate, duas coisas são inimigas da felicidade: a vaidade e o medo de ser feliz.
A felicidade não exclui o sofrimento, mas é preciso estar aberto a ela. Um requisito essencial é a maturidade emocional, a capacidade de superar as situações de sofrimento. A felicidade não está ligada a fatores materiais, a dinheiro, por exemplo. Ela exige respeito pelas diferenças, domínio do positivo e democracia. O egoísmo não combina com felicidade.



Porto solidão

Essa semana ouvi muito Jessé. Procurando uns Cd´s para colocar no carro encontrei este do Jessé.

Porto Solidão
Jessé

Composição: Zeca Bahia e Gincko

Se um veleiro
Repousasse
Na palma da minha mão
Sopraria com sentimento
E deixaria seguir sempre
Rumo ao meu coração...

Meu coração
A calma de um mar
Que guarda tamanhos segredos
De versos naufragados
E sem tempo...

Rimas, de ventos e velas
Vida que vem e que vai
A solidão que fica e entra
Me arremessando
Contra o cais...(2x)

Solidão De Amigos
Jessé

Composição: Jessé

Lenha na fogueira, lua na lagoa
Vento na poeira, vai rolando à toa
A cantiga espera quem lhe dê ouvidos
A viola entoa, solidão de amigos

A saudade lembra de lembranças tantas
Que por si navegam nessas águas mansas
A saudade lembra de lembranças tantas
Que por si navegam nessas águas mansas

Quando a cachoeira desce nos barrancos
Faz a várzea inteira se encolher de espanto
Lenha na fogueira, luz de pirilampos
Cinzas de saudades voam pelos campos

A saudade lembra de lembranças tantas
Que por si navegam nessas águas mansas
A saudade lembra de lembranças tantas
Que por si navegam nessas águas mansas

Campo Minado
Jessé


Composição: Mário Maranhão / Mário Marcos / Maxcilliano

Já andei por tantas terras
Já venci mil guerras
Já levei porradas, dominei meu medo
Já cavei trincheiras no meu coração

Descobri nos pesadelos sonhos mutilados
E acordei no meio de anjos cansados
De serem usados pela solidão

Ah! Meu coração é um campo minado
Muito cuidado, ele pode explodir
E se depois de tão dilacerado
For desarmado por quem há de vir

Alguém que queira compensar a dor
Plantar o sonho e ver nascer a flor
Alguém que queira então me residir
E explodir meu coração de amor

Abismo

Não conhecia esta música. Esta semana durante a reunião do CMAS, seu Lima, que me acha linda, escreveu esta música de Anísio Silva em uma folha de papel e me ofereceu e ainda leu em voz alta.

Abismo
anísio silva

quem na vida por amor
num momento de paixão
certo da felicidade
entregou seu coração

com certeza como os outros
que o destino enganou
afastou da verdade
na mentira acreditou

agora, em todos instantes que passa
vem maior sua desgraça
neste crime por amor.

Nietzsche

O filósofo da afirmação da vida
Em lugar de utilitarismo e uniformização, ele propunha cultura e aprimoramento pessoal

Por Marcio Ferrari
Rebelde e provocador, o alemão Friedrich Nietzsche (1844-1900) se propôs a desmascarar as fundações da cultura ocidental, mostrando que há interesses e motivações ocultas, e não valores absolutos, em conceitos como verdade, bem e mal. Com isso, Nietzsche aplicou um golpe nos sistemas filosóficos, morais e religiosos. Sua frase mais conhecida ("Deus está morto") não trata apenas de ateísmo, mas da necessidade de romper a "moral de rebanho" - as verdades tidas como inquestionáveis e o que é aceito por imposição - para viver as potencialidades humanas em sua plenitude.

Nietzsche foi professor universitário e escreveu textos específicos sobre Educação. "A máxima ‘tornar-se aquilo que se é’ orienta seu pensamento nessa área", diz Rosa Maria Dias, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. "Com essa frase, ele indica a tarefa do educador de levar seus alunos a pensar por si mesmos."

O filósofo criticava o sistema escolar por ser um reforço da moral de rebanho: ao uniformizar o conhecimento e os próprios alunos, a instituição se curva às exigências externas do mercado e do Estado. Na Educação de seu país, ele via o avanço do ensino técnico sobre todos os níveis escolares com a finalidade de preparar profissionais e servidores competentes. Em lugar da massificação e do utilitarismo, Nietzsche propunha o aprimoramento individual e uma "Educação para a cultura" (leia o quadro na página 28). Entenda-se por cultura a criação de "personalidades harmoniosamente desenvolvidas", segundo Rosa Dias.

A habilidade de transformar

Se Nietzsche combatia a vulgarização dos conteúdos escolares, também criticava o saber voltado para a erudição. Para ele, havia em sua época um excesso de cultura histórica, que gerava uma reverência paralisante ao passado. Com isso, sufocava-se a força do agora e impedia-se o surgimento do novo. Mais ainda: a tendência histórico-cientificista impossibilitava a presença efetiva da Arte e da Filosofia no ensino, por se tratarem de campos de conhecimento instáveis e desafiadores, que estimulam a crítica.
Biografia
Vida marcada por conhecimento e dor
Friedrich Wilhelm Nietzsche nasceu em 15 de outubro de 1844 em Röcken, Alemanha, filho e neto de protestantes. Nas universidades de Bonn e Leipzig, estudou Filologia, disciplina que lecionou na Universidade da Basiléia, na Suíça. Apaixonado por música, chegou a compor peças para piano. Sua carreira universitária começou a declinar com a publicação de sua primeira obra, O Nascimento da Tragédia no Espírito da Música (1872). Em 1877, publicou Humano, Demasiado Humano, na forma de aforismos. Quase cego, com freqüentes crises de enxaqueca, se aposentou em 1879. Entre 1883 e 1888, publicou, entre outros livros, Assim Falou Zaratustra e dois títulos para explicá-lo (Além do Bem e do Mal e Genealogia da Moral). Passou os últimos 11 anos de vida mergulhado na loucura e morreu em 1900, de paralisia geral, na cidade alemã de Weimar.
Sem ser contra o ensino de História nem subestimar o sentido histórico dos fatos, o filósofo via no sistema engessado um entrave para a percepção da "força plástica" do ser humano - isto é, sua habilidade de transformar. "Para não agir como coveiro do presente, é necessário conhecer a capacidade de crescer por si mesmo, assimilar o passado, cicatrizar feridas, preparar perdas, reconstruir as formas destruídas - tudo isso é força plástica", diz Rosa Dias.

Nietzsche lamentava que uma espécie de ditadura da praticidade tivesse causado a perda da importância da leitura e do estudo de língua nas escolas, levando à degeneração da cultura. Naquele momento, dizia ele, ou se via o idioma como um organismo morto a ser dissecado, ou se encaminhavam a escrita e a leitura para os usos meramente comunicativos, reduzindo os textos a um padrão simplificado, supostamente ágil e moderno.

Um dos primeiros pensadores a conceber a leitura como uma atividade que não se limita à assimilação passiva de informações, Nietzsche achava que ler era uma experiência transformadora, inclusive no sentido físico. Isso porque, para se formar leitor, é necessário educar a postura, treinar a concentração e perseverar.

Vontade de potência
Como grande admirador da Antigüidade, principalmente da cultura clássica grega, o filósofo não aceitava a separação entre o corpo e o espírito. Tampouco dissociava, em seus textos, pensamento e vida. Segundo o filósofo Gilles Deleuze (1925-1995), no ideal de Educação de Nietzsche, "os modos de vida inspiram as maneiras de pensar e os modos de pensar criam maneiras de viver".
Os caminhos de Nietzsche
A experiência estética no início de tudo


PAIXÃO PELA ESTÉTICA O pensador admirava o belo na filosofia, na arte grega e na música
As grandes influências de Nietzsche surgiram na época em que ele era estudante na Universidade de Leipzig. Lá ele descobriu a filosofia de Arthur Schopenhauer (1788-1860) e a música de Richard Wagner (1813-1883), de quem se tornou amigo mais tarde. Além da filosofia e da música, a Antigüidade clássica grega era seu terceiro interesse primordial. Nos três, se encontrava o papel central da experiência estética. Nietzsche via em Wagner o renascimento da grande arte grega. Mais tarde, o filósofo se distanciou do compositor, por considerar que ele se curvava ao gosto do público burguês, e da obra de Schopenhauer, por ver em seu pessimismo um sintoma de decadência cultural. Na maturidade, Nietzsche analisou a origem e a função dos valores na vida e na cultura, concluindo que uma "moral de escravos" se impôs à humanidade desde o predomínio da tradição judaico-cristã. Compaixão, humildade, ressentimento e ascetismo teriam, então, constrangido a vontade de potência, que seria o princípio de toda a vida. Nietzsche, que abominava o anti-semitismo e o nacionalismo, foi visto durante muito tempo como inspirador do nazismo por causa da edição forjada e mal-intencionada que sua irmã, Elizabeth, fez dos escritos deixados por ele.
Encontra-se nesse processo contínuo a vontade de potência, que na filosofia nietzschiana é a força motriz do ser humano. "A vida é antes de tudo uma capacidade de acumular forças", explica Rosa Dias. "Ela é essencialmente o esforço por mais potência, e para isso precisamos ser instruídos." Portanto, para Nietzsche, a Educação deveria se especializar em formar personalidades fortes, não homens teóricos ou pessoas ilustradas.

Cabe à escola, de acordo com o filósofo, produzir nos alunos a capacidade de dar novos sentidos às coisas e aos valores. Nietzsche dizia que só os jovens poderiam entender suas contestações. É, então, de supor que a idade escolar seja a melhor para levar o ser humano a pensar criticamente a respeito do mundo a sua volta. Mas, para isso, a sala de aula precisa valorizar "uma cultura da exceção, da experimentação, do risco, do matiz", nas palavras do filósofo.

Finalmente, ao educador cabe o papel de modelo, alguém que demonstra como se educar com disciplina e paciência. "Educar-se para ser educador significa, basicamente, estar à altura daquilo que se ensina", diz Rosa Dias. "O professor precisa ser mestre e escultor de si mesmo."

Retirado da Revista Novaescola edição de novembro/2008

Sobre a Inteligência e o Pênis

Sobre a inteligência e o pênis
Deus abandonou os céus monótonos em que vivia e se mudou para o jardim das delícias

Rubem Alves

O que vou escrever não saiu da minha cabeça. Encontrei escrito nas Escrituras Sagradas. Elas contam que no princípio de todas as coisas Deus estava infeliz. A mesmice da eternidade perfeita lhe dava tédio. Aí ele se perguntou: "o que é que me faria feliz?"

Aí ele teve um sonho: sonhou com um jardim. Resolveu, então, plantar um jardim para ficar alegre. Começou nos confins do vazio, criando as grandes estrelas, o sol, a lua, e foi afunilando, afunilando, até chegar a um lugar bem pequeno onde plantou o seu sonho: o paraíso. Fontes, árvores frutíferas, flores, pássaros, borboletas, animais de todo tipo e até um vento fresco e perfumado que soprava nas tardes.

Era o jardim das delícias, destino dos homens, destino do universo, o destino de Deus! O paraíso era melhor que o céu! Prova disso é que Deus abandonou os céus monótonos em que vivia e se mudou para o jardim.

Terminado o seu trabalho de seis dias, Deus parou de trabalhar. Entregou-se então àquilo para o que o trabalho havia sido feito: uma deliciosa vagabundagem contemplativa. Os olhos olharam para o jardim e experimentaram o êxtase da beleza! "E viu Deus que era muito bom..." Nada havia para ser feito. Havia tudo para ser gozado.

Os poemas sagrados colocam as coisas na ordem certa. A semana bíblica começa com os dias de trabalho e termina com o dia do descanso. Mas a Igreja alterou essa ordem. Pôs em primeiro lugar o dia do descanso. Descansar para quê? Para trabalhar. Nessa inversão da ordem se encontra toda uma filosofia de vida. A filosofia do Criador diz que o objetivo da vida é o gozo. Vivemos para o prazer e a alegria. O trabalho é apenas um meio para se chegar ao gozo. Mas a filosofia da Igreja diz o contrário: que o objetivo da vida é o trabalho, e o descanso existe só para a gente trabalhar melhor. O gozo é perigoso. No gozo moram os pecados. É preciso trabalhar muito para não ter tempo para pecar...

Se fôssemos feiticeiros, se tivéssemos o poder mágico dos deuses, bastaria dizermos o sonho em voz alta para que ele se realizasse. Mas, infelizmente, feiticeiros não existem. Para que as coisas existam, não basta sonhar. É preciso pensar. É o sonho que desperta a inteligência: "inteligência! Pense as coisas que tenho de fazer para realizar o meu sonho". Somente então a inteligência acorda e se põe a pensar.

A inteligência funciona do jeito como o pênis funciona. Pois o que é o pênis? É um órgão que, no seu estado normal, é um apêndice ridículo, flácido, que realiza funções escretoras automáticas que não exigem esforço de pensamento. Mas, se provocado pelo desejo, ele passa por extraordinárias transformações hidráulicas, cresce, aponta para o alto e ganha o poder de dar prazer e de criar vida. Sem desejo é inútil que a cabeça lhe dê ordens...

Assim também é a inteligência. No cotidiano, ela se encontra num estado de flacidez e preguiça que é mais do que suficiente para a realização das tarefas rotineiras. Quando, entretanto, a inteligência é provocada pelo desejo, ela cresce e se põe a pensar as coisas mais extraordinárias. Essa idéia louca já havia passado pela sua cabeça - que a função principal da educação é erotizar a inteligência para que ela?tenha ereções e?acorde da sua letargia?

Rubem Alves - Educador e escritor
Revista educação edição 138

"Os mistérios de Clarice"

REVISTA EDUCAÇÃO - EDIÇÃO 138
Os mistérios de Clarice
O incompreensível e o enigmático passeiam pelos caminhos de Lóri, personagem cuja sabedoria está em aceitar o que não entende e, com isso, ensinar quem pensa saber tudo


Gabriel Perissé*
Para conhecer a dimensão educadora da obra de Clarice Lispector (1920-1977), um bom caminho é Uma aprendizagem ou O livro dos prazeres, publicado em 1969. Clarice, naquela ocasião, vivia momentos difíceis. Além dos cuidados que a saúde de um de seus filhos exigia, ainda se recuperava física e emocionalmente do incêndio em seu quarto, que a deixou gravemente ferida três anos antes, e do choque produzido pela morte recente de dois grandes amigos, os escritores Lúcio Cardoso e Sérgio Porto (Stanislaw Ponte Preta).

Uma aprendizagem, segundo a autora, pediu-lhe uma liberdade maior, e ela teve de escrevê-lo com essa liberdade, humildemente: "Humildemente tentei escrevê-lo. Eu sou mais forte do que eu". Foi, podemos pensar, um livro de superação, um aprendizado literário e existencial, um recomeço. Não à toa, uma das epígrafes é do poeta Augusto dos Anjos, relacionando "a mais alta expressão da dor" à alegria.

Trata-se, à primeira vista, de uma banal história de amor, com um tratamento muito diferente daquele, de inspiração metafísica, do seu romance anterior, A paixão segundo G. H. (1964), e sem a densidade de A maçã no escuro (1961).

Ulisses e Loreley (Lóri), dois professores, começam a namorar. Ele é professor universitário, de filosofia, e ela leciona na escola primária. O "desnível" sugere que Lóri teria muitas coisas a aprender com Ulisses, esperando dele algum tipo de avaliação, de orientação ou conselho. E, de fato, Ulisses assume o papel do mestre perante a discípula:

- É que você só sabe, ou só sabia, estar viva através da dor.
- É.
- E não sabe como estar viva através do prazer?
- Quase que já. Era isso o que eu queria te dizer.
Lóri é ingênua... ou se faz de ingênua, perguntando-lhe como deve agir, se está acertando, se está sendo autodidata. Canto de sereia, talvez, que leva Ulisses a falar além da conta, investir ainda mais no tom professoral, um tanto pernóstico:

- (...) Muitas coisas você só tem se for autodidata, se tiver a coragem de ser. Em outras, terá de saber e sentir a dois. Mas eu espero. Espero que você tenha a coragem de ser autodidata apesar dos perigos, e espero também que você queira ser dois em um. Sua boca, como eu já lhe disse, é de paixão. É através da boca que você passará a comer o mundo, e então a escuridão de teus olhos não vai se aclarar mas vai iridescer.

Como professora, Lóri tem um comportamento maternal. Seus alunos são crianças pobres e, no inverno, usa a mesada que recebe do pai (nenhuma menção ao salário...) para comprar-lhes agasalhos, guarda-chuvas e meias de lã. Em suas aulas ideais, torna-se misteriosa: explica que a palavra aritmética "vinha de 'arithmos' que é ritmo, que número vinha de 'nomos' que era lei e norma, norma do fluxo universal da criança". Bem sabe a professora que tudo isso é incompreensível, mas faz parte do mistério da vida a lição de, por ora (ou para sempre), não entender.

Aliás, Lóri defende essa estranha didática:

"Não entender" era tão vasto que ultrapassava qualquer entender - entender era sempre limitado. Mas não-entender não tinha fronteiras e levava ao infinito, ao Deus. Não era um não-entender como um simples de espírito. O bom era ter uma inteligência e não entender. Era uma bênção estranha como a de ter loucurasem ser doida. Era um desinteresse manso em relação às coisas ditas do intelecto, uma doçura de estupidez.

O incompreensível e o enigmático passeiam pela obra de Clarice. Lóri, aos poucos, graças a esta sabedoria que aceita não entender nada, vai ensinando a Ulisses que ele também não sabe tudo. Incomoda ao filósofo, por exemplo, que a sua "aluna" prefira falar "o Deus", e não "Deus":

- (...) Mas eu queria saber por que você, em vez de chamar Deus, como todo o mundo, chama o Deus.
- Porque Deus é um substantivo.
- É a professora primária que está falando.
- Não, Ele é substantivo como substância. Não existe um único adjetivo para o Deus.

Desconcertado, o professor do ensino "superior" descobre que precisa aprender coisas "primárias", primeiras. E quando os dois finalmente se encontram para o amor, não é mais aluna e mestre que estão ali, embora um continue a aprender com o outro. Pois esta é a essência do aprendizado: quem ensina precisa aprender.

O primeiro aluno e o professor sabe-tudo
Todo escritor tem consciência do quanto influência a visão de mundo dos seus leitores. Em depoimento gravado para o Museu da Imagem e do Som (20/10/76), Clarice referia-se ao Uma aprendizagem: "É uma história de amor. E duas pessoas já me disseram que aprenderam a amar através desse livro. Pois é".

Mais do que as linhas, são as entrelinhas que influenciam. Mesmo esse coloquial "pois é" pode ser interpretado de várias formas. Haverá nele um pouco de ironia, de resignação, de admiração, de gracejo. E este é outro dos ensinamentos de Clarice: existem segredos e desdobramentos onde tudo parece simples e cotidiano.

Como em outro texto seu, intitulado O primeiro aluno da classe, com o qual somos apresentados a um menino de nove anos extremamente ajuizado, solícito (empresta livros aos colegas da escola, ajuda-os a entender a matéria), cujo segredo é um caracol. Clarice repete que o segredo dele é um caracol, antes de finalmente contar o porquê...

Seu segredo é um caracol. Do qual não esquece um instante. Seu segredo é um caracol que o sustenta. Ele o cria numa caixa de sapato com gentileza e cuidado. Com gentileza diariamente finca-lhe agulha e cordão. Com cuidado adia-lhe atentamente a morte. Seu segredo é um caracol criado com insônia e precisão. (em: Para não esquecer, 1978)

Difícil evitar um estremecimento diante da contradição do menino, que é tão humana, tão nossa: somos delicadamente sádicos, gentilmente perversos, secretamente maus. Na espiral do caracol, o menino experimenta a impiedade. E esta impiedade meticulosa, infinita, sustenta sua solicitude pelos colegas, sua humanidade, sua pertença à escola e à sociedade dos "bons", seu prestígio de aluno correto.

É terrível e bela a imagem do menino torturador. Há coragem e beleza nesta revelação - o segredo do menino agora também é nosso. E cada qual tem o seu caracol.

Há uma energia emocional nesse texto, que precisa ser recriada pelo leitor. Vale dizer: para realizar uma leitura educadora precisamos tomar posse dessa energia, como quem recebe uma herança, mesmo sem esperá-la. Contudo, só a receberemos efetivamente se for de modo ativo e comprometido. A leitura educa, sim, com uma condição: que cada um de nós, mesmo não entendendo, traduza para si mesmo o que apreendeu.

Para Clarice, literatura é exercício de vida, sofrido e inexplicável. Cada livro concluído leva a uma morte parcial, até que se abra outro ciclo de criação. Nada de racionalizações ou fórmulas infalíveis. O professor que aparece em A maçã no escuro representa a postura que Clarice jamais adotaria. O professor é idolatrado pelas personagens femininas, Vitória e Ermelinda. Uma delas, Vitória, querendo elogiá-lo, chega a afirmar que deveria escrever um romance. A reação do professor é imediata:

- Não poderia! (...), aí é que está! Não poderia, exclamou penoso, não poderia porque tenho todas as soluções! já sei como resolver tudo! não sei como sair desse impasse! para tudo, disse ele abrindo os braços em perplexidade, para tudo eu sei uma resposta!
Não procuremos soluções. Não esperemos respostas prontas. Por que, por exemplo, Clarice tinha fascinação pelo nome "Ulisses"? Ulisses é o professor de Uma aprendizagem, mas é também o nome do cachorro de que a autora cuidava, e que aparece pelo menos em dois momentos ficcionais, como narrador no livro infantil Quase de verdade (1967) e como o cachorro de Ângela, em Um sopro de vida (1978).

Vai entender...

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Fechando a minha janelinha

Meus amigos, Vou fechar a minha janelinha por algum tempo. Agradeço a vocês que me vêem, me lêem, me telefonam , me sugerem algo para postar e me enviam emails legais. Preciso realizar algumas coisas pessoais, urgentes e intransferíveis. Tive e tenho muitas alegrias quando estou aqui. È o meu cantinho preferido e essa janela me abre sempre um sorriso, uma paz e um dia sempre melhor. Hoje me vesti com o melhor, lembrei dos desertos que já atravessei,mas também das alegrias e do que a vida tem me dado de bom e só tenho a agradecer, nada a pedir. Estou bem, muito bem e volto com outra janela. Vou escrever um livro sem palavras porque elas cairam todas aqui dentro do meu coração. Um grande abraço e até mais!

domingo, 16 de novembro de 2008

"prova meu batom, rega meu jardim, colore o meu dia" (V.L.)

A Paz
Gilberto Gil/João Donato


A Paz!
Invadiu o meu coração
De repente me encheu de paz
Como se o vento de um tufão
Arrancasse meus pés do chão
Onde eu já não
Me enterro mais...

A Paz!
Fez o mar da revolução
Invadir meu destino
A Paz!
Como aquela grande explosão
Uma bomba sobre o Japão
Fez nascer o Japão na paz...

Eu pensei em mim
Eu pensei em ti
Eu chorei por nós
Que contradição
Só a guerra faz
Nosso amor em paz...

Eu vim!
Vim parar na beira do cais
Onde a estrada chegou ao fim
Onde o fim da tarde é lilás
Onde o mar arrebenta em mim
O lamento de tantos "ais"...

Eu pensei em mim
Eu pensei em ti
Eu chorei por nós
Que contradição
Só a guerra faz
Nosso amor em paz...

Eu vim!
Vim parar na beira do cais
Onde a estrada chegou ao fim
Onde o fim da tarde é lilás
Onde o mar arrebenta em mim
O lamento de tantos "ais"...

A Paz!
Invadiu o meu coração!
A Paz!
Fez o mar da revolução!

Pro Dia Nascer Feliz
Cazuza

Todo dia a insônia me convence que o céu
Faz tudo ficar infinito
E que a solidão é pretensão de quem fica
Escondido fazendo fita
Todo dia tem a hora da sessão coruja
Só entende quem namora
Agora 'vão bora'
Estamos meu bem por um triz pro dia nascer feliz (2x)
O mundo acordar e a gente dormir, dormir
Pro dia nascer feliz
Essa é a vida que eu quis
O mundo inteiro acordar e a gente dormir
Todo dia é dia e tudo em nome do amor
Essa é a vida que eu quis
Procurando vaga uma hora aqui, a outra ali
No vai-e-vem dos teus quadris
Nadando contra a corrente só pra exercitar
Todo o músculo que sente
Me dê de presente o teu BIS pro dia nascer feliz (2x)
O mundo inteiro acordar e a gente dormir, dormir
Pro dia nascer feliz (2x)
O mundo inteiro acordar e a gente dormir

Raphael Rabelo - Luiza




MEtade - Adriana Calcanhoto

Eu perco o chão, eu não acho as palavras
Eu ando tão triste, eu ando pela sala
Eu perco a hora, eu chego no fim
Eu deixo a porta aberta
Eu não moro mais em mim
Eu perco a chaves de casa
Eu perco o freio
Estou em milhares de cacos, eu estou ao meio
Onde será que você está agora?

O Ciúme
Caetano Veloso


Dorme o sol à flor do Chico, meio-dia
Tudo esbarra embriagado de seu lume
Dorme ponte, Pernambuco, Rio, Bahia
Só vigia um ponto negro: o meu ciúme

O ciúme lançou sua flecha preta
E acertou no meio exato da garganta
Quem nem alegre nem triste nem poeta
Entre Petrolina e Juazeiro canta
Velho Chico vens de Minas

De onde o oculto do mistério se escondeu
Sei que o levas todo em ti, não me ensinas
E eu sou só, eu só, eu só, eu
Juazeiro, nem te lembras dessa tarde
Petrolina, nem chegaste a perceber
Mas, na voz que canta tudo ainda arde

Tudo é perda, tudo quer buscar, cadê
Tanta gente canta, tanta gente cala
Tantas almas esticadas no curtume
Sobre toda estrada, sobre toda sala
Paira, monstruosa, a sombra do ciúme

Todo Amor que Houver Nessa Vida
Cazuza


Eu quero a sorte de um amor tranqüilo
Com sabor de fruta mordida
Nós na batida, no embalo da rede
Matando a sede na saliva

Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum trocado pra dar garantia

E ser artista no nosso convívio
Pelo inferno e céu de todo dia
Pra poesia que a gente não vive
Transformar o tédio em melodia

Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum veneno antimonotonia

E se eu achar a tua fonte escondida
Te alcanço em cheio, o mel e a ferida
E o corpo inteiro como um furacão
Boca, nuca, mão e a tua mente não

Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum remédio que me dê alegria

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Chacal - Dançando com as palavras



Entrevista: Chacal
Postado por Luciano Trigo em 13 de Novembro de 2008 às 23:53

Aos 57 anos, com sua obra reunida no livro Belvedere, o poeta marginal continua dançando com as palavras

“Vai ter uma festa / que eu vou dançar / até o sapato pedir pra parar. // aí eu paro / tiro o sapato / e danço o resto da vida”. Se a festa de Chacal é a poesia, de fato ele nunca parou de dançar - com as palavras.

Em 1971, quando tinha 20 anos e estudava Comunicação Social na UFRJ, Ricardo de Carvalho Duarte lançou seu primeiro livro, Muito prazer, Ricardo, em cem exemplares mimeografados, distribuídos de mão em mão. Marcado pela leitura de Oswald de Andrade e buscando uma forma de expressão libertária em meio à atmosfera sufocante do regime militar, ele falava seus poemas nos bares, na praia, nas portas dos teatros, onde desse e houvesse alguém para ouvir. A “geração mimeógrafo” que ele capitaneou logo foi reconhecida, inclusive no meio acadêmico, como um vigoroso movimento de renovação estética, conhecido como Poesia Marginal. Em meio a um processo de generalizado desbunde, ensaístas como Heloisa Buarque de Hollanda (que editou a decisiva coletânea 26 poetas hoje) deram seu aval ao grupo - que incluía poetas talentosos como Cacaso, Francisco Alvim e Ana Cristina César - e contribuíram para amplificar sua voz. Mesmo sem recursos, sem editoras, com livros produzidos artesanalmente em tiragens minúsculas, eles alcançaram, ao longo dos anos 70, uma reverberação impressionante, que (para o bem e para o mal) se renova a cada geração de novos poetas, embora o contexto seja hoje muito diferente.

Pouco depois da estréia, Chacal teve um poema incluído incluído na antológica revista Navilouca, editada por Torquato Neto e Waly Salomão. No ano seguinte, tentando juntar dinheiro para viajar para Londres, lançou o segundo livro, adequadamente intitulado Preço da passagem. Mais tarde vieram, entre outros, América (1975), Nariz Aniz (1979), Boca Roxa (1979), Comício de Tudo (1986), Letra Elétrika (1994) e A vida é curta pra ser pequena (2002). No meio do caminho ele participou do grupo Nuvem Cigana, escreveu peças de teatro (em parceria com os grupos Asdrúbal Trouxe o Trombone e Manhas e Manias), letras de música (para a Blitz e o Barão Vermelho), etc etc etc. Recentemente, a editora Cosac Naify lançou sua obra completa, Belvedere (384 pgs. R$59) - que, naturalmente, já estava incompleta mal chegou às livrarias. Sinal dos tempos: a poesia marginal em edição de luxo.

Mas o poeta continua viajando, Brasil adentro, colocando poesia para fora (ou vice-versa), buscando vazios, cada vez mais raros, para ocupar. A poesia de Chacal continua ágil e desregrada, alegre e inventiva, livre e irreverente: palavras que saem da solidão do papel para cair na vida. Poesia propriamente dita, mesmo quando impropriamente escrita. Chacal escreve como quem brinca.


Ferreira gullar e Luz, do Chico Alvim

G1: Que poetas e poemas marcaram a sua formação?

CHACAL: Os poetas: Oswald de Andrade, Bob Dylan, Allen Ginsberg, Ferreira Gullar, Manoel de Barros, Drummond, Bandeira, Cabral, Waly Salomão, Torquato Neto, Chico Alvim, Cacaso, Charles Peixoto, Caetano, Chico, Gil, Rita Lee, Noel Rosa. Os poemas que mais li: Faca só lâmina, de João Cabral, Ode Triunfal, de Álvaro de Campos, Nasce o Poema, de Ferreira Gullar, e Luz, do Chico Alvim.

G1: Você estreou aos 20 anos, com os cem exemplares mimeografados do livro Muito prazer, Ricardo. Qual é a diferença entre ser poeta nos anos 70 e ser poeta hoje?

CHACAL: Em 70, tudo era novidade e urgência. A informação circulante era infinitamente menor. Hoje, embora o impacto seja menor, o tempo para a leitura e a calma necessária para depurar um poema são maiores.



G1: Por que você acha que as coisas hoje reverberam menos que nos anos 70, embora não faltem poetas de qualidade?

CHACAL: A poesia não é uma mercadoria, não tem valor numa cultura de mercado. As pessoas estão mais preocupadas em ganhar e gastar dinheiro. Eu procuro jogar o jogo e me divertir, na medida do impossível. Não é fácil. Não aceito as regras do jogo.

G1: Você já usou a imagem do espantalho e do agrotóxico para explicar a dificuldade de se produzir uma cultura de contestação hoje…

CHACAL: O espantalho é o inimigo à vista. Um alvo fácil e meio trapalhão, como era a ditadura militar. Hoje o mercado é uma espécie de agrotóxico que introjeta o veneno dentro de cada um. Quem é e onde está o inimigo? O sistema, com seus requintes, seus disfarces, é super competente, mega-divertido, ultra-cruel e suicida. “Para a catástrofe, em busca da sobrevivênvia, vivemos”, escreveu Murilo Mendes.



G1: Como deve ser a relação entre o Estado e a cultura?

CHACAL: Deve ter a simples percepção de que arte é renda e trabalho. Mas acima de tudo, educação. Se a arte não educa, tem o valor de mercado, e só. Se educa, é arte. Da mesma forma que a educação, que ensina a pessoa a ver no escuro, é a mais refinada arte. Creio que é hora de retormar o Mec como Ministério de Educação e Cultura e trabalhar com essas matérias siamesas de uma forma integrada. Arte nas escolas, com certeza, diminuiria muito a evasão dos alunos. Deixar eles se expressarem criativamente, para elaborar as informações variadas que recebem na escola, na rua, em casa, na vida. Assim se faz o aprendizado.

G1: Com quem você dialoga hoje? Para quem já dialogou com Wally Salomão, Torquato Neto e Hélio Oiticica, o mundo não parece ter ficado mais pobre de artistas/intelectuais viscerais?

CHACAL: Dialogo com a garotada do Centro de Experimentação Poética – o CEP 20.000. Dialogo com a galera da Praça Roosevelt, em São Paulo. A vida avança, os contextos mudam. É preciso estar de antena atenta. Mas Fausto Fawcett, Tom Zé e tantos outros estão vivos, muito vivos e bem dispostos.

G1: O que acha da poesia concreta?

CHACAL: A poesia concreta verticalizou o horizonte prolixo da tradição poética canarinha.

G1: Como você enxerga o futuro da palavra, da literatura, da poesia? Ele passa pela internet?

CHACAL: Acredito que acabou o tempo dos especialistas. De agora em diante, criadores para os cinco mil sentidos. Via internet. Edição de sons, textos e imagens. Tudo integrado como um circuito. Não paramos de ouvir para ver, nem de cheirar para tocar. Enfim, uma arte envolvente como um edredon de lâminas acústicas e lágrimas chocantes.

G1: Que importância você atribui à publicação de sua poesia completa no volume Belvedere? O que virá depois da poesia completa?

CHACAL: A importância, pra mim, foi ver que os 36 anos que o livro percorre têm uma identidade e me dão prazer. E por enquanto basta!

G1: Para que serve a poesia hoje?

CHACAL: Para te fazer dormir e sonhar.
http://colunas.g1.com.br/maquinadeescrever/

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Contos de uma aula no vermelho - João Pinto

Ontem à noite quando cheguei em casa, encontrei um pacote em cima da minha cama. Era o último conto do livro de contos "Contos de uma aula em vermelho" do contista piauiense João Pinto que será lançado no Festival Literário Internacional da Floresta. Fiquei emocionada quando o vi e tratei logo de lê-lo. O nome do conto é:"Enquanto durmo, só o verde me apascenta." É belo! Ah, Mary Peres, as abelhas...a inquietação...só quem ama sabe. O presente e o passado,as imagens, a vida, a arte.
"Aí as abelhas migraram para o mosquiteiro, e com elas os antigos aromas da propriedade de pedaços de pau pubo a odores sufocados pelo vento. A massagem começou pelos pés e se espalhou. A tosse morreu. E o medo de que tinha de não levantar foi embora. As abelhas começaram a secretar a emulsão sobre nós. Logo, as primeiras carícias dela. Enquanto durou a chuva, voltei a ser o mesmo homem de orgasmo feliz. Por conta disso, naquela semana, encontrei o caminho das sapucaias gigantes do tio Ageu, na Chapada, que ele recomendava aos sobrinhos que já se interessavam pelos peitos das meninas."
"No quente dos seus beijos, Peres gemia e sussurrava enquanto eu armazenava a alma dela dentro do coração escrito."
"Naquela noite fiquei ardendo de febre por ela."


Obrigada, João Pinto, pelo conto e pela consideração. Sucesso pra você e continue a fazer essa arte que encanta a gente, sacoleja, como você mesmo diz, e faz a gente viver melhor.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Caetano Veloso

Caetano Veloso

Um encanto esse filho de Dona Canô e Seu Zezinho, nascido em Santo Amaro da Purificação, BA, em 07 de agosto de 1942.

Caetano Veloso é um incansável inventor de arte que nossa imaginação jamais poderia perceber, buscando o intangível e o inatingível, retirando sons, gestos e palavras do mais árido território, capaz de traduzir o concreto, a dor, um jeito, uma paisagem ou pessoa na mais variada e sutil percepção da existência.

Revolucionário em sua poesia nos presenteia com fraseados sonoros que movem nossa alma fazendo-nos vibrar - e consegue mostrar a importância não somente de estarmos vivos como também de que podemos/devemos fazer pela vida.

Caetano nos toca sutilmente com a arte de parâmetros próprios, renovando a linguagem artística, musicando poesias concretas, poetizando sons de timbres desconexos e criando a estética musical.

O que mais impressiona neste "baiano-estrangeiro" de Santo Amaro da Purificação (como bem disse Augusto de Campos), é sua capacidade de mostrar as possibilidades da música provocando verdadeiros curtos-circuitos sociais.

Caetano é a "mais completa tradução" da transformação, de tempo e espaço.

Susana Gigo Ayr


Ela e eu (Caetano Veloso)

Há flores de cores concentradas
Ondas queimam rochas com seu sal
Vibrações do sol no pó da estrada
Muita coisa, quase nada
Cataclismas, carnaval
Há muitos planetas habitados
E o vazio da imensidão do céu
Bem e mal e boca e mel
E essa voz que Deus me deu
Mas nada é igual a ela e eu
Lágrimas encharcam minha cara
Vivo a força rara desta dor
Clara como o sol que tudo anima
Como a própria perfeição da rima para amor
Outro homem poderá banhar-se
Na luz que com essa mulher cresceu
Muito momento que nasce
Muito tempo que morreu
Mas nada é igual a ela e eu

Você É Linda
Caetano Veloso

Composição: Caetano Veloso

Fonte de mel
Nos olhos de gueixa
Kabuki, máscara
Choque entre o azul
E o cacho de acácias
Luz das acácias
Você é mãe do sol
A sua coisa é toda tão certa
Beleza esperta
Você me deixa a rua deserta
Quando atravessa
E não olha pra trás

Linda
E sabe viver
Você me faz feliz
Esta canção é só pra dizer
E diz
Você é linda
Mais que demais
Vocé é linda sim
Onda do mar do amor
Que bateu em mim

Você é forte
Dentes e músculos
Peitos e lábios
Você é forte
Letras e músicas
Todas as músicas
Que ainda hei de ouvir
No Abaeté
Areias e estrelas
Não são mais belas
Do que você
Mulher das estrelas
Mina de estrelas
Diga o que você quer

Você é linda
E sabe viver
Você me faz feliz
Esta canção é só pra dizer
E diz
Você é linda
Mais que demais
Você é linda sim
Onda do mar do amor
Que bateu em mim

Gosto de ver
Você no seu ritmo
Dona do carnaval
Gosto de ter
Sentir seu estilo
Ir no seu íntimo
Nunca me faça mal

Linda
Mais que demais
Você é linda sim
Onda do mar do amor
Que bateu em mim
Você é linda
E sabe viver
Você me faz feliz
Esta canção é só pra dizer
E diz

"Você é muito linda, Marlene".
"você é iluminada"

Hoje, antes da reunião do CMAS, um amigo do Conselho estava olhando o meu blog, chegou bem perto de mim e me disse isso com tanto carinho que fiquei comovida. Ganhei o dia. Uma coisa dita assim, vinda de uma pessoa tão simples e tão boa, como o seu Lima, é mesmo pra ficar feliz. Obrigada, seu Lima! você é que é uma pessoa linda, generosa e bom companheiro de trabalho. Acho que é o meu estado de felicidade.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Aos que amamos

Uns versos
Adriana Calcanhoto


Sou sua noite, sou seu quarto
Se você quiser dormir
Eu me despeço
Eu em pedaços
Como um silêncio ao contrário
Enquanto espero
Escrevo uns versos
Depois rasgo

Sou seu fado, sou seu bardo
Se você quiser ouvir
O seu eunuco, o seu soprano
Um seu arauto
Eu sou o sol da sua noite em claro,
Um rádio
Eu sou pelo avesso sua pele
O seu casaco

Se você vai sair
O seu asfalto
Se você vai sair
Eu chovo
Sobre o seu cabelo pelo seu itinerário
Sou eu o seu paradeiro
Em uns versos que eu escrevo
Depois rasgo

Pétala (Djavan)
O seu amor
Reluz
Que nem riqueza
Asa do meu destino
Clareza do tino
Pétala
De estrela caindo
Bem devagar...

Oh! meu amor!
Viver
É todo sacrifício
Feito em seu nome
Quanto mais desejo
Um beijo, um beijo seu
Muito mais eu vejo
Gosto em viver
Viver!

Por ser exato
O amor não cabe em si
Por ser encantado
O amor revela-se
Por ser amor
Invade
E fim!!...(3x)

Isso ( chico Cesar)
Isso que não ouso dizer o nome
Isso que dói quando você some
Isso que brilha quando você chega
Isso que não sossega
Que me desprega de mim
Isso tem de ser assim
Isso que carrego pelas ruas
Isso que me faz contar as luas
Isso que ofusca o sol
Isso que é você e sou sem fim
Isso tem de ser assim

domingo, 9 de novembro de 2008

Amor sublime amor

Soneto do Amor Total

Amo-te tanto, meu amor ... não cante
O humano coração com mais verdade ...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.

Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

Um Amor Puro
Djavan


O que há dentro do meu coração
Eu tenho guardado pra te dar
E todas as horas que o tempo
Tem pra me conceder
São tuas até morrer

E a tua história, eu não sei
Mas me diga só o que for bom
Um amor tão puro que ainda nem sabe
A força que tem
é teu e de mais ninguém

Te adoro em tudo, tudo, tudo
Quero mais que tudo, tudo, tudo
Te amar sem limites
Viver uma grande história

Aqui ou noutro lugar
Que pode ser feio ou bonito
Se nós estivermos juntos
Haverá um céu azul

Um amor puro
Não sabe a força que tem
Meu amor eu juro
Ser teu e de mais ninguém
Um amor puro


Samba em prelúdio

Eu sem você

Não tenho porquê,

Porque sem você

Não sei nem chorar,

Sou chama sem luz,

Jardim sem luar,

Luar sem amor,

Amor sem se dar.

Eu sem você

Sou só desamor,

Um barco sem mar,

Um campo sem flor,

Tristeza que vai,

Tristeza que vem,

Sem você, meu amor,eu não sou ninguém.

Ah, que saudade,

Que vontade de ver renascer nossa vida,

Volta, querido,

Os meus braços precisam dos teus,

Teus braços precisam dos meus.

Estou tão sozinha,

Tenho os olhos cansados de olhar para o além,

Vem ver a vida,

Sem você, meu amor,Eu não sou ninguém.

Sem você, meu amor,Eu não sou ninguém.

vinícius de moraes

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Festival Literário Internacional da Floresta

João Pinto




Premiado autor de O ditador da terra do sol participará do Flifloresta

João Pinto nasceu em Luzilândia, Piauí. Mora no Amazonas há quase 30 anos, onde é professor de Língua e Literatura, na rede estadual de ensino. Já publicou dois livros de contos: Luzes esvaídas, pelo Projeto Petrônio Portela, no Piauí, e O ditador da terra do sol, que integra a coleção de publicações do Projeto Valores da Terra, criado pela Prefeitura de Manaus.

Já foi premiado em concurso literário pela Universidade Federal do Amazonas. Participou de antologias de contos no Piauí e na Paraíba.

Em João Pessoa, formou-se em Letras pela Universidade Federal da Paraíba, e, lá, publicava contos no suplemento literário Correio das Artes, do jornal A União. Quando não está em sala de aula, gosta de escrever. E, atualmente, tem um livro inédito intitulado Contos de uma aula no vermelho, obra que retrata a sala de aula em seu universo de temas contraditórios.
do site: (www.flifloresta.com.br)

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

BARACK OBAMA

We have a lot of work to do




I Have a Dream - Portuguese Translation
Eu Tenho Um Sonho
Martin Luther King, Jr.

28 de agosto de 1963 Washington, D.C.

Quando os arquitetos de nossa república escreveram as magníficas palavras da Constituição e da Declaração de Indepêndencia, estavam assinando uma nota promissória de que todo norte americano seria herdeiro. Esta nota foi a promessa de que todos os homens, sim, homens negros assim como homens brancos, teriam garantidos os inalienáveis direitos à vida, liberdade e busca de felicidade.

Mas existe algo que preciso dizer à minha gente, que se encontra no cálido limiar que leva ao templo da Justiça. No processo de consecução de nosso legítimo lugar, precisamos não ser culpados de atos errados. Não procuremos satisfazer a nossa sede de liberdade bebendo na taça da amargura e do ódio. Precisamos conduzir nossa luta, para sempre, no alto plano da dignidade e da disciplina. Precisamos não permitir que nosso protesto criativo gere violência físicas. Muitas vezes, precisamos elevar-nos às majestosas alturas do encontro da força física com a força da alma; e a maravilhosa e nova combatividade que engolfou a comunidade negra não deve levar-nos à desconfiança de todas as pessoas brancas. Isto porque muitos de nosssos irmãos brancos, como está evidenciado em sua presença hoje aqui, vieram a compreender que seu destino está ligado a nosso destino. E vieram a compreender que sua liberdade está inextricavelmente unida a nossa liberdade. Não podemos caminhar sozinhos. E quando caminhamos, precisamos assumir o compromisso de que sempre iremos adiante. Não podemos voltar.

Digo-lhes hoje, meus amigos, embora nos defrontemos com as dificuldades de hoje e de amnhã, que eu ainda tenho um sonho. E um sonho profundamente enraizado no sonho norte americano.

Eu tenho um sonho de que um dia, esta nação se erguerá e viverá o verdadeiro significado de seus princípios: "Achamos que estas verdades são evidentes por elas mesmas, que todos os homens são criados iguais".

Eu tenho um sonho de que, um dia, nas rubras colinas da Geórgia, os filhos de antigos escravos e os filhos de antigos senhores de escravos poderão sentar-se juntos à mesa da fraternidade.

Eu tenho um sonho de que, um dia, até mesmo o estado de Mississipi, um estado sufocado pelo calor da injustiça, será transformado num oásis de liberdade e justiça.

Eu tenho um sonho de que meus quatro filhinhos, um dia, viverão numa nação onde não serão julgados pela cor de sua pele e sim pelo conteúdo de seu caráter.

Quando deixarmos soar a liberdade, quando a deixarmos soar em cada povoação e em cada lugarejo, em cada estado e em cada cidade, poderemos acelerar o advento daquele dia em que todos os filhos de Deus, homens negros e homens brancos, judeus e cristãos, protestantes e católicos, poderão dar-se as mãos e cantar com as palavras do antigo spiritual negro: " Livres, enfim. Livres, enfim. Agradecemos a Deus, todo poderoso, somos livres, enfim.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Torquato Neto

"Eu, brasileiro, confesso
Minha culpa, meu pecado
Meu sonho desesperado
Meu bem guardado segredo
Minha aflição...
O poeta desfolha a bandeira e a manhã tropical se inicia.... Torquato Neto, poeta maior brasileiro, mito, fruto estranho do Tropicalismo, no meio das bananas ao vento, mal-estar da nossa incivilização, figura trágica, dor da brasil-idade."
Liberati

O Poeta é a mãe das Armas


O Poeta é a mãe das armas
& das Artes em geral -
alô poetas: poesia
no país do carnaval;
alô, malucos: poesia
não tem nada a ver com os versos
dessa estação muito fria.


O Poeta é a mãe das Artes
& das armas em geral:
quem não inventa as maneiras
do corte no carnaval
(alô malucos), é traidor
da poesia: não vale nada, lodal.


A poesia é o pai das ar-
timanhas de sempre: quent
ura no forno quente
do lado de cá, no lar
das coisas malditíssimas;
alô poetas: poesia!
poesia poesia poesia poesia!
o poeta não se cuida ao ponto
de não se cuidar: quem for cortar meu cabelo
já sabe: não está cortando nada
além de minha bandeira\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\=
sem aura nem baúra, sem nada mais para contar
isso: ar. ar. ar. ar. ar. ar. ar. ar. ar. ar. ar. ar. ar. ar. a
r : em primeiríssimo , o lugar.

poetemos pois

torquato neto/8/11/71/&sempre

Poema do Aviso Final

É preciso que haja alguma coisa
alimentando o meu povo;
uma vontade
um certeza
uma qualquer esperança.
É preciso que alguma coisa atraia
a vida
ou tudo será posto de lado
e na procura da vida
a morte virá na frente
e abrirá caminhos.
É preciso que haja algum respeito,
ao menos um esboço
ou a dignidade humana se afirmará
a machadadas.

Let's Play That

quando eu nasci
um anjo louco muito louco
veio ler a minha mão
não era um anjo barroco
era um anjo muito louco, torto
com asas de avião
eis que esse anjo me disse
apertando minha mão
com um sorriso entre dentes
vai bicho desafinar
o coro dos contentes
vai bicho desafinar
o coro dos contentes
let’s play that

sábado, 1 de novembro de 2008

"Planeta Bizarro"

Homem fica preso ao tentar fazer sexo com banco de metal

Solitário, ele tentou se aproveitar de buracos em objeto na praça.
Bombeiros de Hong Kong levaram a vítima - e o banco - para hospital.

Foi 'namorar' com o banco da praça e se deu mal...

Que situação constrangedora... Um morador de Hong Kong precisou chamar os bombeiros para se livrar de uma encrenca bizarra.

O cidadão, de 41 anos, estava solitário enquanto passeava pelo parque Lan Tian, na madrugada de quarta para quinta-feira . Foi quando ele teve a idéia de fazer sexo com um banco de metal instalado no parque. Ele colocou seu membro em um dos buracos do banco e... acabou entalado.

Em pânico, ele chamou a polícia, que acionou o corpo de bombeiros local. Para retirá-lo, os paramédicos recomendaram que o banco fosse retirado do local.

A vítima precisou ser levada para o hospital ainda com o banco preso ao pênis

Mulher irrita vizinhos e leva multa por causa de 'maratona de sexo' barulhento

Vizinha diz que filha passou a ter pesadelos por conta de comportamento de casal.
Tribunal decidiu que ela deve pagar multas e indenizações de cerca de R$ 1 mil.
Uma mulher britânica incomodou tanto os vizinhos ao passar noites inteiras gritando obscenidades enquanto fazia sexo com o namorado que acabou indo parar nos tribunais. Kerry Norris, 29 anos, terá de pagar, entre multas e indenizações, 315 libras esterlinas, o equivalente a cerca de R$ 1 mil.

De acordo com o jornal britânico 'Daily Mail', o "mau comportamento" de Norris - e de seu namorado, Adam Hinton - durou cerca de 2 anos e meio. No período, eles ficavam até as 6h da manhã gritando palavras "impublicáveis", diz o jornal.

Era só o que faltava... quem dá mais?
Ex-Big Brother italiana põe virgindade à venda por R$ 2,6 milhões

Modelo se diz ansiosa para conhecer homem que pagará por 'primeira vez'.
Ela quer dinheiro para comprar apartamento e pagar por aulas de atuação.

Parece que virou moda. Depois da divulgação do caso da estudante americana de 22 anos que anunciou estar leiloando sua virgindade, a modelo italiana Raffaele Fico resolveu vender sua "primeira vez" por um milhão de euros, o equivalente a R$ 2,6 milhões.

Raffaele, que ganhou destaque ao participar da última edição do programa Big Brother na TV italiana, disse que precisa do dinheiro para comprar um apartamento e pagar aulas de atuação. Depois de estrear na televisão em um reality show, a beldade quer virar atriz.

"Estou ansiosa para saber quem é que vai arrumar o dinheiro para me levar para a cama. Eu não sei o que é sexo, nunca fiz", diz a modelo, que jura que jamais namorou.

"Mas também, caso eu não goste [da primeira vez], vou tomar uma taça de vinho e esquecer."

"Ela é devota, e reza todas as noites", conta a mãe de Raffaele, em entrevista à revista italiana Chi.

do G1 da Globo