sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Vander Lee

Há algum tempo, não faz muito, a Ana Boni me convidou pra ver o show do Vander Lee no Teatro 4 de Setembro. Como eu não o conhecia, o nome não me chamou muito a atenção e também não conhecia as músicas. Não fui. Quarta-feira quando abri o meu email alguém que eu não conheço e que acho não ser brasileiro, pois postou uma mensagem em espanhol, me convidou para visitar o seu blog e ouvir as músicas do Vander Lee. Nossa, gostei muito, e não é que no aniversário da Marta o primeiro som que rolou, antes do Vavá Ribeiro, foi o Vander Lee! Selecionei estas para ouvir.

Contra o Tempo (Vander Lee)

Corro contra o tempo pra te ver
Eu vivo louco por querer você
Morro de saudade, a culpa é sua
Bares, ruas, estradas
Desertos, luas
Que atravesso em noites nuas
Só me levam pra onde está você
O vento que sopra meu rosto cega
Só o seu calor me leva
Numa estrela pra lembrança sua
O que sou...
Onde vou...
Tudo em vão...
Tempo de silêncio e solidão
O mundo gira sempre
Em seu sentido
Tem a cor do seu vestido azul
Todo atalho finda em seu sorriso nu
Na madrugada, uma balada soul
Um som assim meio que rock'n'roll
Só me serve pra lembrar você
Qualquer canção que eu faça
Tem sua cara
Rima rica, jóia rara
Tempestade louca no Saara
O que sou...
Onde vou...
Tudo em vão...
Tempo de silêncio e solidão.


Esperando Aviões

Meus olhos te viram triste
Olhando pro infinito
Tentando ouvir o som do próprio grito
E o louco que ainda me resta
Só quis te levar pra festa
Você me amou de um jeito tão aflito

Que eu queria poder te dizer sem palavras
Eu queria poder te cantar sem canções
Eu queria viver morrendo em sua teia
Seu sangue correndo em minha veia
Seu cheiro morando em meus pulmões

Cada dia que passo sem sua presença
Sou um presidiário cumprindo sentença
Sou um velho diário perdido na areia
Esperando que você me leia
Sou hangar vazio esperando aviões

Sou o lamento no canto da sereia
Esperando o naufrágio das embarcações.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Martosa, demais!

Acabo de chegar da festa da Marta.São 2h da manhã. Estou sem sono. Foi, simplesmente, maravilhosa. Uma alegria só e não poderia ser de outro jeito. A Marta diz que sempre festeja a vida e a alegria com os amigos e a família. A festa foi animada pelo Vavá Ribeiro, Sarah Rejane e, por último, Marquinhos do Pará. O momento mais animado foi a sessão brega, com direito a performance da Marta e do Ostim. Foi muito engraçado! Ele cantou a Loba (Marrom) com drama e depois os dois cantaram "Por que Brigamos" ( Diana) Até eu cantei. Pense! No final, todos cantaram as Frenéticas. A festa foi no Sítio Uruguai, com uma superprodução da Meeting Produções. Agora vou dormir, amanhã tem muito trabalho. voltemos à realidade.

Carlos Drummond de Andrade

Estava agora há pouco fazendo algumas leituras sobre políticas de promoção social e me lembrei das visitas que fiz a algumas instituições em Teresina que prestam serviço na área da Assistência Social, como a Casa Dom Barreto e a Fazenda da Paz. Fiquei pensando na nossa pequenez como seres humanos, o quanto somos egoístas quando imaginamos que estamos acima do bem e do mal e que os nossos problemas são sempre maiores do que os dos outros. Imaginar que aquelas pessoas assistidas através desses programas de assistência sequer têm alguém que olhe para elas, que lhes dê carinho e que as veja como seres humanos. Quando nos deparamos com a vida real, com as várias faces da vida, é que percebemos o quanto somos pequenos.Mas percebemos,também, que nós podemos mudar, se quisermos e se estamos prontos para enfrentar os desafios. Pensar nas nossas relações com o outro é pensar em nós como seres humanos, que temos medos, necessidades, vontades, desejos e que não custa nada dar um pouco de amor, de afeto, de carinho e ajudar aqueles cujas vozes não são ouvidas. Acho que o fundamento de tudo isso está no amor no seu sentido mais amplo. Não que o amor possa resolver todas as mazelas e problemas desse mundo, mas, certamente, é na nossa relação com o outro que podemos encontrar uma saída. Foi assim que pensei no Drummond e nas suas palavras sábias. Os poetas sempre estão além de nós. Que a poesia esteja sempre presente nas nossas vidas!

"A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca e que, esquivando-nos do sofrimento, perdemos também a felicidade."
Carlos Drummond de Andrade

Os Ombros Suportam o Mundo

Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.
Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.
Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teus ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.
Carlos Drummond de Andrade

"Se procurar bem você acaba encontrando.
Não a explicação (duvidosa) da vida,
Mas a poesia (inexplicável) da vida."
Carlos Drummond de Andrade

As sem-razões do amor

Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.

Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.

Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.
Carlos Drummond de Andrade

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Martosa ,31

Amanhã, dia 29 de Outubro, é um dia especial. Minha amiga Martosa (Marta Vasconcelos), empresária da Meeting Produções, estará de aniversário. E, como todo ano ela faz uma mega festa, vai ser tudo de bom. Eu já recebi o meu convite e estarei presente. O convite é bem original: um cartão de telefone com uma bela foto e o ddd 31 (aninnhos). Parabéns, minha linda! VOCÊ É A ALEGRIA EM PESSOA. God bless you!
Aí estamos nós no show da Bethânia

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Leila Diniz - Uma mulher

Como diz Leila Diniz…
Postado por Luciano Trigo em 24 de Outubro de 2008 às 23:11


Dois livros contam a trajetória da carioca que fez uma revolução de biquini

A quebradora de tabus está de volta. Leila Diniz é personagem de dois perfis biográficos que chegam simultaneamente às livrarias: Leila Diniz – Uma revolução na praia, de Joaquim Ferreira dos Santos e a edição revista e aumentada de Toda mulher é meio Leila Diniz, de Mirian Goldenberg .

Está de volta? Na verdade ela nunca partiu. Morreu precocemente, aos 27 anos, num acidente aéreo, mas continuou viva em geração após geração de meninas que adotaram, mesmo sem saber, as mensagens e os exemplos de Leila Diniz. O fato de hoje a sua rebeldia parecer bem comportada – falar sem pudores sobre sexualidade ou posar grávida de biquíni na praia não escandaliza mais ninguém – é a maior prova de que Leila triunfou. Viver intensamente e gozar da liberdade sexual virou rotina. Separar sexo do amor também. Mais que isso, a felicidade e o prazer viraram quase uma obrigação. Até mesmo na deselegância discreta das adolescentes que rimam desafiar convenções com falar palavrões ela continua presente. Ou na moda de escancarar a vida íntima em público. O que era impactante é hoje banal. Em mais de um sentido, a profecia da letra de Rita Lee se concretizou: hoje qualquer mulher é mesmo Leila Diniz.

O problema era ser Leila Diniz nos anos 60 e 70, em plena vigência da ditadura militar e de um conservadorismo moral sufocante. Nesse sentido seu papel foi realmente revolucionário, pois ela ocupou a vanguarda da emancipação feminina no Brasil, levantando a bandeira da espontaneidade e da alegria contra o machismo mal humorado então reinante. Este papel simbólico-comportamental foi tão importante que quase esquecemos que ela fez muito mais.

Por exemplo, foi atriz. Leila participou da primeira novela da Globo, em 1965, Ilusões perdidas, e também de O sheik de Agadir e Eu compro esta mulher (as novelas de antigamente tinham títulos fortes), além de fazer anúncios da Coca-Cola e de cremes dentais; no cinema, atuou em filmes de Domingos Oliveira (como o clássico Todas as mulheres do mundo, de 1966, e Edu, Coração de Ouro, ambos com Paulo José) e Nelson Pereira dos Santos (Fome de amor); no teatro, contracenou com Cacilda Becker, em O preço de um homem, e foi corista de uma revista de Carlos Machado.

Filha de um dirigente do Partido Comunista, Leila nasceu em Niterói, fez o magistério e dava aulas num jardim da infância de subúrbio quando, aos 17 anos, conheceu o cineasta Domingos de Oliveira numa festa de Natal. Reza a lenda que na mesma noite começou o relacionamento de 3 anos, que ajudaria a abrir caminhos para sua carreira artística.

Mas a celebriidade veio mesmo quando a imprensa começou a publicar entrevistas suas, nas quais não media palavras nem palavrões, principalmente a famosa entrevista do Pasquim, de novembro de1969. “Cada palavrão dito pela rósea boquinha da bela Leila foi substituído por uma estrelinha. É por isso que a entrevista dela até parece a Via Láctea”, explicou o editor. Foi a edição mais vendida de toda a história do jornal. Coincidência ou não, a censura prévia à imprensa foi instituída pela ditadura logo depois da publicação: a lei ficou conhecida como Decreto Leila Diniz.

Leila incomodava. Com o endurecimento da situação política, as oportunidades profissionais começaram a escassear. Acusada de ajudar militantes de esquerda, ela chegou a precisar se esconder no sítio de… Flavio Cavalcanti, apresentador de televisão injustamente acusado de reacionário, cuja vida também merece ser recontada. Em 1971 Leila voltou a se casar, com o cineasta Ruy Guerra. Grávida de oito meses (de Janaína), chocou a família brasileira ao expor o barrigão na praia de Ipanema - e, mais tarde, ao se deixar fotografar amamentando. Sua morte causou verdadeira comoção nacional. Partia mulher, nascia o mito.

FRASES:

“Você pode muito bem amar uma pessoa e ir para cama com outra. Já aconteceu comigo”

“Quebro a cara toda hora, mas só me arrependo do que deixei de fazer por preconceito, problema e neurose”

“Não morreria por nada deste mundo, porque eu gosto realmente é de viver. Nem de amores eu morreria, porque eu gosto mesmo é de viver de amores”

“Eu posso dar para todo mundo, mas não dou para qualquer um”

“Cafuné na cabeça, malandro, eu quero até de macaco”

“Viver, intensamente, é você chorar, rir, sofrer, participar das coisas, achar a verdade nas coisas que faz. Encontrar em cada gesto da vida o sentido exato para que acredite nele e o sinta intensamente”

“Sempre andei sozinha. Me dou bem comigo mesma”

“Eu trepo de manhã, de tarde e de noite”

“Todos os cafajestes que conheci na vida são uns anjos de pessoas”

“Eu durmo com todo mundo! Todo mundo que quer dormir comigo e todo mundo que eu quero dormir”

“Só quero que o amor seja simples, honesto, sem os tabus e fantasias que as pessoas lhe dão”

“Não sou contra o casamento. Mas, muito mais do que representar ou escrever, ele exige dom”

domingo, 26 de outubro de 2008

Sombra e Água Fresca

Melhor impossível
Ontem fomos ao sítio do Naldo e da Lourdinha. Era aniversário do Naldo. Depois de uma semana cansativa, não poderia ter sido melhor. A Lourdinha é uma pessoa maravilhosa, amiga, inteligente e adora receber os amigos. Amigos do trabalho e familiares estavam presentes. Bom papo, muitas risadas, brincadeiras e muita comida e bebida. Só faltou sarna. Só voltamos hoje, domingo, por conta das obrigações. À noite foi um festival de ronco. Parecia uma orquestra e eu quase não dormi. Hoje, cedinho, eu, a Ceiça e a Joana acordamos e fomos colher frutas: laranjas, limas, caju e manga. ficamos descascando as laranjas e observando um galo tarado que corria atrás das galinhas. Era o fodão do lugar. Nossa, o galo comeu todas. Depois fomos pra piscina. foi um dia feliz, alegre, festivo.

A filha do Gil e o Naldo com o bolo do aniversário

Lourdinha, Naldo e amigos

Ceiça e Joaninha tomando coalhada no café da manhã.

Eu em cima do pé de caju

Eu e a Ceiça

Eu e Joana descascando laranja

Vida boa, hein!

A Ceiça e eu cortando os temperos para o almoço


Joaninha passando bronzeador na Ceiça. eita moleca que gosta de sol!

Eu e a Joana só moendo!

sábado, 25 de outubro de 2008

Marta Suplicy - relaxa e goza

Com a perspectiva de que será derrotada em Saõ Paulo, só resta um consolo:
-Calma, Marta, relaxa e goza.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Toda Nudez Será Castigada?

Toda nudez será castigada?
Postado por Bruno Medina em 21 de Outubro de 2008 às 14:02

Não faz muito tempo ainda era possível ouvir, numa roda de amigos, saltar da boca de algum detrator do cinema nacional a manifestação de repúdio quanto ao fato da pornografia haver se tornado adereço corriqueiro da imensa maioria dos roteiros, fossem dramas ou comédias. É certo que este argumento se respalda nas ditas pornochanchadas, gênero predominante nas produções rodadas no país durante os anos 70 cujos reflexos ainda ecoavam em meados da década seguinte, quando supostamente caiu em desuso.

Até hoje, no entanto, há quem pense que se por um lado o auge do “estilo” foi responsável pelas maiores bilheterias alcançadas por filmes brasileiros, por outro prestou o desserviço de associá-los a enxurrada de palavrões e as cenas de sexo gratuitas características desta que foi a época de ouro para a indústria cinematográfica tupiniquim. No início a nudez abundante nas telas representou uma forma de resistência à censura e ao cerceamento da liberdade de expressão vigentes durante a ditadura militar, mas em algum momento cedeu seu caráter político e se transformou num mero recurso para alavancar audiência que, embora atenuado, perdura.

“… é sobre as atrizes que a opressão da pornografia é exercida com maior violência, uma vez que ela atende, na imensa maioria das vezes, a um anseio sexual do homem. É raro o convite de trabalho, seja filme ou novela ou programa de humor, que não inclua cenas desse tipo para o elenco feminino”. Foi o que declarou Pedro Cardoso no Festival do Rio durante a primeira sessão de “Todo Mundo Tem Problemas Sexuais”, filme do qual participa como ator. A frase citada é apenas um trecho do manifesto redigido e lido pelo próprio para uma platéia majoritariamente composta por atores e diretores.

A declaração, obviamente, repercurtiu no mundo das artes e não faltou quem a tachasse de moralista. O diretor Zé Celso Martinez, que diz considerar o nu como o melhor dos fugurinos, classificou o manifesto como “uma volta à inquisição”. Reação semelhante partiu do cineasta Carlos Reichenbach em entrevista à Folha: “Representar é se colocar nu. Essa postura de ator que renega o corpo me assusta”.

A polêmica, que dava indícios de ter perdido força, voltou à tona por intermédio da atriz Graziella Moretto, em matéria que ocupa a capa do Segundo Caderno do jornal O GLOBO desta terça-feira: “… essa suposta falta de pudor exigida do ator não existe. Parece ser quase contingência da profissão você ficar pelado. Uma jovem atriz acha que não pode dizer “não” quando vai fazer teste para um filme e o diretor manda ela tirar a roupa. Já ouvi milhões de histórias assim”.

Eu também. A mim parece pouco sensível a argumentação de quem prefere enxergar na corajosa iniciativa de Pedro Cardoso uma atitude pudica. Simplificar a relevante discussão proposta a estes termos chega a soar leviano. A disponibilidade para ficar nu em cena nada diz à respeito da capacidade de qualquer ator, afinal o que não falta é gente sem qualquer compromisso artístico acreditando que ficar pelado vai servir de trampolim para a fama. Seriam então estes -os que aceitam a nudez de seus personagens sem qualquer questionamento- mais competentes ou profissionais do que os demais colegas?

Este manifesto visa apenas desvincular a nudez como um fator classificatório, bem como fomentar o debate sobre a qualidade do que se assiste atualmente. As palavras de Pedro podem ter representado um golpe contundente, em especial para os que se acostumaram a conviver com clichês e enredos apelativos em suas obras. Uma análise pouco mais apurada indicará que o discurso na verdade foi em defesa da nudez; evitar sua banalização e a melhor maneira de eternizá-la.
do blog: http://colunas.g1.com.br/instanteposterio

Reinaldo Azevedo
Se em meu ofício, ou arte severa,/ Vou labutando, na quietude/ Da noite, enquanto, à luz cantante/ De encapelada lua jazem/ Tantos amantes que entre os braços/ As próprias dores vão estreitando —/ Não é por pão, nem por ambição,/ Nem para em palcos de marfim/ Pavonear-me, trocando encantos,/ Mas pelo simples salário pago/ Pelo secreto coração deles. (Dylan Thomas – Tradução de Mário Faustino)

UMa pausa para sorrir

Bula de Homem
Indicações:
Homem é recomendado para mulheres portadoras de SMS (Síndrome da Mulher Sozinha). Homem é eficaz no controle do desânimo, da ansiedade,irritabilidade, mau-humor, insônia,etc.

Posologia e Modo de Usar:

Homem deve ser usado três vezes por semana. Não desaparecendo os sintomas, aumente a dosagem ou procure outro. Homem é apropriado para uso externo ou interno, dependendo da necessidade da mulher.

Precauções:
Mantenha longe do alcance de amigas (vizinhas solitárias, loiras e/ou morenas sorridentes, etc).
Manuseie com cuidado, pois Homem explode sob pressão, principalmente quando associado � álcool etílico. É desaconselhável o uso, imediatamente após as refeições.

Apresentação:
Mini, Max, Super, Mega, Plus ou Super Mega Max Plus (ui!!!)

Conduta na Overdose:
O uso excessivo de Homem, pode produzir dores abdominais, entorses, contraturas lombares, assim como ardor na região pélvica. Recomenda-se banhos de assento, repouso, e contar vantagem para a melhor amiga!

Efeitos Colaterais:
O uso inadequado de Homem, pode acarretar gravidez e acessos de ciúmes.
O uso concomitante de produtos da mesma espécie pode causar enjôo e fadiga crônica.

Prazo de Validade:
O número do lote e a data de fabricação,encontram-se na cédula de identidade e no cartão de crédito.

Composição:
??gua, tecidos orgânicos, ferro e vitaminas do Complexo “P”.

ATENÇÃO:
Não contém CEMANCOL. Cuidado!!! Existem no mercado algumas marcas falsificadas, a embalagem é, de excelente qualidade, mas quando desembrulhado, verifica-se que não fará efeito nenhum, muito pelo contrário, o efeito é totalmente oposto,ou seja, além de não ser eficaz no tratamento,podem agravar os sintomas.

Instruções Para o Perfeito Funcionamento de Um Homem:
1. Ao abrir a embalagem, faça uma cara neutra;não se mostre muito empolgada com o produto. Se fica muito seguro de si, o Homem não funciona muito bem, vive dando defeito.
2. Guarde em lugar fresco( fedorento não dá) e seguro (pois é frágil).
3. Deixe fora do alcance de amigas…
4. Para ligar basta uns beijinhos no pescoço pela manhã, para desligar basta uma noite de sexo, ele dorme como uma pedra e nem dá Boa Noite (falta de educação é defeito de fábrica).
5. Programe-o para assinar talões de cheque sem reclamar.
6. Carregue as baterias três vezes por dia, café, almoço e janta, mais que isso provoca pneuzinhos indesejáveis.
7. Em caso de defeito, algumas táticas costumam dar certo: esconda o controle remoto da televisão. Se a falha insistir, corte o futebol com os amigos no final de semana e o chopp. Se o problema persistir, a única
maneira é fazer greve de SEXO.

ATENÇÃO: Homem não tem garantia de fábrica e todas as espécies são sujeitas � defeitos. A solução é ir trocando até que se ache o modelo ideal, contudo recentes pesquisas informam, que este não foi INVENTADO ainda.

Receita de Homem - Ruth Larré
Os muito rudes que me perdoem,
mas ternura é fundamental.
É preciso que haja sempre algo de amor em tudo isso.
É preciso que, ao apear em nosso território,
o homem traga os peçuelos pesados de carinho.
Que chegue ousado, pra tomar posse,
mas ciente de que nunca será senhor absoluto.
É preciso, é absolutamente preciso
que o macho seja homem.
Que venha como quem chega ao mais belo campo de batalha
e aceite, na luta, ser dominador e dominado.
Que traga olhos de melancolia
pra despertar os necessários devaneios em horas de não-ser.
Mas que, às vezes, saiba ser um pouco irreverente,
que tenha risos pra rir de vez em quando
e carregue enormes reservas de humor inteligente.
Que, ao som de valsas, de tangos ou milongas,
altivo ou entonado,
seu corpo se incendeie em ritmo e, ao contato do frágil corpo companheiro,
levitem ambos na incomparável magia de dançar.
Que suas mãos conheçam os segredos de todas as carícias
e, nas escuras horas luminosas, saibam caminhar em andanças milagrosas,
provocando avalanches, quedas d'água, terremotos...
Ah, deixai-me dizer-vos que é todo imprescindível
Que também haja um largo peito de aconchego
e fortes braços de abraçar carências.
E, embora não seja de todo carecente, é recomendável
que haja um sombreado de barba numa cara expressiva e benfazeja.
É preciso que ele tenha boca de muito beijar e de belo falar:
de voz intensamente morna, grave, insinuante.
Mas também é muito preciso que tenha ouvidos
de ouvir e de entender.
Que se enterneça ao canto, ao assobio, à melodia,
e à musicalidade da palavra em poesia.
Que ame o céu azul, os verdes campos, os morros,
o sol, a chuva, a lua, as águas cristalinas,
o poderoso mar de eternas vagas.
Que se sinta atraído por novas descobertas
e se disponha a desbravar caminhos.
Que não se queixe nunca de envelhecer na alma,
pois que o espírito jamais pode perder o vigor dos verdes anos.
É, pois, absolutamente necessário que ele saiba suportar
os açoites de todos os minuanos,
quando atacam, sorrateiros, em inesperadas volteadas de coxilhas.
É importantíssimo que o homem seja alto,
alto nos pensares e sonhares.
E capaz de compreender o pensar e o sonhar da amada.
Que seja generoso
E não cultive o azedume das querelas.
Que saiba tão bem pedir como ofertar
o fruto doce do perdão e da harmonia.
E que haja sempre dignidade nos seus passos.
E amor à vida, ao irmão, ao Pai Maior.
É preciso, enfim, que, enlaçando seu destino à bem-amada
e sendo pai, amante, companheiro,
nunca se esqueça de levá-la, às vezes,
numa rede tecida só de enlevos,
para o mágico país dos namorados.

Esta música é linda e nos dá uma paz, uma alegria, uma esperança. É tão bom esperar alguém que se ama tanto, arrumar as pequenas coisas, fazer tudo com muito carinho e...soltar Foguete. O clip é belo.

Foguete - by Maria Bethania
Foguete
Maria Bethânia

Composição: J. Velloso/ Roberto Mendes


Tantas vezes eu soltei foguete
Imaginando que você já vinha
Ficava cá no meu canto calada
Ouvindo a barulheira
Que a saudade tinha
É como diz João Cabral de Mello Neto
Um galo sozinho não tece uma manhã
Senti na pele a mão do teu afeto
Quando escutei o canto de acauã
A brisa veio feito cana mole
Doce, me roubou um beijo
Flor de querer bem
Tanta lembrança este carinho trouxe
Um beijo vale pelo que contém

Tantas vezes eu soltei foguete
Imaginando que você já vinha
Ficava cá no meu canto calada
Ouvindo a barulheira
Que a saudade tinha
Tirei a renda da nafitalina
Forrei cama, cobri mesa
E fiz uma cortina
Varri a casa com vassoura fina
Armei a rede na varanda
Enfeitada com bonina
Você chegou no amiudar do dia
Eu nunca mais senti tanta alegria
Se eu soubesse soltava foguete
Acendia uma fogueira
E enchia o céu de balão
Nosso amor é tão bonito, tão sincero
Feito festa de São João



Gente, vou dar um tempo esta semana. Tenho algumas coisas urgentes pra fazer e estou sem tempo. Neste final de semana vou estar fora de Teresina. Até mais!

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Frases

"Escrever é uma maneira que eu tenho de me completar. (...)Às vezes eu escrevo porque quero dizer determinada coisa que eu acho que não foi dita; às vezes, porque me interessa que conheçam meu ponto de vista. Às vezes, escrevo também por prazer." João Cabral de Melo Neto.

"Aprender é a única coisa de que a mente não se cansa, nunca tem medo e nunca se arrepende." Leonardo da Vinci

"A vida sem luta é um mar morto no centro do organismo universal."
Machado de Assis

"Não levante a espada sobre a cabeça de quem te pediu perdão."
Machado de Assis

TUDO QUE É LÍQUIDO DESMANCHA NO AR
Postado por Luciano Trigo em 18 de Outubro de 2008 às 11:46

Somos todos mercadorias, diz Zygmunt Bauman em Vida para consumo; na Polônia, acusam o sociólogo de ter integrado a polícia secreta comunista

Aos 83 anos, o sociólogo polonês Zygmunt Bauman continua demonstrando uma impressionante sagacidade na interpretação das transformações em curso na sociedade. Em Vida para consumo, ele faz uma análise provocadora do impacto do consumismo sobre o modo como vivemos hoje, um estilo de vida caracterizado pela fragilidade dos laços, pelo embaçamento moral, pela falta de referências fixas e por uma fluidez classificada como “líquida” – adjetivo presente nos títulos de cinco livros seus: Amor líquido, Modernidade líquida, Vida líquida, Medo líquido e tempos líquidos.

O consumo é um tema sociologicamente rico, pois pode ser associado tanto a uma suposta afirmação da liberdade individual quanto a (também supostos) mecanismos de controle e manipulação das pessoas. Além disso, seus diferentes aspectos – econômicos, políticos, históricos, sociais, culturais, psicológicos – tornam a discussão sobre o consumo potencialmente inesgotável. Bauman parte da tese de que deixamos de viver numa sociedade de produtores e passamos a uma organização social baseada puramente no consumo, na qual as pessoas se tornaram elas próprias mercadorias descartáveis numa prateleira, que precisam se remodelar continuamente para não ficarem obsoletas.

As identidades sociais, os valores morais, os padrões de comportamento e a outrora complexa rede de relacionamentos humanos foram totalmente colonizados pela lógica de mercado, a ponto de tornar difícil qualquer resistência ou contestação, já que não existe mais um “lado de fora” de onde se possa criticar o mundo. Até mesmo a realidade virtual já foi ocupada por esse novo paradigma: basta observar como nas redes de relacionamento como o Orkut as pessoas “vendem” uma imagem próxima à de produtos a serem consumidos, enfatizando elementos típicos da linguagem publicitária, para estabelecer laços passageiros, que podem ser desfeitos com rapidez e facilidade. Quanto menos profundidade melhor.

Isso também ajuda a entender a obsessão das pessoas pela fama, já que na sociedade de consumidores a invisibilidade equivale à morte social. Quando a interioridade é desvalorizada, o olhar e o reconhecimento do outro se tornam a única garantia de que existimos de verdade.

Daí o medo de ficar sozinho se destacar entre outros medos – de perder o emprego, de ser vítima da violência, de não ser amado. Todas as utopias, individuais e coletivas, se baseavam na ilusão da possibilidade de controle do mundo (social, natural, econômico). Isso se desmanchou no ar (ou na água). Nessa era da incerteza total, o consumo como último nexo serve para fixarmos nosso lugar na sociedade, para nos distinguirmos das outras pessoas, para darmos uma ilusão de ordem às coisas e nos sentirmos cidadãos.

Bauman parece ter razão quando sugere que consumir (e ser consumido) se tornou não apenas o verdadeiro propósito da existência para um número crescente de pessoas, mas uma condição de reprodução do nosso modelo social. Tudo se transforma em moeda de troca simbólica – incluindo, naturalmente, a juventude, a beleza, a sexualidade. Gastos aparentemente inúteis e irracionais, condenados no passado, se tornaram, mais que virtudes, um novo motor na existência social.

Naturalmente, esse processo tem implicações profundas não apenas na economia, na política e na cultura, mas também na própria psicologia: fim da idéia de segurança a longo prazo, fim de qualquer garantia. A precariedade e o risco passam a ser os principais aspectos da condição humana, daí o imperativo de desfrute imediato dos prazeres e satisfação de desejos – logo substituídos por novos prazeres e desejos. Por outro lado, a nossa capacidade de tratar o outro com humanidade é reduzida, e a solidariedade se desintegra – o que na Europa se manifesta pela rejeição a estrangeiros, nos quais a sociedade tende a projetar seus medos e ansiedades.
do blog: http://colunas.g1.com.br/maquinadeescrever/

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Menina de Ouro - Prêmio Jovem Cientista

Priscila Oliveira Costa

Amanhã, dia 22, quarta-feira, sairá, em rede nacional, a relação dos vencedores do prêmio Jovem Cientista, patrocinado pelo CNPQ e Fundação Roberto Marinho. Dentre os vencedores está a garota piauiense Priscila Oliveira Costa, minha aluna na Fundação Bradesco, que concorreu na categoria Ensino Médio. Priscila ficou em segundo lugar nacional com o Projeto: Fatores que contribuem para a violência na Escola. Este Projeto teve a orientação do professor de Biologia, José Maria. Priscila tem 16 anos e faz a 2ª série do Ensino Médio. Sempre foi uma aluna exemplar, estudiosa, dedicada, investigadora. Já está acostumada a receber prêmios na Escola e fora dela. Há dois anos, Priscila recebeu um outro prêmio, da FioCRuz, ficando em terceiro lugar nacional. Menina, você vai longe. Além de bonita, você é dez. No próximo ano, vamos torcer para o primeiro lugar. Fiquei muito emocionada quando soube do prêmio. Até chorei. Sou chorona quando me emociono. É isso que vale a pena ser professor.

domingo, 19 de outubro de 2008

LOVE IS A PLACE

Love is a place
e.e.cummings


love is a place

& through this place of

love move

(with brightness of peace)

all places



yes is a world

& in this world of

yes live

(skillfully curled)

all worlds

Crime (financeiro) contra a humanidade - José Saramago

Trecho do post "Crime (financeiro) contra a humanidade, extraído do blog:http://caderno.josesaramago.org/2008/10/

"O que está a passar-se é, em todos os aspectos, um crime contra a humanidade e é desta perspectiva que deveria ser objecto de análise em todos os foros públicos e em todas as consciências. Não estou a exagerar. Crimes contra a humanidade não são somente os genocídios, os etnocídios, os campos de morte, as torturas, os assassínios selectivos, as fomes deliberadamente provocadas, as poluições maciças, as humilhações como método repressivo da identidade das vítimas. Crime contra a humanidade é o que os poderes financeiros e económicos dos Estados Unidos, com a cumplicidade efectiva ou tácita do seu governo, friamente perpretaram contra milhões de pessoas em todo o mundo, ameaçadas de perder o dinheiro que ainda lhes resta e depois de, em muitíssimos casos (não duvido de que eles sejam milhões), haverem perdido a sua única e quantas vezes escassa fonte de rendimento, o trabalho." José Saramago

sábado, 18 de outubro de 2008

A atualidade de Sousândrade

"Ouvi dizer já por duas vezes que o Guesa Errante será lido 50 anos depois; entristeci – decepção de quem escreve 50 anos antes".(Sousândrade)
"A poesia sempre tende à abolição da história, não porque a desdenhe e, sim, porque a transcende." Octavio Paz)

de O Guesa Errante - Sousândrade

Canto Décimo

-O Inferno de Wall Street


(O GUESA, tendo atravessado as ANTILHAS, crê-se livre dos
XEQUES e penetra em NEW-YORK-STOCK-EXCHANGE; a Voz dos
desertos:)

1
— Orfeu, Dante, Enéias, ao inferno
Desceram, o Inca há de subir...
— Ogni sp'ranza lasciate,
Che entrate...
— Swedenborg, há mundo porvir?
2
(Xeques surgindo risonhos e disfarçados em Railroad-
managers, Stockjobbers, Pimpbrokers, etc., etc.,
apregoando:)

— Harlem! Erie! Central! Pennsylvania!
— Milhão! cem milhões!! mil milhões!!!
— Young é Grant! Jackson.
Atkinson!
Vanderbilts, Jay Goulds, anões!


3
(A Voz mal ouvida dentre a trovoada:)

— Fulton's Folly, Codezo's Forgery...
Fraude é o clamor da nação!
Não entendem odes
Railroads;
Paralela Wall-Street à Chattám...


4
(Corretores continuando:)

— Pigmeus, Brown Brothers! Bennett! Stewart!
Rotschild e o ruivalho d'Astor!!
— Gigantes, escravos
Se os cravos
Jorram luz, se finda-se a dor!...


5
(Norris, Attorney; Codezo, inventor; Young; Esq.,
manager; Atkinson, agent; Armstrong, agent; Rodhes,
agent; P. Offman & Voldo, agents; algazarra, miragem; ao
meio, o GUESA:)

— Dois! três! cinco mil! se jogardes,
Senhor, tereis cinco milhões!
— Ganhou! ha! haa! haaa!
— Hurrah! ah!...
— Sumiram... seriam ladrões?...
(...)



22

(Hino de Sankey chegando pelo telefono a Steinway Hall:)



-O Lord! God! Almighty Policeman!

O mundo é ladrão, beberrão,

Burglar e o vil vândalo

Escândalo

Freevole... e ‘í vem tudo ao sermão!

(...)

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Qualquer Dia

QUALQUER DIA
Ednólia Fontenele


Este poema foi enviado pra mim pela professora Clévia. Obrigada!
qualquer dia eu vou morrer abandonada,

num brejo de poesias desgastadas,

e o silêncio e as noites povoadas

hão de valer por mim.

qualquer dia eu vou sumir como a

poeira de um móvel que deve ser

retirada.

qualquer dia eu engolirei um oceano

de protesto e transbordarei uma lagoa

de silêncio .

qualquer dia castrarei minha palavra

para que fale de poesia, gente, chão

e mundo.

qualquer dia desenterrarei dos escom-

bros

do meu e do seu medo uma mulher excel-
sa, magna,

brava e forte, e a denominarei poesia,

poesia

falante, cantante... ou talvez gritan-

te ...

qualquer dia eu te ameaçarei de amor

ou talvez de morte,

(morrer é amar morte).

qualquer dia ao me ver miserável

errante, talvez eu pare e pense

em você, e o silêncio atroz que

fizer pousada no meu corpo pouco,

há de falar mais alto que a mudez

de teus gritos ao me

dizer ... te amo.

Somewhere Over the rainbow/ What a Wonderful World
by Israel Kamaka


Somewhere over the rainbow
Way up high
And the dreams that you dreamed of
Once in a lullaby ii ii iii
Somewhere over the rainbow
Blue birds fly
And the dreams that you dreamed of
Dreams really do come true ooh ooooh
Someday I'll wish upon a star
Wake up where the clouds are far behind me ee ee eeh
Where trouble melts like lemon drops
High above the chimney tops thats where you'll find me oh
Somewhere over the rainbow bluebirds fly
And the dream that you dare to,why, oh why can't I? i iiii

What a wonderful World
Louis Armstrong

Well I see trees of green and
Red roses too,
I'll watch them bloom for me and you
And I think to myself
What a wonderful world

Well I see skies of blue and I see clouds of white
And the brightness of day
I like the dark and I think to myself
What a wonderful world

The colors of the rainbow so pretty in the sky
Are also on the faces of people passing by
I see friends shaking hands
Saying, "How do you do?"
They're really saying, I...I love you
I hear babies cry and I watch them grow,
They'll learn much more
Than we'll know
And I think to myself
What a wonderful world (w)oohoorld

Someday I'll wish upon a star,
Wake up where the clouds are far behind me
Where trouble melts like lemon drops
High above the chimney top that's where you'll find me
Oh, Somewhere over the rainbow way up high
And the dream that you dare to, why, oh why can't I? I hiii ?

Clévia, esta música é pra você.



"Cada qual sabe amar a seu modo; o modo, pouco importa; o essencial é que saiba amar." Machado de Assis

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Fernando Pessoa

I am the escaped one
I am the escaped one
After I was born
They locked me up inside me
But I left
My soul seeks me
Through hills and valleys
I hope my soul
never finds me.

"Everything is worthwhile is ones´s soul is not small." (F.P.)

Martin Luther King
"Man must evolve for all human conflict a method which rejects revenge, aggression and retaliation. The foundation of such a method is love."

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

15 de Outubro - Dia do Professor

Nesse dia em que se comemora o dia do professor, há pouco o que comemorar. Chavões como: 'Ser PROFESSOR é renúncia, é aceitação, é missão, é doar-se, é não ter ambição, é ser humilde" são um horror. Não sei quem inventou isso. Acho que pensam que professor não é gente. Somos gente e como todo ser humano, temos medo, desejos, ambição, vida. E, embora a profissão seja carregada de mazelas, sacrifícios, noites mal dormidas, preocupações, desencantos, desvalorização, ela, também, nos dá alegrias - não muitas vezes - quando vemos que o que ensinamos é ouvido, faz sentido e ressoa em algum lugar, transformando esse ensinamento em algo que agrega valor à vida, ao saber. A todos aqueles que fazem dessa profissão um compromisso com a educação e com a valorização do ser humano, Parabéns!

"Pode-se ter todos os poemas, romances ou dados no computador, como há nos livros, nas bibliotecas; pode até haver a possibilidade de buscar informações pela Internet, cruzar dados num toque de teclas, mas falta a emoção humana, o olhar atento do professor, sua gesticulação, a fala, a interrupção do aluno, a construção coletiva do conhecimento, a interação com a dificuldade ou facilidade da aprendizagem
A alma de qualquer instituição de ensino é o professor. Por mais que se invista na equipagem das escolas, em laboratórios, bibliotecas, anfiteatros, quadras esportivas, piscinas, campos de futebol - sem negar a importância de todo esse instrumental -, tudo isso não se configura mais do que aspectos materiais se comparados ao papel e à importância do professor."

(G.Chalita)
Para finalizar, nada melhor do que Fernando Pessoa (Ricardo Reis)
"Para ser grande, sê inteiro: nada teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és no mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda brilha, porque alta vive.”·

Frases

Vida

" É difícil defender só com palavras a vida (ainda mais quando é essa vida que se vê, Severina) João Cabral de Melo Neto

O lugar que você ocupa
"Todas as ilhas são desconhecidas enquanto não desembarcamos nelas." (José Saramago)

Quem somos?
"Não basta o alimento para acabar a fome, não basta a lei para os discriminados, não basta o acesso à escola, não basta a água para matar a sede, nem a roupa para proteger o corpo. é preciso muito mais. O homem tem fome de dignidade." (eu)

sábado, 11 de outubro de 2008

Perto do coração Selvagem - Clarice Lispector

Estava agora lendo o livro Política Social: fundamentos e história e encontrei esse trecho do livro "Perto do Coração Selvagem" da Clarice Lispector. Lembrei de quando li este livro durante umas férias em São Luis-MA, deitada em uma rede esperando a hora de ir para a praia. Adorava ler Clarice e Lígia Fagundes Teles.
Esse trecho me faz ver com clareza a mulher que sou hoje e que fui, a lucidez, a consciencia de que tudo depende da construção que fazemos de nós mesmos.

“Sobretudo um dia virá em que todo meu movimento será criação, nascimento, eu romperei todos os nãos que existem dentro de mim, provarei a mim mesma que nada há a temer, que tudo o que eu for será sempre onde haja uma mulher com meu princípio, erguerei dentro de mim o que sou um dia, a um gesto meu minhas vagas se levantarão poderosas, água pura submergindo a dúvida, a consciência, eu serei forte como a alma de um animal e quando eu falar serão palavras não pensadas e lentas, não levemente sentidas, não cheias de vontade de humanidade, não o passado corroendo o futuro! O que eu disser soará fatal e inteiro!”

Ainda existe quem faz loucuras por amor
Há uns quinze dias atrás me convidaram para um aniversário. Era de uma pessoa amiga da minha filha. O marido dela fez uma festa surpresa pra ela. No momento da minha chegada, o marido dela estava fazendo um depoimento apaixonado diante dela e dos amigos que ali estavam. Um carro de som com o nome "loucuras de amor" e enfeitado com corações e balões estava ao lado e uma moça da "empresa do amor" gerenciava o evento para sair o mais emocionante possível. ao descer do carro, vi aquela cena e disse pra mim mesma "que pagação de mico!". Depois de algum tempo, passada a euforia do momento,me dei conta de que eu, que não era dada a essas sentimentalidades e achava por demais piegas e bobas essas atitudes, também, eu, estava dando sinais dessa maluquice que ataca os apaixonados.Nós, os apaixonados, fazemos coisas ridículas, falamos sem medo e sem vergonha e amamos sem nos importar se somos amados ou não.

"Agora preciso de tua mão,
não para que eu não tenha medo,
mas para que tu não tenhas medo.
Sei que acreditar em tudo isso será,
no começo, a tua grande solidão.
Mas chegará o instante em que me darás a mão,
não mais por solidão, mas como eu agora:
Por amor" (Clarice Lispector)

Aniversário do Javan

Ontem nos reunimos na casa do Cláudio para comemorar o aniversário do Javan. Chegamos cedo, às 20 horas, para curtir a festa. O Javan é fan da Maria Bethânia e uma pessoa maravilhosa. Ele o Cláudio são ótimos anfitriões. tudo estava perfeito: comida, bebida, alegria, música, muita música. a noite foi animada pela cantora Samara, amiga do Javan. Gente, ela canta tudo. Foi música para todos os gostos. Do brega ao chic da MPB, ela mandou ver. Cantamos e dançamos até às três da manhã. Sorrimos a valer. Os clics foram do Cláudio. Era o J. Duran da noite. Parabéns, Javan! foi maravilhoso! HOje, estamos de volta para o almoço. Vai ser outra farra.
Cláudio, obrigada por esta foto. Gostei muito.

o Cláudio acha que estou podendo e colocou minhas pernocas à mostra. O detalhe foi a minha tornozeleira com a letra A.

Ana, D. Graça, mãe do Cláudio, Javan, Tânia, Samara, a dinda do Javan e amigos. TIm, Tim!

Era só alegria. Hoje tem mais.


quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Neoliberalismo em cheque

Uma biografia não-autorizada do neoliberalismo

O mundo não é plano

Por Luciano Trigo


Não é à toa que a economia
do planeta está em parafuso:
o mundo se divide entre os
que atacam as forças cegas
do mercado e os que
exaltam a sua mão invisível,
e ninguém enxerga direito o
que está acontecendo: “Forças cegas” e
“mão invisível” são expressões carregadas
de valor, que trazem implícitas uma
atitude de endosso ou de rejeição ao livre
jogo do mercado. Nas suas diferentes
etapas, a História do capitalismo pode ser
entendida como um cabo-de-guerra entre
essas duas correntes. Quando uma
fracassa, a outra assume. Uma e outra têm
em comum a noção de que o destino
econômico dos homens é regido por algo
que está além de sua razão e vontade.



Uma e outra também têm em
comum a memória curta.
Morre uma geração, depois
outra, e erros do passado se
repetem, numa versão mais
sofisticada. Depois da crise de
29, por exemplo, ficou
evidente que algum grau de intervenção do
Estado era desejável, ou mesmo
indispensável, para a economia funcionar
de forma minimamente decente (muito
antes, no século XIX, o poeta maranhense
Sousândrade já tinha entendido isso: em O
inferno de Wall Street, ele retratou a Bolsa
de Valores americana como um antro de
agiotas, roladores de dívidas e outros
vigaristas, uma máquina devastadora
concebida para promover o enriquecimento
ilícito de uma minoria vendendo números
falsos e informações fajutas: “— Mas no
outro dia cedo a praça, o stock,/ Sempre
acesas crateras do negócio/ O assassínio, o
audaz roubo, o divórcio,/ Ao smart Yankee
astuto, abre New York.”). Vieram a Segunda
Guerra e o New Deal, e durante décadas os
defensores do mercado aberto foram
confinados a um subúrbio da teoria
econômica.

No final dos anos 70, a
economia americana voltou a
entrar em crise, com altos
índices de inflação e
desemprego. A turma da mão
invisível sentiu que agora era
a sua vez — e voltou com
força total. Depois de um laboratório no
Chile de Pinochet, onde o “punho visível”
americano impôs uma série de medidas
que reestruturaram a economia do país,
uma conspiração de fatores da geopolítica
internacional disparou o processo que
submeteria o planeta a uma dose cavalar de
capitalismo selvagem, nos anos seguintes:

$ Margaret Thatcher, na Inglaterra,
esvaziou os sindicatos, cortou impostos,
reduziu e o papel do Estado e estimulou a
privatização. Seu credo era que o bem-estar
social depende da responsabilidade
pessoal, e não do Governo.

$ Paul Volcker, presidente do Federal Reserve, o Banco
Central americano, mudou o foco da
política econômica americana: entre a
integridade do sistema financeiro e o bem-
estar da população, ficou claro que
prevaleceria o primeiro.

$ Ronald Reagan levou adiante a doutrina,
reduzindo impostos, cortando benefícios
do Estado e desregulamentando diversos
setores da economia, na chamada
Reaganomics.

$ Deng Xiaoping começou a transformar a
fechada China num centro aberto de
dinamismo capitalista.

$ Após a derrocada do Comunismo, a
ortodoxia neoliberal contaminou as
instituições financeiras internacionais. O
FMI se tornou um agente da promoção de
políticas de “ajustamento estrutural” em
países periféricos mergulhados em crises,
como México, Argentina e Brasil.

$ Foi decretado o Consenso de Washington
— um conjunto de regras básicas formulado
em novembro de 1989 por economistas do
FMI, do Banco Mundial e do Departamento
do Tesouro americano. A receita incluía
redução dos gastos públicos, privatização
das estatais, desregulamentação e a
eliminação de restrições ao investimento
estrangeiro direto, conduzindo à
globalização financeira.

Nos 30 anos seguintes, a Suderj
informa, saíram de campo
Keynes e o Estado do Bem-
Estar Social, e voltaram Hayek,
Mises e a Escola Austríaca,
revigorados pelo sangue novo
de Milton Friedman e dos
Chicago Boys, os economistas da
Universidade de Chicago eivados da missão
de espalhar pelo mundo o fundamentalismo
de mercado. Desregulamentar e privatizar se
tornaram as palavras de ordem do novo
anarco-capitalismo predatório. Mas dessa
vez capricharam: uma doutrina há muito
descartada foi transformada num verdadeiro
credo religioso, ao qual não havia
alternativa.O neoliberalismo nos foi vendido
como um horizonte insuperável, como a
linha de chegada da humanidade: nos
fizeram acreditar que o jogo tinha acabado,
e que a História concluíra seu curso — com
o triunfo definitivo do ideário neoliberal. O
país que não privatizasse, não liberalizasse,
não desregrasse, seria simplesmente expulso
da civilização. Qualquer tentativa dos países
pobres de resistir à expansão imperialista da
potência dominante passou a ser rechaçada
como protecionismo retrógrado: o novo
mercado globalizado exige a aceitação
incondicional das regras estabelecidas pela
economia dominante, que desconhece
fronteiras e se sobrepõe aos Estados. A
soberania se tornou uma ficção.

Sartre escreveu que o
marxismo era “o horizonte
insuperável de nosso
tempo”. No seu lugar entrou
a religião do mercado, com
pretensão científica e
aspiração à universalidade.
O mundo é plano, concluiu-
se, e o “novo capitalismo” era o único
concebível neste planeta agora sem
barreiras e de valores homogêneos: a
suprema conquista da humanidade, o
novo horizonte inultrapassável, que fez
tabula rasa de todas as lições do passado,
de toda a História do pensamento
econômico.

A arquitetura financeira global
se tornou basicamente a de
um imenso e desregulado
cassino, no qual a
complexidade crescente das
operações financeiras (com
operações de arbitragem,
derivativos e alavancagens de arrepiar os
cabelos) camuflava o seu alto risco, a sua
falta de lastro e o seu caráter fraudulento.
E de repente, não mais que de repente, o
castelo de cartas começou a ruir. Pior:
como os bancos se tornaram estreitamente
interdependentes por meio de uma cadeia
de tomadas e concessões de empréstimos,
seguros e resseguros, nessa economia de
vasos comunicantes o risco de contágio
ficou cada vez maior; quando o bicho
pega, as instituições financeiras dão
sucessivos “abraços de afogado” umas nas
outras e nos seus clientes, arrastando a
todos para o fundo – a não ser,
ironicamente, que o Estado intervenha
para salvá-las, recapitalizando empresas
que nada produzem.

$$$$$$$$$$$$$$$$$$

Em 1980, eu era adolescente,
estudava numa escola
pública (Colégio Pedro II) e
não fazia a menor idéia do
que estava para acontecer
no planeta. Mais tarde, fui da
primeira geração da minha
família a entrar numa universidade
(também pública) e nessa altura já havia
sinais claros de que algumas expectativas
minhas eram ilusórias. Por exemplo, eu
achava que oferecer educação de
qualidade (como saúde, o transporte, a
segurança, a Previdência etc) era um
dever do Estado, que devolveria assim à
sociedade os impostos que arrecadava.
Acreditava também que, na vida
profissional, como na acadêmica, o
sucesso e o fracasso seriam determinados
por critérios meritocráticos.

A primeira ilusão dispensa
comentários: além da venda
ou desmantelamento de
empresas públicas, de lá
para cá todos aqueles
direitos elementares foram
convertidos em bens e
serviços, pelos quais é preciso pagar (pois,
como agora ficou claro, o dinheiro que o
Governo arrecada precisa ficar reservado
para socorrer instituições financeiras em
perigo, mesmo nos Estados Unidos, e
manter o cassino em funcionamento).

A segunda é mais sutil, porque
diz respeito a uma mudança
na alma das pessoas – o tipo
de mudança que Oscar
Wilde investigou num texto
de 1891, A alma do homem
sob o socialismo, quando a
ameaça era outra. Pode parecer incrível
aos mais jovens, mas apenas 20 ou 25 anos
atrás ainda existiam coisas mais
importantes que o dinheiro. As pessoas
dispunham de menos confortos, mas algo
tornava a existência menos frágil, insegura
e irracional do que é hoje – talvez uma
ilusão de ordem, mesmo que no Brasil as
regras nunca tenham funcionado direito;
curiosamente, agora que vivemos sob o
signo da precariedade, sem nenhuma
garantia de coisa alguma, a propaganda de
que estamos no melhor dos mundos é
cada vez maior. Nunca antes, na História
deste país e do mundo, realidade e
discurso estiveram tão descolados.

Mas, de todas as mudanças
provocadas pelo ciclo
neoliberal que ora dá sinais
de exaustão, a mais
profunda, aquela que
causou estragos maiores, foi
a que aconteceu no interior
de cada indivíduo, a corrupção da alma do
homem sob o neoliberalismo. Também deve
ser difícil acreditar, mas a ganância, o
egoísmo, a cobiça e a vontade de se dar bem
a curto prazo e a qualquer preço, passando
por cima dos outros e de qualquer freio
ético, eram até mal vistos. Mentir e trapacear
para subir na vida eram sinais de deficiência
de caráter. Idéias e ações eram medidas por
outro metro, não pelo puro resultado
monetário que proporcionavam. Em suma, o
mau-caratismo, hoje transformado em virtude,
era moralmente condenado.

Ao homem neoliberal nada
disso importa, pois ele sabe
que o mundo
contemporâneo flexibiliza
todos os valores. Só não
perdoa o fracasso. Sua ética
neodarwiniana é a da
competição desregrada: o ganhador leva
tudo, ignorando-se custos sociais e limites
morais: os meios, o aqui e o agora,
justificam os fins, as conseqüências
sombrias que nos aguardam no futuro, em
custos sociais e destruição do ambiente. O
certo e o errado são medidos pelo
desempenho, deixaram de ser valores
abstratos. O melhor caminho é sempre
seguir a direção do vento.

A felicidade, aliás, virou uma
obrigação individual —
medida, naturalmente, em
índices de consumo. Nossa
felicidade deve passar por
cima das mazelas sociais,
dos sofrimentos alheios, da
mesma forma que o imperativo do lucro
fácil despreza prejuízos causados a
terceiros, incluindo as gerações futuras.
Elas que se virem. Neste novo modelo —
sutilmente coercitivo — de
comportamento, os bem-sucedidos têm
direito à insensibilidade e à
irresponsabilidade, e quem não consegue
ser feliz é simplesmente um incompetente.
Os excluídos deixaram de ser vítimas
inocentes, aliás: são agora culpados de sua
própria miséria. Eles, os não-consumidores,
nem entram mais na pauta de discussões
de quem manda de verdade no planeta.



$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$



O neoliberalismo não é mau em
si – só não passou no teste da
realidade. Em tese, a sua
equação poderia funcionar:
com menos impostos, sobra
mais dinheiro para a
produção, aumentam os
empregos, e a mão invisível cuida de
resolver problemas nos quais o Estado se
mostrou incompetente. Paradoxalmente, o
socialismo viveu um problema parecido: em
tese seria maravilhoso, se todos fizessem o
dever de casa; mas não é assim que as
coisas acontecem no mundo real. Hayek
enxergou nos perigos do crescimento do
Estado o caminho da servidão, mas a sua
ausência levou a outro tipo de escravidão: a
que transforma os seres humanos em
escravos do dinheiro, ou, pior ainda,
combustível voluntário para a reprodução
de um capital sem rosto. Somos todos
mercadorias descartáveis.

O fato é que a hegemonia
neoliberal das últimas
décadas não melhorou a vida
das pessoas comuns, ao
contrário: ampliou e
fomentou as desigualdades
sociais, embora tenha sido
muito bom para os ricos: o de cima sobe, e
o de baixo desce. Por sua vez, estimulada a
cair na armadilha do crédito fácil e do
endividamento, a classe média, cada vez
mais, vive pagando e morre devendo. E isso
numa sociedade crescentemente violenta,
avessa a instituições e incapaz de regular
conflitos – uma sociedade na qual as
fronteiras entre certo e errado, legal e ilegal,
são cada vez mais tênues. (A política,
desnecessário dizer, perdeu relevância.
Eleições se transformaram em encenações
nas quais todos os candidatos apresentam a
mesma plataforma, sendo eleitos os que
têm mais recursos e compromissos,
enquanto escolas, hospitais, estradas e
aeroportos caem aos pedaços.)

Mas o que esperar, agora que
a aparente incapacidade
para se resolver a crise pode
provocar o fim do ciclo
atual? Se o vento passar a
soprar para outro lado, em
breve os economistas no
poder estarão pontificando sobre mecanismos
de regulamentação, a criação de mais estatais
e outros mecanismos de fortalecer o Estado.
Quando os sinais se inverterem novamente,
governos populistas, como os que já se
multiplicam na América Latina, retomarão o
discurso nacional-desenvolvimentista de
meados do século passado, dando início a
um novo ciclo da turma que combate as
forças cegas. Vícios e fórmulas fracassadas do
passado podem voltar a prevalecer, bem
como práticas clientelistas que, a pretexto de
incluir, afastam do debate político as classes
mais pobres. Mas talvez isso enseje, ao
menos, uma reformulação de valores básicos,
um recondicionamento da alma dos
indivíduos. Por insensata que seja, a
engrenagem voltará a se movimentar. A
História não acabou. O mundo não é plano.

LUCIANO TRIGO é jornalista e escritor
retirado do http://oglobo.globo.com/blogs/logo/default.asp

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Ferreira Gullar - Reflexão sobre o óbvio

Domingo, Outubro 05, 2008
FERREIRA GULLAR Reflexão sobre o óbvio


O voto desinformado favorece o demagogo, o político que só visa suas próprias vantagens


NÃO TENHO nenhuma dúvida de que o homem é, mais que tudo, um ser cultural e, conseqüentemente, sustentado pelos valores que inventou e nos quais acredita e segundo os quais se comporta. Esses valores, por sua vez, determinam as semelhanças e diferenças entre os indivíduos, ainda que, em geral, os valores fundamentais sejam idênticos. Por exemplo, o sentido de justiça é um valor comum a todas as culturas. Dizer que o homem é um ser cultural não significa que todos os membros de determinadas sociedades sejam igualmente cultos. Basta lembrar-se do Brasil, onde a disparidade dos níveis culturais das pessoas é enorme, pois vai desde aqueles que têm curso universitário até os que mal sabem ler e que são a maioria.
Se o homem é um bicho cultural, que vive num mundo cultural, a diferença de conhecimento entre os indivíduos -sem falar na capacidade intelectual que é também desigual- os situa diferentemente na sociedade, ou seja, quanto mais conhecimento, quanto mais competência, melhores ganhos, maiores possibilidades de enriquecer e melhor posição na hierarquia de poder dentro da sociedade.
A conclusão lógica a tirar daí é que a capacidade intelectual e o grau de conhecimento são fatores de desigualdade entre os membros de qualquer comunidade humana. E essa desigualdade se expressa, não apenas no desempenho técnico e profissional, como em todas as demais atividades e opções que a vida social oferece ou exige de cada um.
As pessoas são iguais em direito -ou deveriam ser- mas não em qualidades. Dizer isso equivale a afirmar o óbvio, uma vez que todos sabem que, dos muitos jovens que se dedicam, por exemplo, a jogar futebol, raríssimos se tornam um Pelé ou um Ronaldo; dos muitos que se dedicam à música, raríssimos se revelam talentosos como Tom Jobim ou Pixinguinha -e o mesmo se pode dizer dos que se dedicam às diferentes atividades profissionais. Isso é sabido de todo mundo, mas, em certas circunstâncias, se faz por ignorá-lo ou quase se torna proibido dizê-lo.
A tese de que os homens são iguais é sagrada e se disseminou de tal modo que até a vanguarda artística chegou a afirmar que "todo mundo é artista", como se as qualidades inatas que tornaram Da Vinci e Van Gogh pintores geniais fossem apenas preconceitos classistas que a burguesia inventou, para também aí impor a discriminação e a desigualdade.
A tese da igualdade, que nasce com a Revolução Francesa e se aprofunda na pregação de Rousseau, Diderot e Babeuf, radicaliza-se com a exploração selvagem que o capitalismo industrial impõe à classe operária durante o século 19. Em contraposição à desigualdade que levou os trabalhadores ao desamparo e à miséria, surgiu um conceito de igualdade que tanto tem de generoso quanto de irreal, cuja formulação mais extremada é a utopia da sociedade sem classes, em que a riqueza social seria distribuída, não mais "a cada um segundo sua capacidade" e, sim, "segundo a sua necessidade", o que implicaria num tipo de organização social que o próprio Marx não se atreveu a definir.
Na prática, essa concepção utópica de igualdade -que desconhece as qualidades individuais distintas- implicaria em nivelar as pessoas por baixo, já que o talento e a operosidade não se encontram igualmente em todos. Se é correto entender que tais qualidades não fazem de seus detentores seres superiores aos demais, ignorá-las resultaria tratá-los injustamente e, ao mesmo tempo, impedir a sociedade de desfrutar da contribuição que lhe dariam.
Mas, mesmo se se põe de lado os indivíduos superdotados, não seria justo remunerar igualmente o operário eficiente e o relapso. Se as pessoas devem receber não por capacidade e, sim, segundo a necessidade, não há por que empenhar-se em alcançar excelência do desempenho.
A noção equivocada de igualdade contradiz até mesmo o propósito da sociedade de estender a educação e o conhecimento a todos os indivíduos. Chega-se a ponto de desconhecer a diferença entre o voto consciente do eleitor informado e o voto de quem mal conhece os problemas sociais. Levantar essa questão é visto como preconceito, muito embora todos saibam que é mais fácil perceber o que diz respeito a seu interesse imediato do que compreender as necessidades mais complexas da cidade ou do país.
Por isso, o voto desinformado favorece o demagogo, o político que só visa suas próprias vantagens, enquanto alija da vida política aqueles que agem com espírito público. Essa é uma grave ameaça à democracia, e só pode ser superada elevando-se o nível cultural e o grau de consciência dos cidadãos.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Apenas Simplicidade

Apenas Simplicidade (por Luis Fernando Veríssimo)

Acho a maior graça. Tomate previne isso,cebola previne aquilo, chocolate faz bem, chocolate faz mal, um cálice diário de vinho não tem problema, qualquer gole de álcool é nocivo, tome água em abundância, mas não exagere...

Diante desta profusão de descobertas, acho mais seguro não mudar de hábitos.

Sei direitinho o que faz bem e o que faz mal pra minha saúde.

Prazer faz muito bem.
Dormir me deixa 0 km .
Ler um bom livro faz-me sentir novo em folha.
Viajar me deixa tenso antes de embarcar, mas depois rejuvenesço uns cinco anos.
Viagens aéreas não me incham as pernas; incham-me o cérebro, volto cheio de idéias.
Brigar me provoca arritmia cardíaca.
Ver pessoas tendo acessos de estupidez me embrulha o estômago.
Testemunhar gente jogando lata de cerveja pela janela do carro me faz perder toda a fé no ser humano.
E telejornais... os médicos deveriam proibir - como doem!
Caminhar faz bem, dançar faz bem, ficar em silêncio quando uma discussão está pegando fogo, faz muito bem! Você exercita o autocontrole e ainda acorda no outro dia sem se sentir arrependido de nada.
Acordar de manhã arrependido do que disse ou do que fez ontem à noite é prejudicial à saúde!

E passar o resto do dia sem coragem para pedir desculpas, pior ainda!
Não pedir perdão pelas nossas mancadas dá câncer, não há tomate ou mussarela que previna.
Ir ao cinema, conseguir um lugar central nas fileiras do fundo, não ter ninguém atrapalhando sua visão, nenhum celular tocando e o filme ser espetacular, uau!
Cinema é melhor pra saúde do que pipoca!
Conversa é melhor do que piada.
Exercício é melhor do que cirurgia.
Humor é melhor do que rancor.
Amigos são melhores do que gente influente.
Economia é melhor do que dívida.
Pergunta é melhor do que dúvida.
Sonhar é melhor do que nada!

Amor ao primeiro chat - Walcyr Carrasco

CRÔNICA
Paixão ao primeiro chat

Histórias de namoros, encontros
e desencontros pela internet

Walcyr Carrasco


Começou como curiosidade. Mas o namoro pela internet vem crescendo. Tenho uma amiga quarentona decidida a se casar outra vez. Carrega uma cruz, a coitada. Basta se apaixonar para descobrir que o sujeito está desempregado e tem dívidas. No segundo encontro já é obrigada a se responsabilizar pela porção de fritas e pela cerveja. O primeiro pretendente foi um senhor do Rio de Janeiro. Telefonava todos os dias para despertá-la e dar boa-noite. Ela cantava como uma cotovia. Um dia, ela me ligou arrasada:

– A conta do meu celular deu mais de 1.000 reais!

– Como? Não era ele quem ligava?

Abaixou a voz, sofrida.

– Era sempre a cobrar...

Foi ao Rio para conhecê-lo. Levou chá-de-sumiço. Nunca viu sequer uma foto do dito-cujo. Hoje suspeita ter sido algum residente de uma cela de segurança máxima, divertindo-se no celular. Foi-se encontrar com outro. O sujeito estava engessado dos pés à cabeça. Desempregado, é claro.

– Quero alguém que fique a meu lado nos piores momentos – confessou ele, romanticamente.

Haja pior momento! Apesar do sentimento de culpa, desistiu. Finalmente, anunciou:

– Vou passar o fim de semana na praia.

Arrisquei:

– Já se viram?

– Ainda não, mas vai dar certo, não se preocupe.

Bateu o telefone antes que eu desse algum conselho. Voltou destruída. O sujeito, um médico aposentado, era um cavalheiro. Ofereceu-lhe um quarto separado, para que não se sentisse pressionada. Levou-a a excelentes restaurantes. Tinha propriedades. Ela suspirou:

– Seria o marido ideal. Mas é dentuço.

– Você queria encontrar um homem elegante, bem de vida, gentil e com os dentes do Reynaldo Gianecchini?

Continua à procura de alguém que a atormente.

Um amigo conheceu três garotas ao mesmo tempo. Apaixonou-se por todas. O problema: uma é vegetariana. A outra só come carne. A terceira adora pagode e as outras duas odeiam. Cada uma acredita que encontrou o homem de sua vida. Fraco de memória, ele se confunde. Bota pagode para a que só gosta de música clássica. Oferece bife à vegetariana. Qualquer dia desses leva uma surra das três. É questão de tempo!

Uma cinqüentona conheceu um senhor. Amor ao primeiro chat! Foram juntos a uma praia distante. Acordou na manhã seguinte, feliz da vida. Saltitou até o príncipe encantado, deitado na areia.

– Você dormiu bem, querido?

– Nem consegui fechar o olho. Você ronca demais – ele respondeu, furioso. – Que inferno!

Nem Cinderela perdendo o sapatinho ficou tão acabada. Correu a fazer a mala. Não havia ônibus. Nem carro. Passou o fim de semana com o sujeito esbravejando, evitando dormir para não roncar.

Um amigo descobriu uma garota linda. Encontraram-se na praça de alimentação de um shopping. Dias depois foram tomar um drinque, com vistas a uma noite longa. A moça bebia e olhava para os lados, apavorada.

– Meu ex está do outro lado da rua.

– Mas é ex... ex, de verdade?

– Vive me perseguindo. Se eu me interesso por alguém, ele vem em cima, chama para briga, quer matar!

– Ahn?

Levantou-se. Foi ao banheiro. Olhou-se no espelho. Assumiu.

– Sou covarde.

Fugiu, com a consciência tranqüila.

– Mal conheci a moça e já ia levar uma surra?

Com tantas histórias, é de pensar que amores cibernéticos nunca dão certo. Engano. Certa moça, divorciada, com dois filhos, conheceu um rapaz. Encontraram-se. Era um empresário bonitão, de olhos azuis. Casaram-se. Vivem maravilhosamente. Acompanhei o romance de perto. Contos de fadas ainda podem acontecer.

Eleições - retrocesso

Cada vez mais me convenço de que este país não é sério. Olha só quanto retrocesso nesta eleição. A velharia está de volta com toda a força. Só fazem o rodízio a cada quatro anos. É província mesmo! Fora isso ainda tem os nomes dos candidatos. é cada coisa esquisita, bizarra! Na cidade onde meu pai mora, no Maranhão, o candidato eleito chama-se Tratorzão, que derrotou o Zé da Folha. Hoje, alguns vizinhos foram comemorar a vitória do candidato Carne Assada, eleito Prefeito do município piauiense São João da Fronteira. Quanto aos derrotados, foram tantos que os porquinhos, coitados, passaram mal. Vão precisar de laxante.

domingo, 5 de outubro de 2008

Educação - Brasil

A escola que não ensina
Istoé online - 01/10/2008
Os índices de educação no Brasil continuam a trazer más surpresas. Muitos falam no aumento da quantidade de crianças e jovens que vão às escolas. Mas por trás desse avanço do ingresso de alunos ainda estão muitas distorções. O IBGE revelou na semana passada que mais de 2,1 milhões de estudantes, com idade entre sete e 14 anos, podem ser considerados analfabetos. Em outras palavras: são jovens que freqüentam ou estão matriculados em instituições de ensino, mas não estão aprendendo. O quadro é desolador: basta verifi car que este número corresponde a 87,2% dos 2,4 milhões de analfabetos que o Brasil tem na faixa de idade entre sete e 14 anos. Os outros 300 mil estão à margem, absolutamente fora do sistema de ensino. Nos números do instituto dá para se notar ainda que cerca de 30% das crianças com sete anos matriculadas nas escolas não sabem ler e escrever. Essa é considerada a idade fundamental na trajetória de formação dos jovens. E logo nessa faixa etária os números não são nada animadores. Em especial quando se olha para a parte de cima do mapa. A desigualdade social e regional do País tem impacto forte nas estatísticas. No Nordeste do Brasil, o índice dos analfabetos de sete anos sobe para 44%. No Norte, para 39,6%.

O que o trabalho do IBGE traduz essencialmente é que as autoridades, o Estado e o sistema como um todo têm falhado no objetivo básico da educação. Seja pelo conteúdo didático inadequado, seja pela falta de investimentos na formação dos professores, pela má qualidade das estruturas educacionais ou pelo conjunto dessas defi - ciências. A educação, como todos sabem, é a pedra fundamental no desenvolvimento de qualquer país. E o Brasil tem demorado a fazer o salto de padrão nessa área – podendo vir a comprometer todo o resto. O orçamento destinado pelo governo para tirar o atraso, que vem de décadas de descaso, está longe do ideal. A sociedade, em um grande mutirão que reúna a iniciativa pública e privada, tem que se mobilizar para reverter essa rea lidade. E um dos caminhos é afastar da frente a idéia da escola que não ensina, que serve apenas como fachada de marketing para interesses eleitoreiros. Já seria um bom começo.

Carlos José Marques, diretor editorial

sábado, 4 de outubro de 2008

Maria Bethânia - o show/imagens




Eulália, Martosa e Eu

Martosa e Eu

Eu, Ceiça, Javan e Cláudio

Javan, tietando

eu, em casa, pronta para o show



quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Maria Bethânia - o show

Gente, ontem o meu dia foi de espera, de emoção, de felicidade. Chegou a hora do show e ela entra divina, maravilhosa. Não tenho muitas palavras para descrever aquele momento. Foi inesquecível, divino, espetacular, emocionante. Cantei, dancei, chorei de alegria, sorri. Devo agradecer aos deuses por esse momento. Foi um encontro do passado com o presente. Este ano a vida tem me presenteado só com coisas boas e esse show, pra mim, foi pura emoção, êxtase, encantamento. Depois coloco as fotos. São tantas e hoje eu não tenho tempo para organizá-las. Até mais! vou colocar algumas músicas.

Onde estará o meu amor?


Tempo, Tempo, Tempo



Lágrima
Maria Bethânia

Composição: Roque Ferreira

Lágrima por lágrima hei de te cobrar
Todos os meus sonhos que tu carregaste, hás de me pagar
A flor dos meus anos, meus olhos insanos de te esperar
Os meus sacrifícios, meus medos, meus vícios, hei de te cobrar

Cada ruga que trouxer no rosto, cada verso triste que a dor me ensinar
Cada vez que no meu coração, morrer uma ilusão, hás de me pagar
Toda festa que adiei, tesouros que entreguei, a imensidão do mar
As noites que encarei sem Deus, na cruz do teu adeus, hei de te cobrar

A flor dos meus anos, meus olhos insanos, de te esperar
Os meus sacrifícios, meus medos, meus vícios, hei de te cobrar
Cada ruga que eu trouxer no rosto, cada verso triste que a dor me ensinar
Cada vez que no meu coração morrer uma ilusão, hás de me pagar
Toda festa que adiei, tesouros que entreguei, a imensidão do mar
As noites que encarei sem Deus, na cruz do teu adeus, hei de te cobrar...

Lágrima por lágrima.
Nossa, que letra forte! Assim, não! Acho que só os fracos nutrem esse sentimento de vingança.

Brincar de viver - Guilherme Arantes