sábado, 11 de outubro de 2008

Perto do coração Selvagem - Clarice Lispector

Estava agora lendo o livro Política Social: fundamentos e história e encontrei esse trecho do livro "Perto do Coração Selvagem" da Clarice Lispector. Lembrei de quando li este livro durante umas férias em São Luis-MA, deitada em uma rede esperando a hora de ir para a praia. Adorava ler Clarice e Lígia Fagundes Teles.
Esse trecho me faz ver com clareza a mulher que sou hoje e que fui, a lucidez, a consciencia de que tudo depende da construção que fazemos de nós mesmos.

“Sobretudo um dia virá em que todo meu movimento será criação, nascimento, eu romperei todos os nãos que existem dentro de mim, provarei a mim mesma que nada há a temer, que tudo o que eu for será sempre onde haja uma mulher com meu princípio, erguerei dentro de mim o que sou um dia, a um gesto meu minhas vagas se levantarão poderosas, água pura submergindo a dúvida, a consciência, eu serei forte como a alma de um animal e quando eu falar serão palavras não pensadas e lentas, não levemente sentidas, não cheias de vontade de humanidade, não o passado corroendo o futuro! O que eu disser soará fatal e inteiro!”

Ainda existe quem faz loucuras por amor
Há uns quinze dias atrás me convidaram para um aniversário. Era de uma pessoa amiga da minha filha. O marido dela fez uma festa surpresa pra ela. No momento da minha chegada, o marido dela estava fazendo um depoimento apaixonado diante dela e dos amigos que ali estavam. Um carro de som com o nome "loucuras de amor" e enfeitado com corações e balões estava ao lado e uma moça da "empresa do amor" gerenciava o evento para sair o mais emocionante possível. ao descer do carro, vi aquela cena e disse pra mim mesma "que pagação de mico!". Depois de algum tempo, passada a euforia do momento,me dei conta de que eu, que não era dada a essas sentimentalidades e achava por demais piegas e bobas essas atitudes, também, eu, estava dando sinais dessa maluquice que ataca os apaixonados.Nós, os apaixonados, fazemos coisas ridículas, falamos sem medo e sem vergonha e amamos sem nos importar se somos amados ou não.

"Agora preciso de tua mão,
não para que eu não tenha medo,
mas para que tu não tenhas medo.
Sei que acreditar em tudo isso será,
no começo, a tua grande solidão.
Mas chegará o instante em que me darás a mão,
não mais por solidão, mas como eu agora:
Por amor" (Clarice Lispector)

Um comentário:

Naldo Morais disse...

oi... muito interessante seu blog... adorei te conhecer espero manter contato... tb adoro "Clarice Lispector" bjos... estarei sempre por aki...

meu blog:
www.naldomorais.blogspot.com