Estava dando uma olhada nos textos sobre cidadania, governo e políticas públicas tentando encontrar coragem para produzir um texto, quando encontrei esta música, que foi, certa vez, utilizada em uma reunião de trabalho pra discutir as várias faces do Brasil, a pluralidade cultural, questões de ética, meio ambiente, etc. Lembrei que, embora a música nos permita refletir sobre estas questões, ela é discriminatória quando se refere somente a pessoas do sexo masculino como expressões do jeito de ser brasileiro.
Resolvi escrever um pouquinho pra despertar do torpor que me invadiu após o lanche da manhã. Participei de uma reunião de trabalho hoje pela manhã e depois do lanche fiquei completamente grogue. Parecia que havia algum sonífero na comida e estou assim até agora. Quase não consigo ficar até ao fim da reunião. Era algo mais forte do que eu. Cheguei em casa , dormi até às 15 horas. Todos saíram de casa e estou sozinha. Comecei a selecionar alguns textos pra estudar e fazer um trabalho. Não estou conseguindo ler e isso tá me irritando. Não costumo ficar tão quieta assim! Que diabos! Será que é cansaço ou estou ficando velha, sem ânimo? Ah, não, isso não! Xô!Vou dar uma voltinha pr ver se me animo um pouco.
A cara do Brasil
Ney Matogrosso
Composição: Celso Viáfora, Vicente Barreto
Eu estava esparramado na rede
jeca urbanóide de papo pro ar
me bateu a pergunta, meio à esmo:
na verdade, o Brasil o que será?
O Brasil é o homem que tem sede
ou quem vive da seca do sertão?
Ou será que o Brasil dos dois é o mesmo
o que vai é o que vem na contra-mão?
O Brasil é um caboclo sem dinheiro
procurando o doutor nalgum lugar
ou será o professor Darcy Ribeiro
que fugiu do hospital pra se tratar
A gente é torto igual Garrincha e Aleijadinho
Ninguém precisa consertar
Se não der certo a gente se virar sozinho
decerto então nunca vai dar
O Brasil é o que tem talher de prata
ou aquele que só come com a mão?
Ou será que o Brasil é o que não come
o Brasil gordo na contradição?
O Brasil que bate tambor de lata
ou que bate carteira na estação?
O Brasil é o lixo que consome
ou tem nele o maná da criação?
Brasil Mauro Silva, Dunga e Zinho
que é o Brasil zero a zero e campeão
ou o Brasil que parou pelo caminho:
Zico, Sócrates, Júnior e Falcão A gente é torto igual Garrincha e Aleijadinho... O Brasil é uma foto do Betinho
ou um vídeo da Favela Naval?
São os Trens da Alegria de Brasília
ou os trens de subúrbio da Central?
Brasil-globo de Roberto Marinho?
Brasil-bairro: Carlinhos-Candeal?
Quem vê, do Vidigal, o mar e as ilhas
ou quem das ilhas vê o Vidigal?
O Brasil encharcado, palafita?
Seco açude sangrado, chapadão?
Ou será que é uma Avenida Paulista?
Qual a cara da cara da nação? A gente é torto igual Garrincha e Aleijadinho ...
O que é cidadania?
"No Brasil, estamos gestando a nossa cidadania. Damos passos importantes com o processo de redemocratização e a Constituição de 1988. Mas, muito temos que andar. Ainda predomina uma visão reducionista da cidadania (votar, e de forma obrigatória, pagar os impostos... ou seja, fazer coisas que nos são impostas) e encontramos muitas barreiras culturais e históricas para a vivência da cidadania. Somos filhos e filhas de uma nação nascida sob o signo da cruz e da espada, acostumados a apanhar calados, a dizer sempre “sim senho?, a «engolir sapos”, a achar “normal” as injustiças, a termos um “jeitinho’ para tudo, a não levar a sério a coisa pública, a pensar que direitos são privilégios e exigi-los é ser boçal e metido, a pensar que Deus é brasileiro e se as coisas estão como estão é por vontade Dele.
Construir cidadania é também construir novas relações e consciências. A cidadania é algo que não se aprende com os livros, mas com a convivência, na vida social e pública. É no convívio do dia-a-dia que exercitamos a nossa cidadania, através das relações que estabelecemos com os outros, com a coisa pública e o próprio meio ambiente. A cidadania deve ser perpassada por temáticas como a solidariedade, a democracia, os direitos humanos, a ecologia, a ética."
http://www.dhnet.org.br/direitos/sos/textos/oque_e_cidadania.html
De volta
Na minha voltinha, terminei na casa da Ceiça. Logo ao sair, a Joana me telefona pra dar uma passada no apê da Ceiça. Iam comemorar o aniversário dela, Joana, que fora dia 09 deste. Estavam lá o Bené, A Joana, Amparo e Geísa. Já tinham começado a farra regada a cerveja e espetinhos. A Ceiça disse que seria uma noite brega. Só ia rolar Waldick Soriano, José Augusto, Bruno e Marrone. E foi assim. Foi muito divertido. Não faltaram as piadas do Bené e as nossas histórias engraçadas. Fiquei mais animada e o sono se foi. Tomei um litro de coca-cola e to chegando agora. Vou dormir que amanhã será um dia doméstico e a gata borralheira aqui precisa acordar cedo.
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