quarta-feira, 30 de julho de 2008

FRED MAIA

Poetas Piauienses na I Bienal Internacional de Poesia – Fred Maia
Piauiense de Oeiras, jornalista. Poeta, letrista, intelectual que atua no cenário da alta formulação e administração das políticas públicas da cultura nacional. Nasceu no Piauí e agora vive em Brasília. Como diz Chico César, “sempre com poesia e um sorriso no lábio...”Publicou “Um Rock por Nada” (São Paulo: Ed.Arte Pau Brasil), “eupor” (São Paulo: Ed.Nômades); “Mais que Imperfeito” (Porto Alegre: Poema Editora, 2004) e o ensaio “Plinio Marques – a crônica dos que não têm voz” (São Paulo: Ed.Boitempo), em parceria com Vinicius Pinheiro e Javier Contreras.

barato custa caro
na tua conta sobra zero
na minha falta

*

a justiça é cega
a injustiça cega

*

um dia fará sentido
o lado bom da vida
por outro lado
tudo fará sentido

o que é bom dura pouco
diz o ditado
mas nada estará perdido
do mal restará saber
quanto foi doído

e que tudo passa
como é sabido
para quem faz da dor
antídoto

*

contra o azul
nuvens rasantes
ascendentes urubus

*

o pássaro voa do galho
a árvore vai junto
num ato falho

*

biblioteca
primeiras leituras de menina
olhos de boneca
retirado do blog: emversoeprosa.blogspot.com

REVOLUÇÃO DA ALMA - Paulo Gaefke

Revolucao da Alma - Aristoteles


Ninguém é dono da sua felicidade,
por isso não entregue sua alegria,
sua paz, sua vida nas mãos de ninguém,
absolutamente ninguém.

Somos livres, não pertencemos a ninguém
e não podemos querer ser donos dos desejos,
da vontade ou dos sonhos de quem quer que seja.

A razão da sua vida é você mesmo.
A tua paz interior é a tua meta de vida,

Quando sentires um vazio na
alma,quando acreditares que ainda está faltando algo,
mesmo tendo tudo.

Remete teu pensamento para os teus desejos mais íntimos
e busque a divindade que existe em você.

Pare de colocar sua felicidade cada dia mais distante de você..
Não coloque objetivos longe demais de suas mãos,
abrace os que estão ao seu alcance hoje

Se andas desesperado por problemas financeiros,
amorosos ou de relacionamentos familiares,
busca em teu interior a resposta para acalmar-te,
você é reflexo do que pensas diariamente.

Com um sorriso no rosto
as pessoas terão as melhores impressões de você,
e você estará afirmando para você mesmo,
que está "pronto"para ser feliz.

Trabalhe,
trabalhe muito a seu favor.
Pare de esperar a felicidade sem esforços.
Pare de exigir das pessoas aquilo que nem você conquistou ainda.
Critique menos, trabalhe mais.

E, não se esqueça nunca de agradecer
Agradeça tudo que está em sua vida nesse momento,
inclusive a dor .

Nossa compreensão do universo,
ainda é muito pequena para julgar
o que quer que seja na nossa vida.

Por fim,
acredite que não estaremos sozinhos em nossas caminhadas,
um instante sequer...
...se nossos passos forem dados em busca de justiça e igualdade!!!

O autor, “Aristóteles”, era um filósofo Grego, discípulo de Platão que foi discípulo de Sócrates,
escreveu este texto no ano 360 a.C.

"A grandeza não consiste em receber honras,
mas em merecê-las."

terça-feira, 29 de julho de 2008

JOÃO UBALDO RIBEIRO

Após receber o Prêmio Camões, equivalente a R$ 246 mil, JOÃO Ubaldo falou sobre o significado do prêmio: "è sempre consagrador, é o prêmio da Língua Portuguesa, não deixa de ser especial. Mas não estou tão seduzido assim pela glória. É consolador numa vida de briga, às vezes difícil, porque a vida de quem vive de escrever não é fácil, e nem sempre pude viver de escrever." (Jornal Meio Norte, 29 de julho 2008). O que dizer de nossos escritores piauienses, pouco valorizados e reconhecidos.

LIVROS PARA OUVIR

Segundo reportagem de Adriana Prado na revista ISTOÉ desta semana, na próxima Bienal do Livro de São Paulo a se realizar entre os dias 14 e 24 de Agosto, o grande investimento das Editoras será na fórmula do audiolivro como forma de seduzir o leitor. o leitor encontrará textos lidos na íntegra de Machado de Assis e de mais de 17 best sellers lidos por artistas. A intenção é criar uma tendencia de mercado. Pode ser uma grande idéia, mas nada supera ao prazer de pegar o livro, folheá-lo, procurar as palavras, descobrir a obra, as surpresas e se encantar com ele, com a arte.

domingo, 27 de julho de 2008

SORRIA!

Camões:
"Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói e não se sente,
é um contentamento descontente,
dor que desatina sem doer ".

(*) Uma vestibulanda deu a sua interpretação em forma de poesia:

"Ah! Camões, se vivesses hoje em dia,
Tomavas uns antipiréticos,
Uns quantos analgésicos
E Prozac para a depressão.
Compravas um computador,
Consultavas a Internet
E descobririas que essas dores que sentias,
Esses calores que te abrasavam,
Essas mudanças de humor repentinas,
Esses desatinos sem nexo,
não eram feridas de amor,
Mas somente falta de sexo!"


** GANHOU NOTA DEZ.
Foi a primeira vez, ao longo de mais de 500
anos, que alguém desconfiou do problema de Camões...

INJUSTIÇAS DA LÍNGUA PORTUGUESA
A Sociedade Feminina Brasileira se queixa do tratamento machista existente na gramática.
Vejam só alguns exemplos:

Cão .......................melhor amigo do homem
Cadela .....................puta

Vagabundo ................homem que não trabalha
Vagabunda ............... puta

Touro .................... homem forte
Vaca ......................puta

Pistoleiro ...............homem que mata pessoas
Pistoleira..................puta

Aventureiro ...............homem que se arrisca, viajante,desbravador
Aventureira ...............puta

Garoto de rua ......menino pobre, que vive na rua
Garota de rua ............puta

Homem da vida...........pessoa letrada, com sabedoria adquirida ao longo da vida
Mulher da vida ...........puta

O galinha ............o`bonzão`, que traça todas
A galinha ................puta

Maluf,ACM,Zé Dirceu,Aécio,Alckmin......políticos
As mães deles........................PUTAS!!!

E para finalizar...
Puto .................. nervoso, irritado, bravo
Puta .................... puta.

Depois de ler essa mensagem...

O homem ................. vai sorrir
A mulher .................. vai ficar mais puta ainda......

autoria desconhecida

QUER SER POLIGLOTA?*

Na compra do "The Book is on the Table" você ganha inteiramente grátis o incrível "The Book is on the Table - World version"!!!

CHINÊS:

a.) Cabelo sujo: chin-champu

b.) Descalço: chin chinela

c.) Top less: chin-chu-tian

d.) Náufrago: chin-chu-lancha

f.) Pobre: chen luz, chen água e chen gaz


JAPONÊS:

a.) Adivinhador: komosabe?

b.) Bicicleta: kasimoto

c.) Fim: saka-bô

d.) Fraco: yono komo

e.) Me roubaram a moto: yonovejo m`yamaha

f.) Meia volta: kasigiro

g.) Se foi: non-tá

h.) Ainda tenho sede: kiro maisagwa

OUTRAS EM INGLÊS:

a.) Banheira giratória: Tina Turner

b.) Indivíduo de bom autocontrole: Auto stop

c.) Copie bem: copyright

d.) Talco para caminhar: walkie talkie

RUSSO:

a.) Conjunto de árvores: boshke

b) Inseto: moshka

c.) Cão comendo donut`s: Troski maska roska

d.) Piloto: simecaio patatof

e.) Prostituta: Lewinsky

f.) Sogra: storvo

ALEMÃO:

a.) Abrir a porta: destranken

b.) Bombardeio: bombascaen

c.) Chuva: gotascaen

d.) Vaso: frask

THE BOOK IS ON THE TABLE*

Na iminência do Brasil sediar a Copa de 2014, muitos turistas estarão por aqui, sendo assim fica imprescindível o aprendizado de outros idiomas (em particular o inglês) para a melhor comunicação com eles.

Pensando em auxiliar essa comunicação foi formulada uma solução prática e rápida. Chegou o sensacional e insuperável curso "The Book is on the Table"!!!

Veja como é fácil:

a.) Is we in the tape! = É nóis na fita.

b.) Tea with me that I book your face = Chá comigo que eu livro sua cara.

c.) I am more I = Eu sou mais eu.

d.) Do you want a good-good? = Você quer um bom-bom?

e.) Not even come that it doesn`t have! = Nem vem que não tem!

f.) She is full of nine o`clock= Ela é cheia de nove horas.

g.) I am completely bald of knowing it. = To careca de saber.

h.) Oh! I burned my movie! = Oh! Queimei meu filme!

i.) I will wash the mare. = Vou lavar a égua.

j.) Go catch little coconuts! = Vai catar coquinho!

k.) If you run, the beast catches, if you stay the beast eats! = Se correr, o bicho pega, se ficar o bicho come!

l.) Before afternoon than never. = Antes tarde do que nunca.

m.) Take out the little horse from the rain = Tire o cavalinho da chuva.

n.) The cow went to the swamp. = A vaca foi pro brejo!

o.) To give one of John the Armless = Dar uma de João-sem-Braço.

2. ASSALTO ORIENTAL

A polícia está dando a maior batida por conta de um assalto ocorrido no banco, quando param uma Kombi cheia de japoneses.

- Desce todo mundo! - ordena o policial. - Mãos na cabeça!

Eles obedecem em silêncio.

- Agora um por um, vai falando o nome. E eles começam:

- Sartamo Obanko.
- Matamo Okasha.
- Kontiro Nosako.
- Katamo Osnique.
- Saimo Koreno.
- Fugimo Nakombi.
- Osguarda Pararo.
- Tomamo Noku.

A DOIDA E O DOIDO

No corredor do manicômio, uma doida se diverte com sua cadeira de rodas. Anda de um lado pro outro, imitando o barulho de um carro de corrida. De repente, sai um louco de um quarto, olha para ela e diz:

- Desculpe, mas a senhora estava circulando acima do limite de velocidade. Posso ver sua carteira de habilitação?

A doida procura nos bolsos da sua bata e tira um vale transporte usado. O louco examina o documento, devolve, e, depois de adverti-la sobre os perigos do excesso de velocidade, a libera. A doida segue em frente nas suas “500 milhas de Indianápolis” e ao passar pelo quarto do mesmo louco, ele a detém novamente e diz:

- Desculpe, mas a senhora estava transitando na contramão. Posso ver os documentos do seu carro?

A doida remexe novamente nos bolsos e tira um tíquete de supermercado todo amarrotado. O louco vê que a documentação está em ordem, faz nova advertência e deixa a louca seguir viagem. A doida dispara novamente pelo corredor e, na volta, quando passa pela porta do maluco, ele sai pela terceira vez do seu quarto, agora totalmente pelado e com uma ereção daquelas de pôr inveja em ator de filme pornô. A doida olha pra ele, arregala os olhos e diz:

- Ah, nãooooo... !!! Teste do bafômetro de novo?
ALEGRIA E TRISTEZA

Marido e mulher estavam dividindo uma garrafa de um bom vinho quando ele disse:

- Aposto como você não é capaz de dizer algo que me deixe alegre e triste ao mesmo tempo

A mulher respondeu, na bucha:

- Seu pênis é maior que o do compadre Antônio

SÓ PARA DESCONTRAIR
PÉROLAS DO PRESIDENTE LULA
O presidente Lula decidiu estudar inglês e após 6 meses de aula submeteu-se a um teste de avaliação que consistia em traduzir algumas palavras e formar uma pequena frase com as mesmas. Consegui, com um dos professores do curso, a cópia do teste. Nem é preciso dizer que ele foi o aluno 10 (desclassificado) da turma. Vejam só:

FRENCH
Dianteira. Sai da french por favor.

HAND
Entregar, dar por vencido. Você se hand.

YEAR
Deixar partir. Ela teve que year

VASE
Momento de jogada. Agora é minha vase

CREAM
Ato de matar, roubar, etc. Ele cometeu um cream.

DATE
Mandar alguém deitar. Date aí.

DAY
Ato de conceder. Eu day um presente para ela.

PAINT
Objeto para pentear o cabelo. Por favor, me empresta o seu paint

FAIL
Oposto de bonito. Ele é fail

RIVER
Pior que fail. Ele é o river.

EYE
Interjeição de dor. Eye que dor de cabeça

TO SEE
Onomatopéia que representa a tosse. Acho que vou to see.

CAN´T
Oposto de frio. O café está can´t.

MORNING
Nem can´t nem frio. O café está morning.

FEEL
Linha, barbante. Me dá um pedaço desse feel para eu amarrar aqui.

MICKEY
Afirmativo de queimadura. Mickey may

Retirados do site Usina de Letras.

AMAR, AMAR, AMAR....

"Esperar é reconhecer-se incompleto" e "de sofrer e amar a gente nunca se desfaz." (Guimarães Rosa - Desenredo)
Diante de um mundo tão complexo e tão desumano, temos muitas perguntas, como a música de Bob Dylan e tão poucas respostas. Mas, amar ainda é uma resposta. Amar sem esperar retorno, amar somente por querer que tudo fique fique bem, que as pessoas vivam bem, amar até mesmo a falta de amor, como na poesia de Drummond. Hoje,além da música de Bob Dylan, me peguei cantando esta música do Lulu Santos que nos fala do amor, não desse amor fraterno, mas daquele que dedicamos à pessoa amada, especial.

sábado, 26 de julho de 2008

A RESPOSTA ESTÁ NO VENTO

Blowing in the Wind
Bob Dylan

How many roads must a man walk down
Before they call him a man
How many seas must a white dove sail
Before she sleeps in the sand
How many times must the cannonballs fly
Before they are forever banned
The answer, my friend, is blowing in the wind
The answer is blowing in the wind

How many years must a mountain exist
Before it is washed to the sea
How many years can some people exist
Before they're allowed to be free
How many times can a man turn his head
And pretend that he just doesn't see
The answer, my friend, is blowing in the wind
The answer is blowing in the wind

How many times must a man look up
Before he can see the sky
How many ears must one man have
Before he can hear people cry
How many deaths will it take till he knows
That too many people have died
The answer, my friend, is blowing in the wind
The answer is blowing in the wind

Soprando no vento

Quantas estradas precisará um homem andar
Antes que possam chamá-lo de um homem?
Sim e quantos mares precisará uma pomba branca sobrevoar
Antes que ela possa dormir na praia?
Sim e quantas vezes precisará balas de canhão voar
Até serem para sempre abandonadas?
A resposta meu amigo está soprando no vento
A resposta está soprando no vento

Quantas vezes precisará um homem olhar para cima
Até poder ver o céu?
Sim e quantos ouvidos precisará um homem ter
Até que ele possa ouvir o povo chorar?
Sim e quantas mortes custará até que ele saiba
Que gente demais já morreu?
A resposta meu amigo está soprando no vento
A resposta está soprando no vento

Quantos anos pode existir uma montanha
Antes que ela seja lavada pelo mar?
Sim e quantos anos podem algumas pessoas existir
Até que sejam permitidas a serem livres?
Sim e quantas vezes pode um homem virar sua cabeça
E fingir que ele simplesmente não ver?
A resposta meu amigo está soprando no vento
A resposta está soprando no vento

sexta-feira, 25 de julho de 2008

25 de JULHO

Cogito

Torquato Neto

eu sou como eu sou
pronome
pessoal intransferível
do homem que iniciei
na medida do impossível

eu sou como eu sou
agora
sem grandes segredos dantes
sem novos secretos dentes
nesta hora

eu sou como eu sou
presente
desferrolhado indecente
feito um pedaço de mim

eu sou como eu sou
vidente
e vivo tranqüilamente
todas as horas do fim.

Dia 25 de julho

Por Gabriel Perissé

Para quem por acaso não sabe, 25 de julho foi definido como dia nacional do escritor por decreto governamental, em 1960, após o sucesso do I Festival do Escritor Brasileiro, organizado naquele ano pela União Brasileira de Escritores, por iniciativa de seu presidente, João Peregrino Júnior, e de seu vice-presidente, Jorge Amado.

Quem se dispõe a abrir um champagne pela data? E o que exatamente vamos comemorar?

A primeira pergunta me lembrou a célebre distinção que o crítico francês Roland Barthes fazia entre écrivant e écrivain .

O écrivant é o escrevente, é aquele que está preocupado em transmitir sua mensagem mediante a palavra, explicando explicitamente, ensinando educadamente. Ele tem uma idéia e quer transmiti-la. E vai transmiti-la sem maiores delongas. Pão pão, queijo queijo.

O escrevente quase não se preocupa com a forma. Na maioria dos casos, nunca se preocupa de forma alguma com a forma. Está concentrado na tarefa de colocar o seu pensamento dentro de um envelope e endereçá-lo corretamente. O envelope é o texto, o livro, o que for, base material apenas, veículo. O fundamental, para o escrevente, é que o leitor entenda o conteúdo, e ponto final. O envelope pode ser jogado fora depois.

Já o écrivain , o escritor propriamente dito (ou propriamente escrito), cuida do envelope com o máximo cuidado e estilo. E a carta vai, mesmo com o envelope vazio. Porque o vazio também diz muito. O envelope é a carta. As palavras e as idéias são uma só realidade literária.

O escritor convence graças ao poder de sua paixão pela palavra, e não prioritariamente pela paixão que dedique a uma causa. Ou melhor, a sua causa sempre foi e será a palavra, caminho e céu de todas as causas. E de todas as paixões.

O texto literário nasce das mãos do escritor. O texto do escrevente pode até conter alguns traços literários, mas são um recurso a mais para instrumentalizar melhor a palavra.

A rigor, os escreventes, os que escrevem para vencer, para convencer, para desenvolver teorias e ganhar adesões, deveriam comemorar seu dia em outra data. Talvez no dia do intelectual, ou no dia do retórico, ou no dia do autor de teses.

No dia do escritor comemoramos a solidão diante da palavra, a verdade, o medo, a alegria, o amor indizíveis de só saber escrever.

[Gabriel Perissé é autor dos livros "Ler, pensar e escrever" (Ed. Arte e Ciência) e "O leitor criativo" (Omega Editora). Recentemente lançou "Palavra e origens" (Editora Mandruvá).]

Neste dia dedicado ao escritor, gostaria de parabenizar os escritores piauienses, que mesmo escondidos nas prateleiras, lutam para manter viva a literatura. Em especial, quero parabenizar os contistas da Confraria Tarântula, que os acompanho através do blog e, realmente, são dignos de todas as honrarias pelo trabalho que fazem e merecem todo o nosso apoio. Nós, leitores, agradecemos. Viva vocês, viva a Literartura!

quarta-feira, 23 de julho de 2008

BRUNO MEDINA NO CONSULTÓRIO

O encontro com o Carrasco
Postado por Bruno Medina em 11 de Julho de 2008 às 17:45
Esta semana, enquanto aguardava por atendimento num consultório médico, acometido pelo tédio profundo do confinamento de uma anti-sala claustrofóbica, me vi naquela triste situação em que beber um copo d´água pode se transformar numa grande aventura. Depois de ter bebido três deles, e de ter ido ao banheiro duas vezes -uma delas apenas para ler os rótulos dos produtos que estavam sobre a pia- finalmente resolvi encarar o cesto de revistas como uma possibilidade de entretenimento.

É impressionante como apenas cinqüenta minutos de chá de cadeira separam um leitor exigente de um voraz consumidor de qualquer publicação impressa. Existe até uma piada (olha elas aí de novo) que afirma que a diferença entre um carrasco e um médico é a idade das revistas disponíveis em sua sala de espera. No meu caso era possível escolher entre publicações semanais de 2006, uma revista voltada para a terceira idade -sem data de edição- e uma outra, daquelas entituladas com nomes próprios femininos, de julho de 2008. Díficil escolher, optei pela mais recente.

A verdade é que já tinha reparado a Cléo Pires sorridente, no topo do cesto, me convidando para uma folheada descompromissada. Resisti o quanto pude, não por preconceito com o gênero, mas sim porque na capa, logo abaixo de seu rosto, havia a chamada para a seguinte matéria, em letras garrafais: “horóscopo da beleza-a maquiagem certa para o seu signo”. Confesso que fiquei com medo de abrir a revista e até reconsiderei me inteirar do mundo dos sexagenários. Que diabos de matéria é essa? Quem lê esse troço? Quem acredita em maquiagem ideal pra cada signo? E não é que os caras conseguiram justificar a existência de um determinado tipo de maquiagem para cada um dos signos? E eu me considerava criativo…

Quanto mais números de páginas avançavam, maior era o desconforto causado pela impressão de estar penetrando em território proíbido. Também em nada ajudou o olhar de reprovação de uma senhora sentada em frente. Parecia uma bastiã do universo feminino, me condenando por profanar o espaço sagrado dos segredinhos da beleza feminina, dos conselhos íntimos, das dúvidas inconfessáveis, dos complexos, dos medos. Todos os temas carinhosamente compliados por experientes editoras e eu ali, xeretando, absorto na falta de sensibilidade comum aos homens, pondo em xeque uma relação de quarenta e sete anos de cumplicidade entre a revista e suas leitoras, ainda mais numa sala de espera.

Vai ver a senhora só ficou com inveja porque eu peguei a revista antes dela. Ou não. Eu quase podia ouvi-la dizer “quem é você para achar alguma coisa sobre a revista? Ela não foi escrita para você, muito menos para ser avaliada numa conjuntura tão desfavorável quanto a que estamos submetidos”. Tá bom, uma segunda chance, a matéria seguinte: “casamento sexy de A a Z”, um dicionário érotico formado por verbetes indispensáveis para apimentar a relação. Letra P, “pênis- seja amiga dele”. Letra X, “xibiu”, (se você não sabe o que significa cuidado com quem for perguntar), Letra Z, “ziguezigue- indica brincadeira de criança, traquinagens e outras travessuras. Nenhum casamento sério pode dispensar ziguezigue”.

Aí a revista me perdeu. Meu lado femino qualificou a publicação como um ultraje a inteligência das mulheres. Não quis mais saber dos cuidados necessários para evitar uma “roubada” nos relacionamentos que começam pela internet, nem procurar aquela sessão de cartas em que as leitoras contam casos escabrosos protegidas por pseudónimos. Voltei à capa, indignado, para descobrir quanto se paga por uma revista destas. Era um exemplar de assinante. Cléo Pires, francamente… você aí sorrindo, não deve ter lido as baboseiras que eu li.Sorri para a senhora e entreguei a revista em suas mãos. “Farte-se”, pensei. Dois minutos e o médico me chamou, o pesadelo havia acabado. Entrei no consultório aliviado, e convicto de que a maioria das revistas masculinas deve ser bem pior do que a que eu acabara de ler.

Texto retirado do blog: http://colunas.g1.com.br/instante posterior

RELAÇÃO DESIGUAL, ATÉ QUANDO?

Ontem à noite, no encerramento da disciplina Captação de Recursos Públicos do Curso MPA Gestão de Cidades, o professor sugeriu a criação de um blog para discutir temas referentes à Administração Pública, principalmente, a efetividade das políticas públicas. Foi uma susgestão boa, mas não sei se os colegas vão levar adiante. Durante a reunião online,discutimos a importância dos tributos para a gestão das cidades, a função do poder público como gestor dos recursos destinados a implementar políticas públicas e a relação governo/sociedade. Nesta relação sabemos que há uma contrapartida de serviços: a sociedade paga a conta através de impostos, taxas e contribuições e o governo provê a sociedade de políticas públicas de qualidade, com eficiência, accountability e eficácia. Entretanto, a realidade não é bem assim. A sociedade tem pago a conta,sim, basta ver os recordes na arrrecadação, mas em troca tem recebido: farra com o dinheiro público, corrupção, serviços públicos de má qualidade, principalmente em setores básicos, como Saúde, Educação e Infra-estrutura urbana. Sobre o recorde de arrecadação, vi, hoje, essa postagem do LUiz Medina no http://colunas.g1.com.br/fimdeexpediente, com o título: Uma dica ao companheiro lula.

Postado por Luiz Medina em 22 de Julho de 2008 às 12:24

Tem duas coisas que bastam serem divulgadas para cravarem novos recordes: venda de automóveis e arrecadação do Governo.

Ontem, foram divulgados os novos números da arrecadação. Em seis meses, SEM CPMF, o Governo arrecadou mais de 30 bilhões de reais do que no mesmo período do ano passado, ou seja, já arrecadou a CPMF de volta.

Não vou repetir pela enésima vez minha proposta que agora era a hora, talvez a única da nossa história recente, de se fazer a reforma tributária e ou de se fazer uma redução nos impostos e ou que no mínimo, se melhore os serviços que são prestados à população.

O secretário da Receita, Jorge Rachid, insiste em seguir a linha criada pelo Ministro Mantega que é inventar metáforas para explicar o simples. Bastaria ele dizer que estão arrecadando mais, porque a carga tributária é alta e a economia está crescendo e a carga tributária também (vide a provável criação da CSS). As explicações de Rachid ao longo do semestre, variaram de sorte, sazonalidade a eficiência, mas nunca ao fato da carga tributária ser alta. Sendo assim tive uma idéia: já que ele tem sorte e é muito eficiente, poderíamos deslocar ele para outro Ministério.

Exemplo: Ministério da Saúde. O nosso Ministro da Saúde disse que perdemos a guerra para um mosquito esse ano, quem sabe o Rachid não vence essa guerra ano que vem ????

E, ainda tem estas do José Godoy:

Sindicato dos estafermos
Postado por José Godoy em 21 de Julho de 2008 às 11:01
Em época de Jogos Olímpicos é impressionante a disposição nacional para a quebra de recordes. Não bastasse nossos talentos em saúde, educação e mortes à bala, uma nova categoria surge com grandes marcas: “Mil metros quadrados sem barreiras”, ou, se preferir, o termo em latim: “Habeas corpus”.

Sindicato dos estafermos 2

O legislativo, como se sabe, é tarefa árdua. Coisa comparável aos ferroviários siberianos ou aos mineradores chineses. Não é à toa que 92% dos vereadores do país tentam a reeleição. Afinal alguém precisa fazer o trabalho sujo, não é mesmo?

segunda-feira, 21 de julho de 2008

A JUVENTUDE EM NÚMEROS

A Revista IstoÉ que acabo de receber, nº 2020, vem com uma reportagem exclusiva de Suzane Frutuoso com o título - O QUE QUEREM OS JOVENS -. A reportagem refere-se a uma pesquisa inédita, feita pela UNESCO, com dez mil brasileiros de 15 a 29 anos e que resultou no livro Juventudes: outros olhares sobre a diversidade, da Coleção Educação para Todos, do Ministério da Educação. Olha só o retrato da geração que vai estar no poder daqui a 20 anos.
1. O que melhor define o jovem nos dias de hoje.
a moda e a aparência - 26,9%
consciência, responsabilidade e compromisso - 14,6%
linguagem, música - 9,8%
Insegurança pessoal e social - 9,6%
Falta de perspectivas - 8,1%
Criatividade/empreendedorismo - 7,1%
2. Educação
37% consideram a escolaridade importante para um bom emprego
3. Ícones da geração
Ipod
Amy winehouse
Angelina Jolie
Orkut
4. Política
49,2% não participa, nem pretende
18,5% participa
16,5% não participa, mas quer
15,1% participou, mas não participa mais
5. Lazer, tempo livre
35% assistem à TV
17,6% ouvem música
11,1% dormem, descansam
7,4% lêem livros(apenas 2% leram 8 livros em um ano e 16,8% não abriram um livro)
6. Cultura - lugares onde nunca estiveram
74% Teatro
71,4% MUseu
49,6% Cinema
44,6% Estádios/ginásios esportivos
44% Bibliotecas
7. Satisfação com a vida
69% estão satisfeitos e as maiores fontes de satisfação são:
Família - 43% e Saúde - 26%
8. Fontes de insatisfação:
Emprego - 60% , situação do país - 12% , governo - 8% , estudo - 5%

domingo, 20 de julho de 2008

POR QUE LER?

POR QUE LER?
Por que ler? [1]

Eis uma pergunta muito importante na nossa vida. E, talvez, a melhor resposta ainda esteja numa outra pergunta: Por que comer?
Eu penso que a comparação do ler com o ato de comer é muito direta e fácil de entender. Hoje todos sabem que temos um código genético que “comanda” a formação de nosso corpo, de nossas tendências orgânicas, mas não “comanda” a nossa formação cultural, o nosso crescimento intelectual, o nosso desenvolvimento emocional, as nossas ações éticas, ou seja, não “comanda” aquilo que chamamos com muita propriedade: nosso ser (sem as separações tradicionais e metafísicas entre corpo e alma, orgânico e não-orgânico. O ser que somos é sempre um todo inseparável). A palavra comanda entre aspas indica exatamente o mistério dessa união que nos desafia. A linguagem do ser é mais do que um código. Nós somos mais do que um código.
Para termos um organismo bem desenvolvido é necessário comer. Mas o quê? Uma alimentação nutritiva e adequada propicia um bom desenvolvimento físico, uma boa aparência e saúde. Se não nos alimentamos, morremos. Se nos alimentamos mal, temos problemas sérios de saúde mental e física. A capacidade mental fica seriamente afetada. Porém, se comemos muito e mal temos igualmente problemas de saúde: a obesidade com todas as suas maléficas conseqüências. Isso é sabido de todos. Porém, notemos algo muito importante. O que comemos passa por um metabolismo que transforma o alimento no que somos, mental e fisicamente. Ainda é importante lembrar uma coisa. Todos os seres vivos têm um código genético, mas há algo no homem que o distância e diferencia desse “comando” do código genético. O que é? O ser humano faz da necessidade de comer algo mais do que satisfazer a uma necessidade. Ele a transfigura num ato livre e criativo . Como? Fazendo do comer uma “arte” culinária . Todos os povos em todos os tempos e lugares tiveram uma arte culinária, fazendo do viver uma arte de sabor e sabedoria. Isto não está inscrito no código genético e nem qualquer análise científica pode detectar. Onde está?
É esta “arte criativa” que permite até ler e investigar o código genético. Ela lhe é dada. Mas ele precisa desenvolvê-la, cultivá-la, alimentá-la. Como? Através da leitura. A leitura, nesse sentido, será o ato livre pelo qual nos alimentamos para podermos chegar a ser o que somos. Hoje, em nossa sociedade, sem esse alimento propiciado pela leitura não será possível de jeito nenhum o crescimento normal, a inclusão social, a aquisição de uma profissão, o livre exercício da cidadania, a realização do que somos. Leitura é alimento. E na leitura deve ocorrer o mesmo processo do alimento físico: um metabolismo intelectual pelo qual devemos transformar o que os outros dizem e escrevem em algo nosso, incorporado a nosso ser. Isso pressupõe que o ler não deve consistir em decorar nem em repetir o que os outros dizem. Leitura é alimento metabolizado, apropriado.
O leitor sem leitura
Um dos personagens importantes de Grande sertão: veredas, de Guimarães Rosa, obra-prima da literatura brasileira e universal, é Zé Bebelo. Em determinado momento fica desorientado, perdido, sem iniciativa e sem saber o que fazer. E então diz o narrador: “Sempre Zé Bebelo não desistia de palavrear, a realização de projetos, como faz-de-conta. A mó de moinho que, nela não caindo o que moer, mói assim mesmo, si mesma, mói, mói” (G.s.: v., p. 306). Ele começa um processo de estagnação e até de auto-destruição, tendo que abandonar o papel de chefe. O mesmo ocorre com um leitor que não lê. É como uma mó de moinho que nela não caindo o que moer, mói a si mesma... Vive, vegeta, mas não se realiza em suas possibilidades. Não adianta só falar, “palavrear” sem um crescimento e realização, sem moer e produzir-se. Normalmente as pessoas que nada têm a dizer de essencial são as que mais falam, mas repetindo sempre as mesmas coisas e idéias, com as mesmas expressões-clichês e jargões. Isso se dá muito com os meios de comunicação e especialmente com a televisão. Muita fala, fala, fala e quase não se aproveita nada. Não nutrem. A farinha e o pão serão de acordo com o grão, a leitura, os textos e sua qualidade. A leitura é o grão que o moinho da inteligência e da alma mói e transforma, transformando-se. Sem leitura não há crescimento. Como temos o hábito de comer devemos ter também o de ler, tão essencial e vital este como aquele.
O leitor com a cabeça cheia
Vivemos hoje numa sociedade da informação e do conhecimento e temos que estudar muito. Por isso pode ocorrer a situação inversa da anterior: lermos demais sem critérios e distinções críticas, sem que seja algo essencial. É como se alimentar sem qualidade. Devemos buscar a harmonia do corpo e do espírito, que é um ser só. Este ideal é difícil de realizar cada vez mais. Houve um autor francês, Rabelais, que criou um personagem famoso, Gargantua, através do qual criticou o decorar muito e ter muitos conhecimentos sem qualidade. Por isso dizia que não é preciso ter uma cabeça muito cheia, mas bem feita. A televisão, os jornais, as revistas, os filmes de divertimento etc. etc. nos oferecem um mundo sem fim de informações e conhecimentos. E além disso ainda há dezenas de disciplinas e um número cada vez um maior de especializações. Diante de tantos conhecimentos pode nos surgir uma angústia muito grande, porque eles crescem em proporção geométrica, tornando obsoletos hoje os conhecimentos de ontem. E pode-se dar uma inversão: o conhecimento e sua procura tomar todo nosso tempo, ficando sem tempo para ser o que se conhece. Nesse sentido, os conhecimentos exercem uma grande violência, passando a dominar o ser humano e não operando a sua livre manifestação. Em vez de libertarem, aprisionam. Mas, inversamente, quem não se atualiza e se dedica ao estudo contínuo, fica excluído em meio à sociedade constituída e dominada pelos conhecimentos.
Como agir nesse caso? Como ter uma cabeça bem feita e não apenas cheia? Como escolher? São perguntas muito difíceis de responder. Simplesmente porque não há fórmula, regra ou receita. Nossa época é uma das mais radicais nas transformações, nos desafios para os jovens. E cada vez é maior o lugar e a importância da leitura para uma adequada e real formação, não só profissional e intelectual, mas também humana. Isso não significa uma cabeça muito cheia, sobretudo de leituras com informações e conhecimentos sem importância.
Ler e reler
Porém, como começar? Lendo. Para tal não há introdução, porque só podemos ser introduzidos naquilo que já vivemos e experienciamos desde sempre, desde que nascemos: ser sendo (ente). Contudo, deve-se partir de algo bastante evidente. A palavra, que é múltipla em seus significados e sentidos, tende a se fazer presente nos textos de diferentes formas: como imagens-poéticas, como questões, como conceitos. Estes quando muito repetidos pelo uso cotidiano e até secular se tornam clichês e jargões. É a língua comunicativa: simplória, direta, pobre, repetida, banal. Se o texto é feito de clichês, torna-se um alimento muito pobre. Se com muitas imagens-questões e questões mostra uma grande riqueza e possibilidades imensas de metabolização. Para que o ler não se torne inacessível e muito difícil, o leitor deve encarar essas dificuldades com naturalidade, partindo dos significados mais repetidos e simples para os mais ricos e complexos. Mas jamais deve abrir mão da reflexão, da metabolização das palavras e seus sentidos. É aqui que o uso do dicionário, do diálogo com a memória histórica e o procurar bons interlocutores ajuda muito. O crescimento, embora lento, virá naturalmente. Para isso, uma leitura de obras variadas e de diferentes épocas e autores ajuda muito. Contudo, dos comprovadamente bons, que passaram pela prova do tempo. E mais importante será, sem dúvida nenhuma, a repetição das leituras da mesma obra. Com certeza cada um elegerá suas obras preferidas. E aí se faz uma ação realmente essencial: reler, reler. Re-ler ou imediatamente ou depois de algum tempo, será certamente uma experiência que trará muitas surpresas. As grandes obras, seculares, multisseculares e até milenares, são sempre origem de muitas falas e silêncios. Dentro do possível, como a alimentação, a leitura deve ser cotidiana. E aí o leitor notará que cada nova leitura constituirá sempre uma nova introdução, uma experienciação inaugural.
Ler e escrever
Se comer muita comida sem qualidade não é bom, também ficar sem leitura não dá, não há como sair algo, fazer farinha. E aqui se coloca outro problema vital em nossa vida de hoje em dia: expressar-se, escrever. Isto não é um ato formal, vazio. É preciso ter algo para dizer. São necessárias informações, conhecimentos, idéias sobre as quais aja o raciocínio expressivo. É como ter farinha à nossa disposição para que com ela se possam produzir diferentes textos.
A metabolização das leituras passa por dois momentos. No primeiro se dá a alimentação e sua assimilação apropriativa. Disto surge um segundo que pode se desdobrar em duas facetas: o enriquecimento reflexivo do que somos e a possibilidade de escrever, redigir, produzir novos textos. Geralmente só na necessidade de redação de um texto é que notamos a comprovação de que houve ou não metabolização. A primeira tentação é copiar trechos dos textos lidos fazendo uma colcha de retalhos sem sentido ou com sentido duvidoso. Conseguir uma redação onde expressemos as idéias pressupõe um mínimo de assimilação. Chegar a fazer isto de um modo sistemático, segunda faceta, já é uma grande vitória e a complementação natural da leitura como processo de manifestação do que somos. Mas é uma luta. Cada um vá à luta.
O assimilar as idéias dos outros e repeti-las de modo próprio ainda não significa tudo. A esse processo se chamou tradicionalmente elaboração gramatical e uso retórico da linguagem. Essa elaboração se dá num processo misto de leituras, raciocínio e apropriação da memória da linguagem.
Ser poeta
Há, contudo, um nível mais radical de expressão e de escrita: a poética. Mas esta, embora pressupondo a anterior, já não depende de uma vontade lógica e expressiva, do domínio gramatical e retórico. Vai além. Ela se dá num apelo e chamado de escuta, a que, muitas vezes, alguns até tendem a resistir. Contudo, dá-se num apelo tão forte que não há outro jeito senão obedecer. Obedecer é um ob-audire : ob , diante de; audire: ouvir, ou seja, obedecer é um dispor-se para o ouvir. Ouvir o quê? A escuta do ser que somos. Tal fala se refere a uma imagem-questão tradicional: as Musas. Elas se fazem presentes de muitas maneiras. Um exemplo claro e elucidativo é a abertura do primeiro poema do primeiro livro publicado por Carlos Drummond de Andrade, Alguma poesia, onde diz no Poema das sete faces :
Quando nasci, um anjo torto,
Desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos!, ser gauche na vida.
Anjo – mensageiro, angelos -, do verbo grego, angelein , o anunciar, remete aí para a fala que lhe chega num anúncio e fala imperativos, aos quais o poeta obedece, porque aberto para a escuta da fala das Musas, filhas de Mnemósine, a Memória. Contudo, a imagem-questão é aí muito ambígua, porque o anjo, portador das mensagens como luz e verdade, no poema vive nas sombras e em relação à verdade é torto. Já a imagem-questão, atribuída ao poeta, gauche indica claramente o estar à margem do sistema retórico-gramatical e das luzes fáceis do consenso social uniforme e dos sistemas institucionalizados. Como tal não escreverá verdades clichês e jargões, mas não-verdades, a verdade poética, escuta da fala do anjo das sombras e torto. Numa tal dimensão, escrever é mais do que expressar-se, é ser poeta. Quem se predispõe à escuta e à obediência do que somos como manifestações do ser-tempo e apelo da linguagem , enquanto poiesis como essência e sentido do agir? A violência da fala, pelo seu predomínio quase absoluto em nossa sociedade, é muito forte. Quem se dispõe a ler como escuta de Mnemósine, a memória do que fomos, somos e seremos? Quem se dispõe para a não-verdade de toda poiesis ?
O leitor com a cabeça bem feita.
O leitor com a cabeça feita não é o mesmo que o leitor com a cabeça bem feita , isto é, a que se está fazendo sempre com reflexão, distinções críticas, aprofundamento, riqueza, exercício de libertação. Cada um deve logo começar a separar, a ler o que é essencial e a empregar muito bem o seu tempo. Para isso é necessário distinguir com critério o que é mera informação descartável, o que é conhecimento importante para a profissão que cada um escolher e o que é realmente fundamental para a realização do que é. Ocorre que hoje em dia cada vez mais há uma separação entre o que se conhece como profissão e o que se é. Como conciliar? Como não separar? Como haver uma harmonia? Nossa sociedade exige tantas funções mecânicas que fica muito difícil achar sentido e realização nelas como trabalho. O trabalho é uma das formas de agir pelo qual damos sentido a nossa vida. Mas, fique certo, leitor, isso é possível. Como? Realmente não há receita. E ainda bem, porque cada um é um projeto de ser e não apenas um ser programado e já pronto pelo código genético. Até porque o código genético nos oferece possibilidades, que realizamos ou não. Somos mais do que código, somos linguagem. E isso compete a nós, com nossas escutas e escolhas, nossas leituras.
O leitor e a sabedoria
À reunião de informações com conhecimentos sendo o que se é se chama, sempre se chamou: sabedoria. A sabedoria e o ser não se podem transmitir nem ensinar, só experienciar o sabor da sabedoria de ser. Ser sábio é ser, onde se sabe o sabor de ser. E isso nos é dito num poema síntese, pequena e preciosa jóia, de Fernando Pessoa/Ricardo Reis. Escutemo-lo.
Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.
O verbo central do poema é ser. Em seis versos, aparece repetido quatro vezes, sendo duas no imperativo, verso 1: ... sê inteiro... e no verso 3: Sê todo...Três vezes ele está seguido de determinativos, de modos de ser, estabelecendo uma relação complementar para o que entende por ser: ser grande, sê inteiro, sê todo. Grande, inteiro e todo é o horizonte em que se projeta o apelo de ser, no poema, para cada um de nós, um apelo que nos vem do próprio ser que já desde sempre somos e não somos. O ser grande não é aí quantitativo nem tem valor moral nem significa poder. O grande está na simplicidade da inteireza, do ser inteiro, na medida em que se é integral e totalmente a porção, a cada um destinada como destino, o presente do ser que cada um recebe para ser. Grande e inteiro se implicam na dimensão do ser, para além das medidas do ter como quantidade e qualidade. Ser grande e inteiro é simplesmente ser o que ainda não se é. Isso se manifesta e apropria no agir enquanto sentido do que somos, ou seja, na poiesis . Apropriar não é ter, mas ser grande, completo, pleno, inteiro, íntegro.
Podemos numa primeira conclusão dizer que a questão central deste poema é o apelo para sermos o ser que somos, mas ainda não somos. Este desabrochar integral do ser que ainda não somos pressupõe algumas atitudes fundamentais. E o poeta as anuncia: Nada teu exagera ou exclui. O nada indica aí claramente um assumir integral e sem divisões o que somos, mesmo que a vida se dê em tensões aparentemente opostas. O exagerar ou excluir estão profundamente ligados ao sentido do agir. Ser é agir, mas dentro de uma escolha, em que não pode haver nem o querer ultrapassar o que nos foi dado para ser, nem excluir. Isto pressupõe uma tensão muito grande entre o limite e o não-limite. Como saber o que é exagerado? Haveria aí o perigo da hamartia, a desmedida ? Não nos podemos projetar comandados pela nossa vontade, pelos nossos desejos, pois não somos sujeitos de nada. Por isso nos é feito o apelo imperativo, ser é sempre imperativo, de agirmos sempre dentro do vigor do que somos, sem exageros. Também não devemos excluir nada. O ser integra matéria e espírito, pequeno e grande, simples e complexo, e assim por diante. Porém, sempre realizado no e pelo sentido do agir. Por outra lado, uma falsa modéstia e humildade ou orgulho e empáfia em nada ajudam. Ser simples não é ser simplório, é simplesmente ser. Devemos nos apropriar do que nos é próprio. Só assim seremos o nosso destino. Nesse e só nesse sentido temos vontade : querer ser. Esse é o nosso horizonte para o qual, sem exageros e nem exclusões, nos devemos projetar. Ser deve sempre ser o penhor de nossos empenhos.
Numa sociedade de consumo de informações, conhecimentos, produtos, falas e vivências, manter a escuta silenciosa e paciente desse apelo é muito difícil. Contudo, esse é o nosso grande desafio. Nesse e só nesse sentido não devemos cair em tentação, Por isso o poeta reitera o imperativo para ser: Sê todo em cada coisa (v.3). Cada ação, cada escolha, cada decisão deve nos envolver todo . E então as ações, as atitudes e as coisas não serão algo que temos, mas algo que seremos. Cada ação deve, pois, nos envolver de uma tal maneira que seja um ato de desvelo, amor e de doação em que a escolha colhe, recolhe e acolhe o único necessário e integral, o inteiro: o ser. De tal maneira que eu possa sempre dizer: sou, a partir da escuta do ser que sou. Ser não pode ser medido pelo que os outros dizem ou esperam de nós nem pelo que a nossa vontade ou desejo projeta, tendo como modelo um ser ideal ou um paradigma que nos vem de fora. O valor, o tamanho, o alcance de nosso agir sendo se dá pelo envolvimento e densidade que tem como medida o ser. Para isso e por isso o poeta introduz um novo verbo, também no imperativo, convocando-nos: Põe quanto és / No mínimo que fazes. Ser, já vimos, é agir e fazer, mas a intensidade e envolvimento não está no que tem valor para o “mundo” (sistema já feito) ou para os outros, para o que nos é externo e, sim, no pôr o que se é, seja no que for (qualquer ação) . Aqui há um paradoxo ao qual devemos prestar atenção. Pôr pressupõe sempre um agir. Porém, este agir se, por um lado, manifesta o que ainda não somos, por outro, apenas manifesta o que já somos. Por isso ele vai estar presente mesmo nas mais ínfimas ações, no mínimo que se fizer. Ora, este paradoxo apenas nos assinala algo verdadeiro, em termos de ser: cada um é um ente: é isto, é aquilo, é alto, é baixo, é inteligente, é simples, é ... sempre é, e ao mesmo tempo não-é, pois está sendo.
Nenhum ente é igual, cada um é uma doação original absoluta do ser, porque só podemos ser este ou aquele ente a partir do ser. Por isso somos sendo, isto é, provimos e nos presentificamos como doação do ser e caminhamos para o ser, num processo de manifestação e apropriação do que somos dimensionando-nos pelo ser e só pelo ser, ou seja, ser é: sersendo pelo agir e fazer até o sendoser. É a nossa medida essencial e única. Por que sersendo e sendoser ? Ente não é um substantivo, se dimensionado pelo ser e não classificado por um pensamento gramatical vazio e formal, metafísico. Ente é verbo, ação, realização. E o verbo de todos os verbos é o ser. Como a gramática o pode classificar como mero verbo de ligação? Quem dizendo sou, se reduz a um verbo de ligação? Daí ser melhor dizer em lugar de ente, a palavra verbal: sendo. Contudo, este agir do sendo de cada ente não provém da vontade de cada um, mas do vigor da poiesis enquanto essência do agir. O vigor poético de realização provém única e exclusivamente do ser como poiesis. Por isso o pôr e o fazer só podem acontecer se optamos em ser a partir do ser. Porém, aí podemos perguntar: Como podemos sersendo se vigoramos já desde sempre no ser? Porque somos e não-somos. Porque o ser não-é: dá-se. Dá-se como ente e vela-se como ser. O ente como sersendo só pode estarsendo porque ainda não-é e se manifesta na e como ação, poiesis. O máximo, pois, de nossa vontade e liberdade é ser este não-ser. E nisso consiste a essência do sentido de nosso agir. Nisso e só nisso consistem as escolhas essenciais das leituras. Não devem, pois, ser quantitativas, mas qualitativas, essenciais.
Ser e tempo
Nosso projeto de ser se dá como tempo e linguagem. A vida vivida como experienciação de ser é o tempo como linguagem. A linguagem é o tempo maduro para a manifestação do que somos. A esse tempo os gregos deram o nome de Kairós: é o tempo oportuno, o tempo do florescimento e maturação, da eclosão do que somos. Cada um tem o seu Kairós. Para ser. Ser é o único desafio verdadeiro de nossa vida. Então esse é o horizonte de nossas escolhas e leituras. Não podemos exagerar nem excluir nada. Mas também não podemos perder tempo com bobagens ou ficar à toa. Isso significa viver em plenitude em tudo que fazemos. “ Sê todo em cada coisa”. Isso exige de nós uma grande atenção, um esforço para além do que “gosto ou não gosto”, da minha vontade ou desejo de sujeito. O único desejo essencial é ser. Para isso “ Põe quanto és / No mínimo que fazes”. Não somos sujeitos, porque o ser nos foi dado, o verdadeiro sujeito. Não dependeu nem depende de nossa vontade. E somos sendo o que somos, o que nos foi dado: é nossa única e essencial pro-cura, o cuidado de ser. E tudo o mais virá por acréscimo. Seremos realmente inteiros. O que é ser inteiro? É ser único, algo inigualável, completo, assim como uma “lua” que brilha em cada lago, plena, porque alta vive a partir do ser , do sol.
O ler e o logos
Por que o ler tem essa força toda e se pode tornar o alimento mais essencial de nossa vida? Ler não é simplesmente a decodificação de signos escritos. Ler vem do legere latino e do logos grego. Este significa o propor, o reunir no e como dizer. Logos é palavra, ação, manifestação, linguagem, língua escrita ou falada, poiesis. Por isso nos diz o poeta, no poema Procura da poesia:
Chega mais perto e contempla as palavras
cada uma
tem mil faces sob a face neutra ...
Essas “mil faces” da palavra são o alimento vivo, diferente, originário de que cada leitor em cada leitura pode-se apropriar, e por este se transfigurar. Para isso é necessário ler como escuta, visão e proximidade. É o que o poeta Carlos Drummond de Andrade nos convida a fazer, quando diz, no imperativo poético de seu poema:
Chega mais perto e contempla as palavras.
Ler, como linguagem, é o sentir como experienciação o sentido do que somos. E isso nos advém em todas as manifestações poético-artísticas: música, pintura, cinema etc. etc. Isso nada tem a ver nem com manipulações estético-formais ou doutrinamento ideológico. Esse ler nunca pode ser um doutrinamento, mas sempre um alimentar-se para ser plenamente. Tal ler se dá como um caminho em que buscamos o que somos e não-somos. Porque o ser que somos e não-somos é um grande mistério e se nos presenteia e doa no questionamento. Neste consiste a descoberta inaugural e o desafio incessante do viver.
O ler e o real
A ciência e alguns teóricos desavisados alardeiam que a arte da palavra é ficção, que não é real e que serve para a fruição pessoal, para divertir, para “passar tempo”. Isso é falso. Não há nada mais real e profundo do que a poesia, a grande poesia. Esta é ação. Ela nos fala, nos leva à escuta do que somos. Ela nos propõe sempre imagens-questões a partir das quais nos alimentamos para desabrochar no que somos: sermos inteiros. E isso é ser real, o único real verdadeiro e fundamental.
A leitura e a vida
Alguns são obrigados a ler profissionalmente. Outros não. Seja como for, nunca se deve deixar de ler. Criar esse hábito não só nos alimenta e enriquece, proporcionando-nos momentos inesquecíveis de sedução, envolvimento, prazer e realização. Também pode ser um excelente remédio para horas indesejadas e difíceis. Como quando nos achamos em solidão. Alguém que está só e tem o hábito de ler e um bom livro à mão, tornará a solidão, muitas vezes, até um tempo oportuno, para lendo, descobrir que a solidão é ser solidário com os outros pelo diálogo (em silêncio), que somos uma grande co-letividade originária. Na leitura das grandes obras damos um grande mergulho em nós mesmos e através da reflexão aprendemos muito sobre os outros e muito mais sobre nós. Os limites do ser humano são insondáveis. E do sofrimento, na leitura e com a leitura, podem surgir grandes alegrias. Alguém que tem o hábito de leitura, de leituras substanciais, poderá viver intensamente e amenizar os sofrimentos, e fazer da solidão do limite uma convivência inimaginável. (O eu e o outro sempre nos advêm como limites, do que são e não-são). E mais: a vida se intensifica e densifica. E até algo surpreendente pode acontecer: vivermos mais, porque a atividade intelectual nos ativa o organismo e o espírito, e nossa memória se mantém viva. Nosso organismo se regenera e recebe seu vigor do que há de interior como o que somos.
A leitura e a memória
A linguagem é a “arte culinária” do ser de cada um. Ela é nosso ser, nossa memória. Somos sempre memória. Esta é o que há de mais enigmático em nossa vida. Não é um eu-superficial nem um eu-profundo. Não há eu: há ser, há memória. E o mito na imagem-questão Mnemósine, já nos disse originariamente o que ela é: o que foi, é e será. Adentrar a memória como consciência e sonhos ainda não é tudo. É necessário escuta e silêncio, evitando todo falatório e pretensões representacionais e conceituais.
Só podemos saber que há memória genética e conhecer em parte o código genético porque somos linguagem e memória. A memória nos chega como linguagem. Porém, nós não sabemos o que ela é. Nem carece. Basta ser. O ser não é, se dá: linguagem. O ser se diz: linguagem. A linguagem se dá: ser-memória. O ser é memória e por isso esta é o que há de mais misterioso em nós. A leitura do silêncio das grandes obras, e são grandes pelo silêncio em seu vigor máximo, abre a possibilidade de tecer a realização do que somos. A leitura nos permite recuperar como memória o tempo aparentemente perdido, e que está presentificado e vivo como memória da linguagem das, nas e como obras de arte, da poesia. Uma tal memória se dá e presentifica como visão, som, cheiro, gosto, tato. É o sentido dos sentidos. É a poiesis.
Ler é dizer: eu sou
Ler é alimentar-se da e pela memória do que já desde sempre somos.
Ser é o que há de mais autêntico, íntimo, profundo, imediato, evidente em cada um. O dizer mais radical e essencial é: eu sou. Onde o sou é que é a fonte originária de todo eu, de toda subjetividade. Mas também o mais misterioso. O hábito das leituras essenciais nos predispõe para a escuta do seu silêncio, do seu mistério.
Por que ler? Porque pode ser o alimento do ser que cada um é e o alimento de que necessita
Para ser grande...
Texto extraído do site: http://aprender.unb.br/mod/book/view.php?id=61671 [1] Travessia poética – página oficial do professor Manuel Antonio de Castro.

ALMOÇO


Hoje resolvi dá um time na cozinha. Como a Laís e o Lucas viajaram, eu, a Laressa, o Hélio e o Cauã fomos ao Teresina Shopping para o almoço. Aqui estamos nós no Café Forte, após o almoço, para tomar um expresso. Acabamos de chegar.

DIA DA AMIZADE

Hoje, ao abrir meu e-mail, encontrei essa mensagem da minha amiga Conceição. Há dias eu não a vejo, embora a gente trabalhe na mesma instituição. Terminamos os cursos de Letras e de Serviço Social juntas. Estudávamos juntas, éramos da mesma equipe. quantas vezes ela não dormiu na minha casa pra gente terminar um trabalho! Acompanhou a minha primeira e difícil gravidez, que me deixou cheia de angústia e de incertezas quanto à vida. Depois nos separamos pelas circunstâncias do trabalho e ficamos distantes. Agora estamos a um vão de escada e dia desses fui visitá-la em sua sala e passamos horas conversando. Lembramos do nosso tempo na UFPI e do quanto eu era maluca, divertida, das coisas que eu aprontava, mas sempre responsável com relação ao estudo.
"Marlene , visitei teu blog e amei.Você é , realmente , uma pessoa especial : redige bem ,é alegre , descontraída , objetiva , e , se tivesse que te pedir ou roubar alguma coisa , com certeza ,seria essa tua inspiração para viver , pois sempre que a gente te encontra, até mesmo nos momentos que parecem ter sido muito dificeis para você , sempre tu estavas diante da vida , conduzindo -a.Um abração da sempre amiga. Conceição Cardoso."

È, Conceição, graças a essa minha capacidade de superação e de reinvenção - assim como diz a Cecília Meireles, "A vida só é possível reinventada" - é que eu tenho, sim, conduzido a minha vida e da minha família com determinação, paz e equilíbrio. A alegria, a vontade de viver e ser feliz, a capacidade de amar mesmo quando a vida lhe diz não, fazem parte do meu eu, da minha busca e é por isso que sou feliz. Fiquei emocionada com a tua mensagem e espero te encontrar mais vezes.
Olha, esses dias foram mesmo de grandes reencontros e encontros que me deixaram mais feliz. Há alguns dias eu também reencontrei duas amigas da nossa turma, a Josiné (Letras) e a Espírito Santo (Serviço social). Passamos horas conversando e, hoje, penso em visitar a Josiné.

Ontem, Sábado, estava só em casa e resolvi convidar algumas amigas para conversar, bebemorar e comemorar. Então nos encontramos no Casarão às 18h e saímos 1:30 da manhã. A conversa estava tão animada que já incomodava alguns vizinhos de mesa. A gargalhada da Ceiça é contagiante. Contamos histórias divertidas da nossa adolescência, das nossas viagens a São Luiz, do medo de ir a Alcântara, dos jogos de baralho na casa da Ceiça, das festas na K2, minha casa na Redenção, dos amigos que já se foram, dos filhos, dos amores e da vida. Foi uma noite ótima. Ceiça, Ana, Adélia, Ieda e Daisy, vocês são demais! que alegria quando a gente se encontra, hein! Dizem que hoje é o dia da amizade! Viva nós e viva a todos que têm amigos com quem contar. Pra vocês e pra Cláudia, Desinilda, Julieta, Teresinha Lira, Bené, Leni, Lívio, Eulália, Anchieta, Cláudio, Javan, Célia, Sonia, Chiquinha, Marta vasconcelos, Auxiliadora, Ducarmo, Fátima Pinto, compadre Gerson, Geraldo, Gil, Hortulina, Joaninha, Conceição Melo, Helena, Marcelo, Ezeque, Marilda, Ozias, Ornedson, Regina, Rosário, Rosalvi, Rogéria, Sayonnara, Solange, Sueli, Silvia, Edmilson, Ana, Remédios, Washington e tantos outros que não citei aqui, sintam-se no meu coração, Canção da América (Milton Nascimento)

sábado, 19 de julho de 2008

IMAGENS











Retiradas do blog: princecristal.blogspot.com

FAZENDO PLANOS

Hoje amanheci meio voltada pra mim mesmo. Trabalhei bastante até agora e ainda preciso terminar um Plano de Ensino de Língua estrangeira. Estava pensando no convite que me foi feito por alguns amigos: viajar para Portugal e dar uma rápada passada em Paris em Setembro. Será uma viagem totalmente cultural. Confesso que fiquei tentada, mas compromissos profissionais me aguardam a partir de Agosto. Além disso, meus problemas de saúde ainda não foram totalmente sanados. No próximo ano, quem sabe! Espero estar melhor. Tenho bons planos para o ano seguinte. Enquanto estava fazendo meus projetos, essa música rolava:
Caçador de Mim - Milton Nascimento
Por tanto amor
Por tanta emoção
A vida me fez assim
Doce ou atroz
Manso ou feroz
Eu caçador de mim

Preso a canções
Entregue a paixões
Que nunca tiveram fim
Vou me encontrar
Longe do meu lugar
Eu, caçador de mim

Nada a temer senão o correr da luta
Nada a fazer senão esquecer o medo
Abrir o peito a força, numa procura
Fugir as armadilhas da mata escura

Longe se vai
Sonhando demais
Mas onde se chega assim
Vou descobrir
oque me faz sentir
Eu, caçador de mim

SE EU PUDESSE - GANDHI

Se eu pudesse
"Se eu pudesse deixar algum presente a você, deixaria aceso o sentimento de amar a vida dos seres humanos.
A consciência de aprender tudo o que foi ensinado pelo tempo afora.
Lembraria os erros que foram cometidos para que não mais se repetissem.
A capacidade de escolher novos rumos.
Deixaria para você se pudesse, o respeito àquilo que é indispensável:
Além do pão, o trabalho.
Além do trabalho, a ação.
E, quando tudo mais faltasse, um segredo:
O de buscar no interior de si mesmo a resposta e a força para encontrar a saída."

A CANTADA

A Cantada - Luis Fernando Verissimo

H: - Oi
M: - Oi
H: - Eu estava te olhando de longe... você vem sempre aqui?
M: - Só quando estou com vontade de fazer xixi. Quem te deixou entrar no banheiro das mulheres?
H: - Entrei escondido, queria falar com você.
M: - Não podia esperar eu terminar primeiro?
H: - É que eu sou muito ansioso... não é sempre que se encontra a mulher da nossa vida numa festa de formatura.
M: - Mulher da vida de quem?
H: - Da minha vida.
M: - Que espécie de maluco é você?
H: - O homem da sua vida!
M: - Como é que é?
H: - Sou o cara que nasceu pra casar e ter filhos com você.
M: - Essa é a sua melhor cantada?
H: - É sério... vamos conversar.
M: - Quer fazer o favor de fechar essa porta? Eu ainda não terminei.
H: - Desculpe. Um homem sabe quando avistou a mulher ideal. Geralmente ela é bonita, sexy, tem gostos refinados e inteligência suficiente para ignorar suas gracinhas. É fina, detesta vulgaridades.
M: - Me deixa vomitar em paz?
H: - Achei que você só estivesse apertada.
M: - O que eu faço no banheiro não é da sua conta...
H: - Eu me importo com você.
M: - Socorro, tem um homem aqui dentro.
H: - Psiuuuuu, não grita, eu só quero saber seu nome.
M: - Eu to bêbada demais pra saber meu nome.
H: - Também estou um pouco tonto, confesso. Viu como a gente combina?
M: - Sai daqui e fecha essa porta antes que eu te jogue esse balde de lixo na cabeça.
H: - Algumas pessoas passam a vida toda procurando por um amor perfeito. Alguém que te complete e ajude no que for preciso, faça companhia em todos os momentos.
M: - Cara, como você é chato.
H: - Melhorou?
M: - Não acredito que você me assistiu fazendo aquilo.
H: - Foi a coisa mais linda que eu já vi.
M: - Acorda, seu idiota. Eu botei um pão de batata pra fora.
H: - Eu também adoro pão de batata com tequila.
M: - Espirrou em você, seu porco.
H: - Eu não ligo. Seu vômito é o meu vômito.
M: - O que eu fiz pra merecer um maluco desses atrás de mim?
H: - Tem coisas que só o destino pode explicar.
M: - De que planeta você veio? Larga do meu pé, chulé.
H: - Só você não percebeu que isso tudo não foi por acaso.
M: - Você me seguiu, eu pedi ajuda, ninguém te tirou do banheiro, eu te dei
um banho de bolo de chocolate e cerveja.
H: - Nosso primeiro encontro...
M: - Nada disso é um encontro. Sai da minha frente.
H: - Não posso abandonar a mulher da minha vida.
M: - Que papo é esse? Deixa-me ver o que colocaram no seu whisky?
H: - É sério, nunca ouviu falar nisso?
M: - Whisky com bolinha alucinógena? É claro que sim. Nunca aceite o copo de um estranho.
H: - Nós somos o casal ideal. Nascemos um pro outro. Sabe quais são as chances disso acontecer numa festa de formatura? Uma em cada 150 milhões.
M: - Bem menores do que as chances de eu te dar uma porrada.
H: - Você não faria isso com seu futuro marido.
M: - Vamos do começo... Um: eu já tenho namorado. Dois: você não faz meu tipo. Três: isso não é uma festa de formatura. É a festa de 15 anos da Mariade Fátima. O segredo da relação perfeita está na identificação de sua alma gêmea. Geralmente ela é loira, alta e tem um piercing no nariz. Pode também não ser nada disso. Não importa. O grande lance é perceber se essa alma combina com a sua, tem gostos iguais, beijo bom e, de preferência, um cabelo sem gel.
H: - Quer apostar que nós nascemos um pro outro?
M: - Ridículo... vou ficar com peso na consciência.
H: - Por que não tenta? Fala uma cor.
M: - Preto.
H: - A ausência de todas as cores... A minha preferida também.
M: - Que bobagem.
H: - Um filme.
M: - "101 Dálmatas".
H: - O mesmo que o meu... Quer prova mais definitiva?
M: - Eu nunca vi esse filme na minha vida.
H: - Roubar não vale.
M: - Que papinho mais furado... Se toca, eu não fui com a sua cara.
H: - Última chance. Fala uma música.
M: - Ai que saco... Qualquer uma do Daniel.
H: - Daniel? Tem certeza?
M: - Absoluta.
H: - Então você tem razão... minha mulher ideal não gosta de música sertaneja.
M: - É mesmo? E que som ela curte?
H: - Rock, alguma coisa de Jazz... dependendo do dia, MPB.
M: - O que tem de errado com Leandro e Leonardo, KLB, é o Tchan?
H: - Nada, só não é mulher pra mim. De qualquer forma, foi um prazer. Todo mundo erra. Quem nunca pensou ter encontrado o grande amor e depois descobriu que ele roncava, tinha caspa e não era muito chegado a banho no inverno? Se fosse fácil não teria graça. O importante é não desanimar, e não foi dessa vez, partir pra outra. Tente declamar seu poema predileto em praça pública e espere alguém completá-lo. Se ninguém se manifestar, saia correndo. Podem ter chamado a polícia.
M: - Espera.
H: - O que foi?
M: - Eu também gosto de MPB. Minha mãe ouve Chico Buarque o dia inteiro.
Tecnicamente, se eu estou em casa, também ouço.
H: - Não sei... Acho que foi um engano.
M: - Como você pode saber?
H: - Olhando bem... você é mais alta do que eu imaginava. A mulher da minha
vida tem 1,60 de altura. Foi um prazer.
M: - Espera, eu estou de salto. Olha só... fiquei mais baixa.
H: - Você não tem nada a ver comigo.
M: - Tenho sim.
H: - Que interesse repentino pela minha pessoa... Até um minuto atrás você
queria que eu fosse embora.
M: - Também não sei o que me deu.
H: - Você tomou do meu whisky, foi isso?
M: - Não... quer dizer, não lembro.
H: - Cadê seu namorado?
M: - Está na minha frente, com uma coisa esquisita na camisa.
H: - Que nojo... o que mais você comeu, hein?
M: - Miojo, antes de sair de casa.
H: - Eu não posso ser seu namorado, você já tem um.
M: - Eu menti.
H: - Só pra me dar o fora? Conseguiu. Tchau.
M: - Volta aqui, meu amor. Pega uma vodka pra mim.
H: - Sai de perto de mim, sua louca.
M: - Só saio daqui casada.
H: - Socorro.
M: - Achei o homem da minha vida!!!
Luís Fernando Veríssimo

sexta-feira, 18 de julho de 2008

DEUS - FERNANDO PESSOA

Deus - Fernando Pessoa


Deus costuma usar a solidão
para nos ensinar sobre a convivência.

Às vezes, usa a raiva
para que possamos compreender o infinito valor da paz.

Outras vezes, usa o tédio
quando quer nos mostrar a importância da aventura e do abandono.

Deus costuma usar o silêncio
para nos ensinar sobre a responsabilidade do que dizemos.

Às vezes usa o cansaço,
para que possamos compreender o valor do despertar.

Outras vezes usa doença,
quando quer nos mostrar a importância da saúde.

Deus costuma usar o fogo,
para nos ensinar a andar sobre a água.

Às vezes, usa a terra,
para que possamos compreender o valor do ar.

Outras vezes usa a morte,
quando quer nos mostrar a importância da vida.

Tempo

Daquilo que eu Sei
Ivan Lins

Daquilo que eu sei
Nem tudo me deu clareza
Nem tudo foi permitido

Nem tudo me deu certeza...

Daquilo que eu sei
Nem tudo foi proibido
Nem tudo me foi possível
Nem tudo foi concebido...

Não fechei os olhos
Não tapei os ouvidos
Cheirei, toquei, provei
Ah Eu!
Usei todos os sentidos
Só não lavei as mãos
E é por isso que eu me sinto
Cada vez mais limpo!
Cada vez mais limpo!
Cada vez mais limpo!

No mundo há muitas armadilhas
No mundo há muitas armadilhas
e o que é armadilha pode ser refúgio
e o que é refúgio pode ser armadilha
Tua janela por exemplo
aberta para o céu
e uma estrela a te dizer que o homem é nada
ou a manhã espumando na praia
a bater antes de Cabral, antes de Tróia
(há quatro séculos Tomás Bequimão
tomou a cidade, criou uma milícia popular
e depois foi traído, preso, enforcado)
No mundo há muitas armadilhas
e muitas bocas a te dizer
que a vida é pouca
que a vida é louca
E por que não a Bomba? te perguntam.
Por que não a Bomba para acabar com tudo, já
que a vida é louca?
Contudo, olhas o teu filho, o bichinho
que não sabe
que afoito se entranha à vida e quer
a vida
e busca o sol, a bola, fascinado vê
o avião e indaga e indaga
A vida é pouca
a vida é louca
mas não há senão ela.
E não te mataste, essa é a verdade.
Estás preso à vida como numa jaula.
Estamos todos presos
nesta jaula que Gagárin foi o primeiro a ver
de fora e nos dizer: é azul.
E já o sabíamos, tanto
que não te mataste e não vais (Ferreira Gullar)

Tempo
Tempo é muito lento para os que esperam
Muito rápido para os que tem medo
Muito longo para os que lamentam
Muito curto para os que festejam
Mas, para os que amam, o tempo é eterno.
Willian Shakespeare

NOVAS DROGAS NO MERCADO

Protógenes, Troncon, Satiagraha.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

AGRADECIMENTO

Meus amigos, hoje eu quero agradecer. Agradecer a Deus pelo dia de hoje e agradecer a vocês por me visitarem aqui neste ambiente. Hoje foi um dia especialmente feliz. Sabe, aquele dia em que tudo dá certo na sua vida e você sente vontade de abraçar as pessoas, beijar e até de "mandar flores ao delegado", como diz Zeca Baleiro. Pois é, hoje foi assim. Só faltou encontrar o grande amor, mas quem sabe! Cheguei há pouco das minhas andanças e tudo o que eu fui resolver, deu certo. Até ser bem atendida na SEDUC e no DETRAN - fui receber minha carteira nova -! Encontrei nessa minha andança, uma prima que não via há muito tempo e um grupo de alunos me festejou quando cheguei ao Bradesco. Depois que saí do DETRAN, fui ao shopping dar um tempo até chegar a hora de ir ao INSS do São Cristóvão - estava agendada para 12:45h -. Fiquei no Café Forte lendo um livro e tomei um capuccino. Estava um silêncio delicioso, mas não pude ficar mais tempo. E não é que no INSS, também, deu certo? Deus sempre me atendeu em tudo e sou grata por tudo que me tem dado. Hoje, estou de bem com a vida, com as pessoas e comigo mesma.
Quando estava no shopping, lembrei de ontem na capela. O céu estava tão bonito, a lua linda e aquela gente tão simples e tão conformada. Cheguei em casa, mais ou menos 21:30, guardei o carro e ouvi alguém me chamar. Era o Geraldo Brito. Me convidou pra tomar um sorvete. Saímos para o sorvete e conversamos sobre música, encontros e desencontros, amores, livros, filmes. Foi um fim de noite legal. Depois voltamos pra nossas casas, cada um com a sua história. O Geraldo é uma pessoa simples, bonita pelo que é como pessoa e como profissional, além de ser sensível e um amigo generoso. Dia desses cheguei em casa e encontrei um presente dele pra mim. Era o CD Falso Brilhante da Elis Regina. O que eu tinha sumiu e ele me viu aflita procurando e resolveu me presentear e hoje ouvi muito esse CD e me lembrei das coisas boas que vivi. Essa música, então...
Como Nossos Pais - Elis Regina
Quando entrei no carro hoje e liguei o som, essa música foi a primeira a tocar. Adoro ela.
Vieste - Ivan Lins

CELEBRAÇÃO


Ontem, quarta-feira, tive o prazer de conhecer o Sítio do Dr. Luis Aírton, que nos convidou, eu e a Ceiça, para participar da inauguração da Capela do Santo Anjo. Estavam presentes os familiares, amigos e vizinhos. Muita gente simples participou e alguns fizeram o batizado dos filhos. Padre Tony, amigo pessoal do Luís Aírton, foi o celebrante. O Dr. Luis Aírton, um gentleman, recebeu todo mundo com alegria e agradeceu a presença de todos por estarem participando de um dos seus sonhos. Durante a cerimônia religiosa, foi enaltecida a pessoa do Dr Luis Aírton, um dos maiores nomes da mastologia no Piauí, pela sua generosidade, simplicidade e pelo que tem feito a serviço da vida.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Fenando Pessoa


Dói-me quem sou.

E em meio da emoção
Ergue a fronte de torre um pensamento
É como se na imensa solidão

De uma alma a sós consigo,o coração
Tivesse cérebro e conhecimento

Numa amargura artificial consisto,
Fiel a qualquer idéia que não sei,
Como um fingido cortesão me visto
Dos trajes majestosos em que existo
Para a presença artificial do rei.

Sim
Tudo é sonhar

quanto sou e quero.
Tudo das mãos caídas se deixou.
Braços dispersos, desolado espero.
Mendigo pelo fim do desespero,
Que quis pedir esmola e não ousou.

Fernando Pessoa muito lúcido, nos fala do medo de amar e do conflito de estar só.

POEMA DO AMIGO APRENDIZ


Quero ser o teu amigo. Nem demais e nem de menos.
Nem tão longe e nem tão perto.
Na medida mais precisa que eu possa.
Mas amar-te sem medida e ficar na tua vida,
Da maneira mais discreta que eu souber.

Sem tirar-te a liberdade, sem jamais te sufocar.
Sem forçar tua vontade.
Sem falar, quando for hora de calar.
E sem calar, quando for hora de falar.
Nem ausente, nem presente por demais.

Simplesmente, calmamente, ser-te paz.
É bonito ser amigo, mas confesso:
é tão difícil aprender!
E por isso eu te suplico paciência.
Vou encher este teu rosto de lembranças,
Dá-me tempo, de acertar nossas distâncias…

Fernando Pessoa

Retirado do blog: princecristal.blogspot.com

Carinhoso - Pixiguinha & Joao de Barro

"Eu fiz o Carinhoso em 1917. Naquele tempo o pessoal nosso da música não admitia choro assim de duas partes (choro tinha que ter três partes). Então, eu fiz o Carinhoso e encostei. Tocar o Carinhoso naquele meio ! Eu não tocava. Ninguém ia aceitar." Disse Pixiguinha.

A música só chegou ao disco em dezembro de 1928, interpretado pela Orquestra Típica Pixinguinha-Donga. Sem letra Carinhoso teria ainda mais duas gravações: uma pela Orquestra Victor Brasileira em 1929 e outra por Luperce Miranda em 1934.

Convidada a participar de um espetáculo a atriz Heloisa Helena pediu ao João de Barro uma canção nova, que marcasse sua presença no palco em Outubro de 1936. Não possuindo nenhuma, na ocasião, o compositor aceitou a sugestão da amiga para que pusesse versos numa música já existente, o choro Carinhoso. Braguinha falou com Pixinguinha e no dia seguinte a letra estava pronta para Heloisa Helena cantar.

Sem exagero, Carinhoso só se tornou um dos maiores clássicos da música brasileira a partir do momento em que pôde ser cantado.

E no vídeo abaixo uma interpretação belíssima de Marisa Monte e Paulinho da Viola.
Meu coração, não sei por que
Bate feliz quando te vê
E os meus olhos ficam sorrindo
E pelas ruas vão te seguindo
Mas mesmo assim
Foges de mim

Ah se tu soubesses como sou tão carinhoso
E o muito, muito que te quero
E como é sincero o meu amor
Eu sei que tu não fugirias mais de mim

Vem, vem, vem, vem
Vem sentir o calor dos lábios meus a procura dos teus
Vem matar essa paixão que me devora o coração
E só assim então serei feliz
Bem feliz

Felicidade é assim... o que importa é viagem ... não o destino!

História do livro de Jairo Severiano "Yes, nós temos Braguinha"

Retirado do blog: princecristal.blogspot.com

NO APÊ DA ANA BONI




Olha, foi um jantar e tanto, muita alegria, bebida, papo em dia e comida boa. No cardápio: leitão à pururuca, galinha caipira, vatapá, salada de repolho e abacaxi, creme de galinha e sorvete de frutas. tudo muito simples e caseiro e com a colaboração dos amigos. Foi tudo de bom, Ana. Os amigos agradecem. Olha a turma aí.

terça-feira, 15 de julho de 2008

AGENDA

Sexta-feira, a minha amiga Solange me liga convidando pra um fuá no sítio dela no Sábado. Acordei cedo, arrumei a sacola e o Cauã (meu netinho), passei na casa da Ceiça e fomos pra lá. Era aniversário da Sílvia, amiga da Solange. Chegamos lá às 10 horaS e só voltamos às 19 horas por causa do Cauã. Era uma reunião de poucos amigos, mas a Solange e a Sílvia fizeram comida pra um batalhão. Depois chegaram a Sueli e o Edmilson, a Ana e o Badu e tome cerveja, churrasco, conversa fiada e chuveirada . eu, como sempre, no refri e água e na seleção de músicas. olha, foi um dia super animado. Estou esperando as fotos da Sueli. Depois de tanta conversa, o Edmilson me saiu com essa: "Marlene, tu torces pra qual time?" Respondi: "Flamengo". Ele não acreditou e disse:" você, uma mulher bbb, bacana, bonita e bom gosto, não combina com Flamengo. Eu não me conformo." Respondi: "É, Edmilson, araruta também tem seu dia de minguau, e tu deves ser vascaíno, nosso freguês." Não deu outra no Domingo. Quando saímos do sítio, ficamos de combinar outro fuá e a Sílvia, Solange e Ceiça ficaram de almoçar comigo no Domingo. Queriam uma peixada. Fiz a peixada e esperei essas malandras. Estou esperando até agora. Telefonaram dizendo que não conseguiram nem levantar. A Ceiça, como mora perto, veio buscar a marmita, aos troncos e barrancos, morta de ressacada.

DOMINGO
Depois de fazer o almoço, à tarde, fui arrumar a minha agenda e o cardápio da próxima semana. Organizei os livros, as apostilas, terminei um trabalho do meu curso e rumei pra casa da Ceiça. Ficamos esperando a Joana que vinha de Luís Correia. Enquanto esperávamos, tomamos café com queijo e lemos a "Veja" e a "Istoé". Enfim, ela chegou, desolada e soltando os cachorros contra a Lei Seca. Disse que a vida dela tinha acabado. Não podia mais beber. Resolvemos, então, discutir a situação e resolver o caso da nossa companheira de copo. Pense numa pessoa que gosta de beber! tudo foi resolvido e agendado para os próximos encontros. As soluções foram as mais esquisitas e engraçadas, até mesmo deixar o carro na garagem do seu João, dono do bar DESAFINADO , o fornecedor de cervejas da TURMA. Demos boas risadas.

SEGUNDA
Estou de férias, mas sempre vou visitar meus amigos na Prefeitura, principalmente, a "galera do mal" Leni, Lívio e Eulalia e agora me incluíram também. Foi chamada assim pela Leni, porque é a turma mais animada e que recebe as prestações de contas dos suprimentos de fundos. Escreveu, não leu na cartilha da Lei 8.666, o tridente entra em ação. Antes passei na SEDUC pra ver um andamento de um processo e fiquei um tempão conversando com a minha amiga Josiné. Combinamos de nos encontrar uma tarde dessas na casa dela pra tomar um café com bolo frito e jogar conversa fora . Resolvi algumas coisas pela manhã e à tarde fui me encontrar com o grupo da FGV para concluir a elaboração do PIAP - Projeto de Impacto na Administração Pública. Foi uma tarde/noite muito proveitosa. Chego em casa e já tem um outro convite. Este é pra hoje, terça. A Ana Boni, irmã da Ceiça, e minha amiga de troca de e-mails, vai oferecer um jantar no seu apartamento para um grupo de amigas e amigos. Gente, desse jeito, eu não aguento. Não adianta fazer regime, ginástica. Até mais!

domingo, 13 de julho de 2008

BULLYING

Bullying não tem um significado exato em nossa língua, mas pode ser entendido como toda forma de opressão, de agressão física ou psicológica. Tem sido tema de teses, ensaios e pesquisas por ser um fenômeno frequente nas escolas de ensino médio, principalmente, nas escolas americanas, e hoje o assunto tem sido debatido nas escolas brasileiras face aos casos de violência de que muitos jovens tem sido vítimas dentro das escolas. O bullying geralmente é praticado pelo próprio colega e pode acarretar sérios transtornos psicológicos, morais e sociais à vítima. Veja esse texto criado por um jovem vítima de bullying.

Poem on bullying - we all bleed red...

"Maybe I can´t write a sentence or one word at all,
But does that mean you can push me against the wall?
Maybe I can´t read as good as the rest of the class
But does that mean you have to trip me as I walk past?
Maybe I can´t kick a ball as far as the best,
But does that mean I stand out from the rest?
Maybe I can´t shout as loud as you can,
But does that really make me any less of a man?
Maybe I´m a different colour, a different race,
But does that give you the right to hit my face?
Maybe my glasses make my face look around,
But does that mean to have to throw them to the ground?
Maybe I´m poor, and have no money,
But does that mean you can mock me so your friends think you´re funny?
Maybe I wear clothes by Adidas or Nike,
But does that you give the right to still things I like?
Maybe I´ll never win, and I´ll always lose,
But could you leave me alone? Do I get to choose?
Maybe you don´t care if I´m alive or dead,
But you won´t be the one visiting a hospital bed.
If there was only one thing that I wish would sink into your head,
We are all the same. We all bleed red... " (Anthony Kisley)

Veja o texto em Português:
Poema sobre a Opressão - Todos temos sangue vermelho
Talvez eu não consiga escrever uma frase, ou mesmo uma palavra,
Mas isso significa que você pode me empurrar contra a parede?
Talvez eu não consiga ler tão bem quanto o restante da classe,
Mas isso significa que você tem de me fazer tropeçar quando estou passando?
Talvez eu não consiga chutar a bola tão longe quanto o melhor,
Mas isso significa que sou diferente dos demais?
Talvez não consiga gritar tão alto quanto voce,
Mas isso me torna menos homem?
Talvez eu seja de uma outra cor, de uma raça diferente,
Mas isso lhe dá o direito de me bater no rosto?
Talvez meus óculos façam meu rosto parecer redondo,
Mas isso quer dizer que voce deve atirá-los no chão?
Talvez eu seja pobre, e não tenha dinheiro algum,
Mas isso quer dizer que você pode me ridicularizar para que seus amigos o achem engraçado?
Talvez eu vista roupas Adidas ou Nike,
Mas isso lhe dá o direito de roubar as coisas de que gosto?
Talvez eu nunca venha a vencer, e seja sempre um perdedor,
Mas você pode me deixar em paz? Posso escolher?
Talvez voce não se importe se estou vivo ou morto,
Mas voce não irá visitar uma cama de hospital.
Se eu pudesse escolher uma única coisa para entrar na sua cabeça seria isto:
Somos todos iguais. todos temos sangue vermelho...

SOME QUOTES TO THINK ABOUT

Things that will destroy us:

"Politics without principle
pleasure without conscience
wealth without work
knowledge without character
business without morality
science without humanity
worship without sacrifice."
(Mahatma Gandhi)

common truths often forgotten:
"It is not what men eat but what they digest that makes them strong; not what we gain but what we save that makes us rich; not what we read but what we remember that makes us learned; not what we preach but what we practice that make us Christians." F.Bacon

"It is our choices that show what we truly are, far more than our abilities." J.K. Rowling.

"If you believe in your heart that you are right, you must fight with all your might to do it your way. Only dead fish swim with the stream all the time." L. Ellerbee.